As mulheres da vida de Francisco Pinto Balsemão
Aos 88 anos, Balsemão deixa cinco filhos e 14 netos, fruto dos três relacionamentos públicos que teve, um deles fora do casamento.

Francisco Pinto Balsemão era uma figura histórica nos círculos da alta sociedade portuguesa: ligado à televisão, à política e ao meio cultural, era um homem que unia, à sua volta, consenso e carinho. Formado em Direito, cumpriu o serviço militar e o seu primeiro contacto com a comunicação social deu-se com o Diário Popular, por intermédio do seu tio, também Francisco. O resto é a história que conhecemos. Balsemão casou duas vezes, a primeira, com Maria Isabel de Lacerda Rebelo Pinto da Costa Lobo, “Belicha”, com quem teve dois filhos, Mónica e Henrique, no início dos anos 60. Este casamento seria abalado por um rumor que correu a alta sociedade no verão de 1971: uma suposta traição de Belicha com Carlos Cruz. O episódio, que poderá ou não ter ditado a separação, é descrito na biografia Francisco Pinto Balsemão – O Patrão dos Media que foi Primeiro-Ministro, escrita pelo jornalista Joaquim Vieira. (Mais tarde, Carlos Cruz confirmou esta paixão na sua autobiografia, Uma Vida).

Com Maria Mercedes Aliu Presas, “Tita”, de ascendência espanhola, teve mais dois filhos, Joana e Francisco Pedro. Mercedes, Francisco conheceu-a numa noite em Cascais, mais precisamente na discoteca Van Gogh, e foi a mulher com quem partilhou mais tempo da sua vida, que esteve sempre ao seu lado, resistindo à conservadora sociedade portuguesa que ainda olhava de lado uniões fora do casamento, antes do 25 de Abril - só casariam em 1975, depois de o divórcio com Belicha ser oficializado pelo tribunal. Quando Balsemão fundou o Expresso e depois a SIC, Tita foi uma aliada fundamental do marido. Nunca esteve na sombra de Balsemão, tornou-se escritora, tradutora e presidente da SIC Esperança, uma fundação dedicada a causas sociais.
Fora do casamento, teve um filho de Isabel Maria Supico Pinto (filha de um ex-Ministro de Salazar), Francisco Maria, que nasceu em outubro de 1970, e que só conheceu o pai em adolescente (só foi reconhecido como filho ilegítimo de Balsemão em 1975). Francisco Pinto Balsemão deixa 14 netos, fruto dos vários casamentos dos seus filhos.
Ao longo da vida, Francisco Pinto Balsemão soube conciliar o afeto e a razão - o mundo íntimo das suas relações com a força tranquila de um construtor de instituições. Foi primeiro-ministro entre 1981 e 1983 e figura central do PSD e também um dos últimos representantes de uma geração que atravessou a ditadura, a revolução e a consolidação democrática. Entre amores, ideias e projetos, deixou um legado que se estende para lá dos media e da política - o de um homem que fez da liberdade a sua maior herança.

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