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Atual

Os audiobooks para ouvir agora

Ainda é muito cedo para avaliar todas as transformações que estão para vir no mercado editorial, mas que os tempos são de mudança parece ser inegável. Entre as “novas” tendências poderá estar o regresso em força dos audiolivros.

Foto: Pexels
08 de junho de 2020 às 07:00 Rita Lúcio Martins

Criados nos Estados Unidos nos anos de 1930, os audiobooks surgiram da necessidade de disponibilizar mais títulos e obras aos invisuais, mas depressa conquistaram adeptos: "ler" enquanto se conduz, se cozinha ou se corre passou a ser a uma possibilidade particularmente atraente, sobretudo quando vivemos imersos numa cultura que nos suga a atenção. Ainda que de forma forçada, a verdade é que os dias de reclusão que vivemos trouxeram um renovado interesse por esta "ferramenta", sendo vários os relatos de pessoas infetadas com Covid-19 que revelam a importância que os audiolivros (e os podcasts) tiveram aquando dos seus internamentos ? período em que se sentiam demasiado cansadas para algo mais que não fosse escutar.

O mercado editorial nacional já iniciou esta rota de adaptação com o [pivô da SIC] Rodrigo Guedes de Carvalho e a sua editora (Dom Quixote) a darem o exemplo. Margarida Espantada, o mais recente romance do premiado escritor, ficou disponível em audiolivro e em Ebook (numa parceria entre a Leya e a aplicação de livros Ebooks Rakuten Kobo), antes mesmo de chegar às livrarias. E, naturalmente, é narrado pelo autor. A verdade é que esta "leitura" se pode tornar ainda mais apelativa quando, do outro lado, está uma voz "familiar". Em audible.com encontramos pequenas pérolas: Anna Karenina, o clássico de Tolstói, narrado pela brilhante atriz Maggie Gyllenhaal, Mataram a Cotovia, de Harper Lee, lido por Sissy Spacek, as autobiografias da ex-primeira-dama dos EUA Michelle Obama, Becoming, ou da comediante Tina Fey, Bossypants, narradas pelas próprias, e uma infinidade de livros infantis interpretados por Meryl Streep ou Kate Winslet.

Em Portugal, são menos os títulos e os adeptos desta forma de leitura, mas já são várias as possibilidades disponíveis em plataformas como a Kobo.

Join the club

Um livro é sempre uma excelente companhia, mais ainda quando é partilhado. Os clubes de leitura nasceram dessa necessidade de trocar ideias e sugestões de leitura, abrindo espaço para alimentar a paixão pela leitura. Numa altura em que o distanciamento social impera, também os clubes de leitura que ainda funcionavam de forma tradicional tiveram de se reinventar, adotando o formato virtual. É o caso do Clube de Leitura do Instituto Cervantes que todos os meses discute um livro diferente. Basta fazer uma pré-inscrição no site e juntar-se ao grupo. Também a marca portuguesa de calçado Josefina’s avançou com o seu próprio projeto, com a singularidade de ser exclusivamente no feminino: todos os meses sugerem dois livros, assinados por mulheres, que convidam as clientes e amigas da marca a ler e a debater no blogue da Josefina’s. Todos Devemos Ser Feministas, de Chimamanda Ngozie Adichie, é uma das obras do momento. Oprah Winfrey, Reese Whiterspoon, Sarah Jessica Parker ou Emma Watson são algumas das celebridades internacionais que criaram os seus próprios clubes de leitura, onde, periodicamente, sugerem e discutem livros. Basta acompanhá-las nas suas plataformas digitais.

Tempo para ler

Dizia Umberto Eco: "O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê." Lembra-se daqueles clássicos eternamente arrumados, porventura à espera do momento da vida em que iríamos ter mais tempo para ler? Chegou a hora. A lista é extensa e o critério da escolha será sempre subjetivo, por isso sugerimos que comece por aquelas que ? também na história da literatura ? ficaram tantas vezes para depois: as mulheres. Jane Austen com Orgulho e Preconceito (1813), Virginia Woolf com Mrs. Dalloway (1925), Simone de Beauvoir com O Segundo Sexo (1949), Clarice Lispector com A Hora da Estrela (1977) ou Margaret Atwood com o Conto da Aia (1985) são alguns dos obrigatórios. Encomendas em fnac.pt ou wook.pt

Hora do conto

"Com pincéis e tinta, pinta um fecho-éclair no teto do teu quarto, de parede a parede. Quando cair a noite, abre-o e deita-te na cama. O céu preto da noite estará sobre ti. A Lua e as estrelas também. Mesmo antes de adormeceres, serás capaz de escutar o batimento cardíaco do universo. É possível que de manhã, quando acordares, não te lembres de nada." Todos os dias, o premiado escritor David Machado entra na conta de Facebook e avança para Um Dia de Cada Vez ? sugestões, ideias e instruções para quem está fechado em casa, ilustradas por Paulo Galindro. São pequenas e revigorantes janelas cheias de cor e fantasia, para abrir com os mais pequenos. Também a livraria infantil Faz de Conto conta histórias para crianças em direto, basta acompanhar a sua página de Instagram. Ainda a pensar no público juvenil, J. K. Rolling criou a plataforma Harry Potter At Home, onde é possível encontrar várias atividades lúdicas (de forma gratuita e em inglês).

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