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Girl Algorithm: a campanha da Gioseppo que quer quebrar estereótipos

A campanha que pediu ao Google para alterar o seu algoritmo de forma a tornar as mulheres mais visíveis em todas as áreas profissionais, da eletrónica à medicina.

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15 de novembro de 2019 às 07:00 Vitória Amaral

Em 2020, estima-se que 825 mil empregos na União Europeia estejam relacionados com a informática e telecomunicações e, de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) só 1 em cada 5 licenciados em engenharia é mulher, pois a sociedade não o considera um "emprego de mulher".

A verdade é que os sonhos das crianças são, em parte, impulsionados pelos seus ídolos. Esperanza Pertusa, presidente da Fundación Esperanza Pertusa, explicou à Máxima que "a educação de género é uma questão transversal, que todas as escolas deveriam ter como objetivo. Para o emprego, para a prevenção da violência sexual e de género e, em geral, para o desenvolvimento de pessoas mais felizes." Naturalmente, o interesse já existente das meninas pela ciência e tecnologia duplica quando contam com boas referências na área. Esta situação complica-se com a dificuldade em encontrar modelos femininos ligados a carreiras STEM (sigla para Ciência, tecnologia, Engenharia e Matemática em português), mais concretamente numa das maiores ferramentas de pesquisa de informação do mundo: o Google. "Se as mulheres não participarem em massa na definição de um novo mundo, é possível que esse mundo não se preocupe com elas nem com os seus interesses e necessidades. Este é o maior perigo: que voltem a ser cidadãs de segunda classe", destaca Pertusa.

A par destas estatísticas, a empresa de calçado espanhola Gioseppo lançou a campanha Girl Algorithm, uma iniciativa que visa quebrar os estereótipos mantidos sobre a figura feminina, rumo à igualdade de género e a um futuro promissor para que mais mulheres sigam as suas áreas de interesse verdadeiras. "Girl Algorithm insere-se num programa da Fundación Esperanza Pertusa de consciencialização sobre a igualdade de género. Nesta edição, queremos apoiar a visibilidade das mulheres na ciência, tanto no âmbito académico como empresarial" explica Pertusa à Máxima. "Sabemos que a falta de referências é uma das condições que limitam o interesse das meninas por carreiras STEM. Se até há vinte anos a opção teria sido rever os manuais escolares e exigir cuidado na linguagem, nas imagens, uma maior presença das mulheres em todos os tipos de profissão e o reconhecimento das mulheres na história, hoje estendemos essa demanda à internet e, mais concretamente, ao principal motor de pesquisa, o Google. " Ao pesquisar no Google a palavra "mulheres" verifica-se que os principais resultados não estão nem perto da ciência ou da tecnologia, não constituindo qualquer tipo de  incentivo às crianças e jovens mulheres para expandirem as suas ambições.

Ligada à Gioseppo, a Fundación Esperanza Pertusa pretende encontrar uma solução que aborde este problema de forma relevante, através do seu programa Girls4Tech. Este projeto educativo foi criado para promover o interesse feminino pelas STEM, e abrange o movimento programático "Women4Change- o projeto de Responsabilidade Corporativa da Gioseppo". Foi assim pedido ao Google que mudasse o seu algoritmo como forma de tornar as mulheres mais visíveis em todas as áreas. O algoritmo, ou sistema de classificação, é a fórmula de seleção da informação considerada mais útil e relevante de modo a apresentar mais precisamente o que o utilizador pesquisou, sendo que o Google o corrige até 500 vezes por ano, sem nunca ter preenchido esta lacuna.

No vídeo promocional da campanha, várias meninas com um claro gosto por estas áreas pedem ao motor de pesquisa mais exemplos como Marie Curie ou Nuria Oliver, e menos imagens fúteis, já que as crianças são o maior motor de mudança do mundo. Quanto ao futuro próximo, Pertusa também acredita que se podem inverter os papéis de género no mercado tecnológico ao "dar mais espaço ao impacto social da tecnologia e rever os planos curriculares, para evitar o êxodo de talentos que não se sentem atraídos por estudos que lhes parecem vácuos e absurdamente complexos", conclui.

 

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