Joana Almeirante, a artista prodígio que já conquistou os portugueses

Ainda à procura da sua identidade musical, a voz de 'Bem Me Quer' está prestes a lançar o seu primeiro EP e a subir aos palcos nacionais. Depois disso, ninguém a para. Conversámos com a jovem cantora em Lisboa.

Foto: Pedro Catarino
09 de fevereiro de 2022 às 07:00 Rita Silva Avelar

Ao lado da voz e da guitarra de Miguel Araújo, Joana Almeirante lança-se a solo. Tão melódica e doce como o seu timbre, encontramo-la num hotel em Lisboa num dia que desce à capital para promover esta aventura que é ter um primeiro EP. Chamou-lhe Ilusão, e Tão cedo não é amanhã é a nova música a ser revelada, depois de Bem Me Quer, genérico de uma telenovela da televisão nacional, que tornou a sua voz mais reconhecida aos ouvidos dos portugueses.

Gravada parcialmente nos Estúdios Chiu, no Porto, Tão cedo não é amanhã conta com uma execução instrumental de estrelas: Joana Almeirante na voz, guitarra acústica e coros, Miguel Araújo na guitarra acústica e elétrica e mellotron, Pedro Santos no baixo, Mário Costa na bateria e João André nos sintetizadores, programações e percussão, tendo ainda sido o responsável pela produção.

Foto: Pedro Catarino
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O EP de estreia será apresentado ao vivo em Lisboa dia 16 de março, no Teatro Maria Matos, e no Porto dia 31 do mesmo mês, na Casa da Música. Os bilhetes já se encontram à venda. 

Joana, de guitarrista do Miguel Araújo para estrela em ascensão. Como é lidar com este boom?

Eu acho que foi tudo muito natural. Eu comecei a tocar na banda do Miguel mal saí do Conservatório, aos 18 anos. Quatro anos depois estava a lançar o single Bem Me Quer, e a partir daí foi surgindo tudo. Nem deu tempo para pensar sobre isso. Foram surgindo novas canções...Foi mais uma etapa do meu caminho. Estes últimos anos foram uma loucura.

Há alguém na família que a influenciou para a música? Em que momento começou a perceber que havia um ouvido mais apurado para este universo?

Eu acho que partiu muito do meu pai. O meu pai sempre foi muito conhecedor de boa música e tinha uma parede inteira cheia de discos. Foi uma das maiores influências, do pop ao rock, passando pelo metal e pela música portuguesa. Levava-me a muitos concertos. Ele tinha uma guitarra em casa, e um dia olhei para ela e apeteceu-me tocar. Ganhei um fascínio tão grande que disse aos meus pais que queria ir estudar música. A música já estava muito incutida na minha família mas ninguém tocava nenhum instrumento.

Esse lado autodidata levou-a, depois, onde?

Depois de três meses a ver vídeos no YouTube, decidi que queria ter aulas e fui logo para aulas de coro e guitarra. Foi aí que percebi que queria seguir música. 

Joana, de guitarrista do Miguel Araújo para estrela em ascensão. Como é lidar com este boom?

Eu acho que foi tudo muito natural. Eu comecei a tocar na banda do Miguel mal saí do Conservatório, aos 18 anos. Quatro anos depois estava a lançar o single Bem Me Quer, e a partir daí foi surgindo tudo. Nem deu tempo para pensar sobre isso. Foram surgindo novas canções...Foi mais uma etapa do meu caminho. Estes últimos anos foram uma loucura.

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Há alguém na família que a influenciou para a música? Em que momento começou a perceber que havia um ouvido mais apurado para este universo?

Eu acho que partiu muito do meu pai. O meu pai sempre foi muito conhecedor de boa música e tinha uma parede inteira cheia de discos. Foi uma das maiores influências, do pop ao rock, passando pelo metal e pela música portuguesa. Levava-me a muitos concertos. Ele tinha uma guitarra em casa, e um dia olhei para ela e apeteceu-me tocar. Ganhei um fascínio tão grande que disse aos meus pais que queria ir estudar música. A música já estava muito incutida na minha família mas ninguém tocava nenhum instrumento.

Esse lado autodidata levou-a, depois, onde?

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Foto: Pedro Catarino

Havia alguma outra área na mira?

