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Cindy Sherman, Suzanne Cotter e Filipa César escrevem carta aberta contra o assédio

A missiva chama-se Not Surprised e vem denunciar os abusos sexuais de que muitas artistas e galeristas são vítimas.

Foto: D.R.
30 de outubro de 2017 às 22:54 Marta Carvalho

Já são mais de 150 as artistas, curadoras, responsáveis de museus e galeristas que subscreveram esta segunda-feira uma carta aberta em que prometem "não seremos mais silenciadas". As autoras da carta, entre elas a fotógrafa norte-americana Cindy Sherman e a diretora do Museu Serralves, Suzanne Cotter, confessam que foram "apalpadas, assediadas, infantilizadas, desprezadas, ameaçadas e intimidadas por aqueles que estão em posições de poder que controlam o acesso aos recursos e oportunidades".

No seguimento do escândalo à volta do caso de Harvey Weinstein, mulheres que trabalham em arte querem agora denunciar os abusos que "ocorrem frequente e internacionalmente em grande escala nesta indústria". Com o título Not Surprised, as mulheres dizem que esta carta não deve ser surpresa para ninguém no meio. "Não ficamos surpreendidas quando curadores nos oferecem exposições ou apoio em troca de favores sexuais. (…) Não ficamos surpreendidas quando Knight Landesman nos apalpa na feira de arte enquanto nos promete que vai ajudar-nos com a nossa carreira. O abuso de poder não é uma surpresa."

Knight Landesman, responsável pela publicação de arte Artforum, demitiu-se esta quarta-feira depois de ter sido acusado de assédio sexual por várias mulheres. Está agora em curso um processo legal que envolve ameaças de retaliação profissional sobre as queixosas.  

Personalidades como Alice Rawsthorn, Laura Poitras e Helen Marten já assinaram a missiva, que se encontra disponível online em not-surprised.org. Esta mensagem vem apelar à denúncia de todas as vítimas de abusos sexuais e exigir que as instituições e administrações artísticas "considerem o seu papel na perpetuação de diferentes níveis de injustiça e abuso sexual e como planeiam lidar com tais temas no futuro".

 

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