Check-in Música: Banda sonora para a vida
A música iluminada de Rodrigo Leão chegou aos Coliseus de Lisboa e Porto...e muitas outras novidades neste mês de novembro.

DISCURSO DIRETO
Cati Freitas, Cantora
Tocar a alma é a meta que Cati Freitas se propõe alcançar. A superação acontece a 18 de novembro no Cinema São Jorge, em Lisboa. O palco perfeito para a apresentação de Dentro, um inspirado álbum de estreia.
Cati quer mostrar o que tem “dentro”, lê-se na apresentação do seu primeiro trabalho. Pode ajudar-nos a levantar o véu?
O Dentro é um disco que partiu de uma grande introspeção, de um olhar para dentro de mim mesma. Queria apresentar-me ao público, mas como? Porquê? Eram respostas que eu tinha de encontrar em mim. O Dentro mostra a menina, a mulher que se influenciou em tantos outros géneros e artistas musicais e que se situou, no meio disso tudo, como portuguesa, com a sua própria identidade. É um disco emotivo, onde me apresento como intérprete e autora, e é também um disco de alguma inquietação, de um desejo enorme de me “deitar para fora” e acabar em paz! Essa procura de mim mesma apenas começou e o Dentro inicia esse compromisso interior e artístico.
Como é que surge a oportunidade de gravar este primeiro trabalho?
A oportunidade abriu-se quando conheci o trabalho do Tiago Costa, que veio depois a ser o produtor e arranjador do disco. Mesmo sem saber como chegar ao Tiago, intuí que seria ele o parceiro ideal. Tudo se tornou possível, porque curiosamente, na altura, estava a ter aulas de técnica vocal com a Cláudia Fier, falei-lhe do Tiago e, por coincidência, o filho dela conhecia-o e o contacto estabeleceu-se a partir daí. Ele aceitou e eu voei até ao Brasil. Fui a primeira vez a S. Paulo em janeiro de 2011, gravei as primeiras cinco faixas do disco e terminei tudo voltando em maio de 2012.
Quais diria que são as suas grandes referências musicais?
Difícil escolher! Mas posso dizer que Elis Regina, Norah Jones, Paulo de Carvalho, Omara Portuondo, Amália Rodrigues, Blick Bassy, Cesária Évora, Natalie Cole, Ella Fitzgerald e Sara Tavares são as que lembro em primeira mão. Bebo muito da MPB, do jazz americano, da música cabo-verdiana, do fado e da música pop também, dos artistas mais antigos aos mais recentes.
Como chegou até à seleção de temas apresentados no disco?
Devo ter escutado umas 2000 cancões. Escolhi as que me tocaram e que correspondiam ao meu estado de alma. Ouvi muitos artistas brasileiros e confesso que foi difícil: precisava de cantar em Português de Portugal, era para mim uma exigência maior, e a maioria das letras nem sempre dava para fazer essa adaptação, as mensagens eram maravilhosas, as melodias também. Quanto aos temas da minha autoria, eles surgiram timidamente: nunca pensei vir a compor algo, mas essa necessidade veio espontaneamente e decidi respeitá-la. São letras que falam de alguma necessidade de libertação, são letras que falam de desilusão, são letras que falam de sentimentos muito comuns e humanos, aos quais devemos estar atentos. Sou “cantadora” de histórias neste disco.
O álbum também conta com temas originais assinados por si… A escrita é uma parte importante do ato criativo?
Sim, para mim é. Sinto-me ainda a dar os primeiros passos na composição, na escrita, mas acaba por ser mais um canal de expressão de que eu necessito muito.
