Eleições na Alemanha dão a vitória a Merkel e instauram incerteza política
Os alemães voltaram a eleger Angela Merkel mas, desta vez, em circunstâncias inesperadas: as hipóteses para que a chanceler consiga formar governo obrigam a uma imprevisível coligação entre os Democratas-Cristãos, os Liberais e os Verdes.

Em doze anos, Angela Merkel governou sempre em coligação com outros partidos. Em 2005 aliou-se ao SPD, de centro-esquerda e, depois, em 2009, uniu-se ao FDP, partido de direita liberal; em 2013 repetiu a primeira coligação com o SPD, que liderava agora a Alemanha.
Agora Merkel volta a ser eleita, mas é obrigada a repensar a fórmula para liderar o governo – e não está numa posição fácil. Martin Schulz (líder do SPD e seu atual parceiro de coligação) assegurou logo após a divulgação dos resultados eleitorais que vai passar para a oposição, deixando de parte a hipótese de repetir a coligação que governou a Alemanha nos últimos quatro anos. Schulz culpa a coligação pela descida significativa da confiança dos alemães nos sociais-democratas, que atingiram agora a mais baixa posição de sempre, com 20,5% dos votos.

Agora, as possibilidades em cima da mesa são as mais improváveis e atiram a chanceler alemã para o centro de dois partidos com visões e posicionamentos quase opostos - o FDP e os Verdes. Por um lado a direita ambiciona agarrar a pasta das Finanças (agora nas mãos de Wolfgang Schäuble, número dois do atual governo alemão) e exige um sistema de imigração mais limitado, restringindo a entrada no país a imigrantes qualificados (como acontece no Canadá, por exemplo); por outro lado os Verdes querem uma maior integração europeia e lutam pela adoção de políticas ecologistas, um objetivo francamente longe das prioridades do FDP. A questão mais importante, e maior ponto de discordância, centra-se nas restrições à entrada de imigrantes e de refugiados na Alemanha, que os Verdes querem atenuar.
Na origem da incerteza política que marca o futuro dos alemães estão ainda outras (e mais preocupantes) as mudanças no panorama político. Esta é a primeira vez que um partido de extrema-direita chega ao Parlamento na História da Alemanha do pós-guerra. A AfD (Alternativa para a Alemanha) ocupa agora um novo lugar e mostra mais força do que as previsões anunciavam – conseguiu 12,6% dos votos e têm agora 94 deputados no Bundestag.
A popularidade do partido extremista cresceu com a crise da entrada de refugiados na Alemanha, que também despoletou um aumento do medo e da insegurança e, paralelamente, novas retóricas perigosamente radicais que prometeram investigações às políticas de imigração de Merkel, enquanto garantem que vão" recuperar o povo e o país".


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