Patrícia Tavares: "O grande desafio da maternidade é preparar da melhor maneira um filho para o mundo"
A atriz tem uma filha com 19 anos, e não esquece os maiores desafios da maternidade, da gravidez à adolescência de Carolina. Nesta rubrica, faz um throwback a essas memórias.

Qual foi a sua reação quando soube que estava grávida da Carolina, que já tem hoje 19 anos? Quem foi a primeira pessoa a quem contou, e quais foram as reações mais épicas/inesperadas, recorda-se?
Foi um momento muito feliz, vivido a dois. Partilhamos imediatamente com a Ana, a minha amiga, que viria a ser a madrinha da Carolina. Soubemos a um sábado. Estávamos no Funchal e a Ana no Continente a pintar a casa. Quando lhe liguei estava tão feliz que lhe pedi que se metesse no primeiro avião e viesse ter connosco. E ela toda pintada no cabelo, nas mãos e nos braços… Foi qualquer coisa!

Quais foram os momentos mais desafiantes da gravidez? Os "contras" pesaram mais que os "prós"? Na altura já havia uma tendência para romancear a gravidez?
A montanha russa do nosso humor. Mas também a força que nos dá e a coragem e capacidade de fazer tudo. Ser capaz de tudo. É uma sensação de poder incrível. E a fome… e foi com essa fome que aprendi a gostar de comer e ainda bem.


Quando a Carolina nasceu quais foram os seus primeiros pensamentos? Foi daquelas sensações avassaladoras?
O meu primeiro pensamento que, aliás, verbalizei, foi: "a minha maior riqueza!" e nunca na vida disse nada tão certeiro. É mesmo, e cada vez mais.
Lembra-se de quais foram (são) as recomendações mais "enervantes" dos amigos e da família?
Confesso que não me lembro. À distância deste tempo todo, o que guardo é o amor. De todos! E sei que todos fizemos o melhor que sabíamos.
Quais são os maiores desafios da maternidade, numa sociedade que exige tanto das mulheres? Por exemplo, sente a pressão sobre o estigma de filha única, como mãe da Carolina?
Não sinto pressão alguma. Honestamente, nem penso nisso. Creio que o grande desafio da maternidade é preparar da melhor maneira um filho para o mundo. É ajudar a crescer, crescendo. Eu sou melhor pessoa desde que fui mãe e serei melhor ainda quando for avó.
É importante ter momentos só para si? De que forma é que consegue fazê-lo?
É importante, sim. E eu vou tendo momentos só meus ao longo do dia, mas também a Carolina já tem 19 anos. É uma fase diferente e muitas vezes não está em casa. Faz parte do crescimento. Há que encarar com naturalidade.
O que é que continua a ser tabu na maternidade, no ser-se mãe?
Que nem sempre a gravidez são só coisas boas. Muitas vezes a montanha russa transforma-nos em pequenos monstros do humor, da impaciência ou das bolachas… mas no fim, vale mesmo a pena.