Eu gostava muito de desenhar, estive sempre ligada às Artes... Também pintava. Às vezes os meus pais brincavam e diziam que eu realmente tinha que ser artista, porque se não resultasse, não dava para mais nada (risos). A minha irmã também está ligada às artes e ao design. Os meus pais sempre nos apoiaram muito. Se não tivesse sentido o apoio deles talvez não tivesse seguido música, porque é tudo muito difícil e moroso nesta indústria. 

Começou com guitarra, em que momento entra a composição e a voz?

Eu gostava muito de desenhar, estive sempre ligada às Artes... Também pintava. Às vezes os meus pais brincavam e diziam que eu realmente tinha que ser artista, porque se não resultasse, não dava para mais nada (risos). A minha irmã também está ligada às artes e ao design. Os meus pais sempre nos apoiaram muito. Se não tivesse sentido o apoio deles talvez não tivesse seguido música, porque é tudo muito difícil e moroso nesta indústria. 

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Começou com guitarra, em que momento entra a composição e a voz?

Recentemente. Só comecei a compor a sério canções há três anos. Já escrevia outras coisas instrumentais. A voz foi uma surpresa. Para mim, cantar sempre foi natural, desde pequena que cantava. Quando acabei o Conservatório, percebi que as pessoas gostavam mais de me ouvir cantar do que tocar. Foi ai que comecei a dar mais importância à minha voz, e a perceber que podia juntar as duas coisas.

Foi estranho, de repente ser a estrela, subir ao palco para cantar?

Sentia um nervoso miudinho, é muito mais físico. Sentia essa dificuldade inicial mas depois foi uma questão de treino.

Como foi a reação à boa aceitação de Bem me quer?

Eu acho sempre que vai ser tudo horrível, então as minhas expetativas são sempre baixas (risos), mas o feedback foi mesmo bom. Nunca esperei que fosse um genérico. Quando o Miguel me disse nem queria acreditar. Eu sou meia aluada... Essas coisas nunca têm impacto imediato em mim, só depois compreendi como era algo tão bom.

Como foi o processo de trabalhar neste primeiro EP?

Foi uma experiência bastante boa porque me fez perceber a minha identidade e sonoridade. Trabalhei com pessoas muito diferentes, e isso foi bom, foi uma reflexão importante para perceber o que eu quero levar para o álbum. Foi experimentar tudo e mais alguma coisa para depois no álbum sentir: "é isto". Como tudo aconteceu muito rápido e a minha carreira começou agora, ainda estou à procura de quem eu sou. Neste EP consegui experimentar isso tudo.

Sentia um nervoso miudinho, é muito mais físico. Sentia essa dificuldade inicial mas depois foi uma questão de treino.

Como foi a reação à boa aceitação de Bem me quer?

Eu acho sempre que vai ser tudo horrível, então as minhas expetativas são sempre baixas (risos), mas o feedback foi mesmo bom. Nunca esperei que fosse um genérico. Quando o Miguel me disse nem queria acreditar. Eu sou meia aluada... Essas coisas nunca têm impacto imediato em mim, só depois compreendi como era algo tão bom.

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Como foi o processo de trabalhar neste primeiro EP?

Foto: Pedro Catarino

O que é que queria neste EP, em específico?

Sabia qual seria o conceito do EP. Que falasse sobre do desgosto amoroso, que é algo que já tinha abordado nas primeiras músicas, que fosse mais acústico, mais intimista. Não tão rock n'roll como eu gosto, mas dar prioridade às guitarras acústicas. 

Onde vai buscar a sua inspiração? Como artista, as suas experiências e vivências estão impressas neste primeiro trabalho?

No geral, eu não falo muito das minhas vivências. Na verdade nunca tive assim muitos desgostos amorosos (risos) por isso não sou a melhor pessoa para falar sobre isso. Mas acho que a minha música, neste momento, passa mais por essa temática. Fiz com que isso transparecesse para este EP.

Quando soube das datas destes dois concertos, qual foi a sua reação?

Eu entrei em pânico total. Pensei: "eu não vou conseguir!" Eu gosto muito de dar concertos e o que eu mais gosto de fazer na música é andar na estrada. Antes de eu ser artista eu sou música, e eu adoro ser música. É a coisa mais fixe e divertida. Por isso, claro que fiquei contente com essas datas, nunca sem esquecer o nervosismo, claro.

Há alguma superstição ou ritual antes de subir ao palco?

