
Não têm a sensação de que meio mundo anda a tentar impingir uma patologia à outra metade? E supostas soluções. Mal abro a internet começa a dança. Custa-lhe ler este artigo até ao fim? Faça um teste rápido para confirmar que sofre de Deficit de Atenção. Sente dificuldade em ficar sossegado à mesa? É Hiperatividade e ainda ninguém lho tinha dito; sonha com voltar ao tempo do confinamento porque dava tudo para saltar um jantar com vinte pessoas? Fobia social. Está exausto, já não pode ver o chefe à frente e, por acaso, tem listras nas unhas? Só pode ser Burnout. Hoje o seu marido parece-lhe excecional e amanhã apetece-lhe esganá-lo? Não se vergaste, a culpa é de uma personalidade Borderline ou, talvez, seja ele que sofre de uma qualquer desordem narcísica. Já se é o seu bebé que a deixa de rastos porque não dorme há semanas, então provavelmente está deprimida (e com razão!).
Caramba o algoritmo farta-se de trabalhar, e não faz mal que os diagnósticos se contradigam uns aos outros porque, primeiro pode sempre escolher aquele que mais lhe convém e, segundo, há sempre um estudo que garante que, nalguns casos, podem ser concomitantes. Presumo que esta ânsia de me diagnosticarem não me tenha apenas a mim como alvo, mas se acreditasse no contrário, estaria seguramente a ser vítima de uma mania da perseguição. Uf, não há maneira de escapar.

Vamos por partes. Fico muito feliz que a doença e a saúde mental estejam na ordem do dia e que o avanço da ciência permita saber mais sobre a forma como funciona o nosso cérebro, levando à descoberta de formas mais eficazes e acolhedoras de ajudar quem está em sofrimento, mas parece-me que corremos o risco de um excesso de rótulos que, objetivamente, só nos isolam em caixinhas, e dão pano para mangas aos charlatões.
Por outro lado, é preciso perceber que este desejo de etiquetar tudo e todos não é de agora, e corresponde ao desejo tão antigo como a humanidade de nos conhecermos a nós próprios e aos outros, criando a ilusão de um mundo supostamente organizado e seguro, onde cada peça no tabuleiro conhece o seu lugar. Basicamente, convence-nos de que somos capazes de distinguir os bons dos maus logo num primeiro relance, como nos filmes antigos dos cowboys em que nos bastava olhar para o ecrã para distinguir os de chapéu preto daqueles que usavam chapéus brancos e, obviamente, defendiam o bem. Infelizmente, o que a História nos demonstra é que, muitas vezes, estes "nomes" não funcionam para muito mais do que criar um fosso entre os supostos normais e os outros — desde correlações entre os perímetros da cabeça e a tendência para a criminalidade até ao veredicto de histéricas, aplicado a mulheres cujo útero supostamente lhes subira à cabeça, até à hiperatividade para justificar que um menino tenha dificuldade em suportar ficar quieto e calado numa longa aula, ilibando quem lhe tirou o recreio.
Mas uma conclusão é certa: se o algoritmo anda tão entusiasmado a distribuir-nos doenças, como quem dá cartas num jogo de poker, é porque há muita gente que está insatisfeita, infeliz e a sofrer e essa é uma informação que não pode ser descartada. Um estudo da Universidade de Harvard, que incluiu 29 países e tem o selo de garantia de ter sido publicado no The Lancet, avança que uma em cada duas pessoas vai sofrer de pelo menos uma desordem mental ao longo da vida e, muito sinceramente, a minha única pergunta é se a segunda não estava a mentir. Porque nascer, crescer e viver é difícil, mesmo para aqueles que tiveram a sorte de não ser sujeitos a tragédias pessoais, a abusos e violências insuportáveis. Porque procurar um sentido para a nossa existência é um desafio que constantemente nos escapa, e adaptarmo-nos a um mundo em mudança exige um esforço contínuo. Porque as relações humanas, sobretudo com aqueles que mais amamos, são de uma enorme exigência, e é complicado dosear sentimentos, conjugar interesses e enfrentar desilusões. Porque o corpo e a mente são um só e a ninguém lhe passaria pela cabeça dizer-nos que é possível andar por cá uma média de oitenta anos sem apanhar uma virose. Porque herdamos o DNA dos nossos pais e antepassados, mas também os seus medos e fantasmas e o caldo cultural em que foram criados e em que nos criaram. E, além de tudo isto, somos únicos.

Por isso, sim, vamos ter um distúrbio mental de certezinha absoluta, senão dois ou três, e ainda bem que não estamos dispostos a aceitar a dor que nos causa de braços cruzados, nem tão pouco a escondê-la, envergonhadamente como se nos diminuísse, procurando ajuda. Ajuda a sério, e não um diagnóstico virtual que ao batizar-nos com um qualquer nome quase que nos absolve da necessidade de nos superarmos.
Quanto ao resto, sem demasiado conformismo, mas, se calhar, com algum realismo, vamos adotar a máxima do Herman José de que a vida é como os interruptores! Bem é verdade que até os interruptores já não são o que eram – agora não se limitam a acender e a apagar, são botões que rodam e possibilitam mil gradações de luz o que, objetivamente, só torna o desafio ainda mais interessante.

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