Tento abstrair-me ao máximo de que vou entrar em palco. Visto-me muito cedo, maquilho-me, falo com pessoas, não me isolo no camarim, e isso faz com que o meu nervosismo acalme bastante.

Tem um estilo muito feminino, a Moda também tem tido um papel forte na sua vida?

Sempre adorei vestir-me, arranjar-me bastante. Mas também tanto ando de fato de treino no estúdio como assumo o meu estilo, mais country, mais Sheryl Crow. 

Vê-se um dia no Festival da Canção?

Não sei. Acho que é uma coisa que tenho que querer muito, e sobretudo apaixonar-me pela canção que iria apresentar. Eu não entro em nada se não estiver 100% convencida. Eu levo muito a sério a música. Se a música me convencer, faço o que quer que seja.

Que outros sonhos estão na calha?

Acima de tudo quero criar um ótimo álbum, é o meu projeto a médio/longo prazo. Encontrar a minha identidade. Além disso, trabalhar com pessoas que eu admiro, adorava trabalhar com nomes nacionais mas também internacionais. Eu sou muito fã da Sheryl Crow, como referi acima, mas também da Joan Baez. Houve uma fase em que andava à procura de pessoas que cantassem e tocassem guitarra.

Sabia qual seria o conceito do EP. Que falasse sobre do desgosto amoroso, que é algo que já tinha abordado nas primeiras músicas, que fosse mais acústico, mais intimista. Não tão rock n'roll como eu gosto, mas dar prioridade às guitarras acústicas. 

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Onde vai buscar a sua inspiração? Como artista, as suas experiências e vivências estão impressas neste primeiro trabalho?

No geral, eu não falo muito das minhas vivências. Na verdade nunca tive assim muitos desgostos amorosos (risos) por isso não sou a melhor pessoa para falar sobre isso. Mas acho que a minha música, neste momento, passa mais por essa temática. Fiz com que isso transparecesse para este EP.

Quando soube das datas destes dois concertos, qual foi a sua reação?

Eu entrei em pânico total. Pensei: "eu não vou conseguir!" Eu gosto muito de dar concertos e o que eu mais gosto de fazer na música é andar na estrada. Antes de eu ser artista eu sou música, e eu adoro ser música. É a coisa mais fixe e divertida. Por isso, claro que fiquei contente com essas datas, nunca sem esquecer o nervosismo, claro.

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Há alguma superstição ou ritual antes de subir ao palco?

Tento abstrair-me ao máximo de que vou entrar em palco. Visto-me muito cedo, maquilho-me, falo com pessoas, não me isolo no camarim, e isso faz com que o meu nervosismo acalme bastante.

Tem um estilo muito feminino, a Moda também tem tido um papel forte na sua vida?

Sempre adorei vestir-me, arranjar-me bastante. Mas também tanto ando de fato de treino no estúdio como assumo o meu estilo, mais country, mais Sheryl Crow. 

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Vê-se um dia no Festival da Canção?

Não sei. Acho que é uma coisa que tenho que querer muito, e sobretudo apaixonar-me pela canção que iria apresentar. Eu não entro em nada se não estiver 100% convencida. Eu levo muito a sério a música. Se a música me convencer, faço o que quer que seja.

Que outros sonhos estão na calha?

Acima de tudo quero criar um ótimo álbum, é o meu projeto a médio/longo prazo. Encontrar a minha identidade. Além disso, trabalhar com pessoas que eu admiro, adorava trabalhar com nomes nacionais mas também internacionais. Eu sou muito fã da Sheryl Crow, como referi acima, mas também da Joan Baez. Houve uma fase em que andava à procura de pessoas que cantassem e tocassem guitarra.

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Foto: Pedro Catarino

Nestes cinco anos já teve um lamiré do que é ser artista em Portugal. Quão difícil é?

No geral, para se ser artista tem que se ter um grande estofo. É uma carreira difícil que tem de ser muito bem preparada, tem que ser quase uma obsessão. Trabalhar ao máximo sem limites. Em Portugal deviamos ter mais apoios à cultura no geral, ir a um concerto ou a uma peça de teatro devia ser mais acessível para todos. 

Uma máxima na sua vida?

Seguir sempre o meu instinto. Se eu sentir que é aquilo que eu gosto de fazer, vou atrás. Mesmo que possa errar, eu não tenho medo. Eu vou atrás do meu coração - e isso já me pôs em maus caminhos! (risos). Mas com a atitude certa tudo se resolve.

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