Fleur Leussink, a médium das estrelas que vive em Lisboa e recebe mensagens do além
Tem dons mediúnicos desde criança e um dia resolveu usá-los para ajudar pessoas e hoje tem clientes famosos e multimilionários como Lana Del Rey. Agora mudou-se de Los Angeles para Lisboa e fala-nos do seu novo livro Mensagens e motiva-nos a seguir mais vezes a nossa intuição natural.
Foto: JJMT Photography03 de fevereiro de 2022 às 07:00 Patrícia Barnabé
Até aos 10 anos sentia claramente a presença de pessoas que já tinham partido. Ia estudar neurociências para a Universidade da Califórnia (UCLA), mas não chegou a fazê-lo porque adoeceu gravemente sem que vários médicos encontrassem uma razão. Fleur Leussink fez uma sessão com uma médium e ficou a saber que tinha poderes mediúnicos, e que os deveria pôr ao serviço de todos. Foi o que fez e logo nos primeiros meses seguintes começou a fazer leituras e comunicações de forma natural e intuitiva, e ajudou muitas pessoas. Hoje é requisitada não só por celebridades na Califórnia, da música, cinema e televisão, mas de todo o mundo, e já fez mais de 15 mil leituras.
Criou o podcastMoving Beyondondedá cursos que nos ensinam a conectarmo-nos com o nosso lado espiritual, e lança um livro prático, Mensagens (Lua de Papel/ Leya) com exercícios para cada um de nós ouvir e usar a sua "voz interior". Lessink acredita que todos temos, em alguma medida, dons de mediunidade e poderes para usá-los a bem de todos, por isso podemos aprender a usar a força da intuição e distinguir medos, ansiedades e imaginação, ou a reconhecer sensibilidades e propósitos de vida. A Máxima ficou curiosa e foi saber mais.
Tem este dom desde muito pequena, como é que se apercebeu que o tinha? Quem foram os seus primeiros contactos? Teve medo?
Fleur Leussink - Os meus pais foram os primeiros a notar, eu pensava que toda a gente via e experienciava o mundo como eu. Os meus primeiros contactos foram os meus avós, e pela familiaridade e proximidade com a minha família, não fiquei tão assustada.
Porque é que as crianças, que são as mais sensíveis a este fenómeno de ouvir e contactar outras dimensões, perdem estas qualidades quando se aproximam da puberdade?
As crianças são tão receptivas em boa parte porque elas dão grande precedente ao seu feedback interno sobrepondo-o ao feedback externo. Vivemos num mundo onde é muito difícil ignorar esse feedback externo quando cresces e te tornas mais velho, e especialmente quando sentes o desejo de encaixar. Com o tempo, a voz interior vai-se tornando mais silenciosa e temos de trabalhar para voltar a ouvi-la.
Foi estudar Neurociências para a UCLA, Universidade da Califórnia: alguma vez sentiu que a Ciência e o Paranormal são mundos inconciliáveis? Ou, pelo contrário, são complementares?
Penso que muitas pessoas vêem este dois mundos como ideias opostas, mas eu não. Eu penso que a Ciência é incrível para fazermos perguntas e escavar mais fundo. Penso que, de muitas formas, a procura espiritual é o mesmo. Não vejo mal nenhum no cepticismo, em procurar informação e investigar profundamente.
Diz que sentiu que usar estes poderes mediúnicos se tornou numa espécie de missão de vida. Porquê?
Inicialmente não vi esta aptidão como tendo qualquer uso para as pessoas. Eu era jovem e via-a até como um obstáculo, mas quando comecei a fazer leituras para outros também recebi muitas cartas de agradecimento. As pessoas diziam-me que aquela experiência tinha mudado as suas vidas dramaticamente por lhes permitir fechar questões e seguir em frente, outras disseram-me que as tinha ajudado a deixar os anti-depressivos, ou lhes tinha permitido ver a vida de forma diferente. Eu não considero que este seja um trabalho para todos, mas sei que consegue ajudar muita gente. E se ajuda, sou feliz por estar ao serviço das pessoas.
O que é que as pessoas mais procuram quando a contactam e pedem a sua ajuda e serviços?
PUB
As pessoas vêm ter comigo por uma variedade de razões. Algumas vêm à procura de fechar a perda de um ente querido, outros procuram uma direção nas suas vidas, e eu também tenho muita gente que apenas quer aprender como ter acesso à sua própria intuição.
E porque é que o "outro lado" quererá contactar-nos? Que tipo de mensagens enviam? Se é que há algum tipo de padrão.
Eu acredito que a vida, e o amor que temos pelas pessoas nas nossas vidas, continua. E da mesma forma que gostamos de estar conectados com as pessoas quando vivemos, esse desejo não desaparece quando desaparecemos.
Como é que funcionam, em termos práticos, as comunicações? São em presença dos seus clientes, na sua casa ou em circunstâncias particulares? E como se sente depois, cansada ou energizada?
PUB
Com a pandemia, eu trabalho apenas ao telefone. O lado maravilhoso de trabalhar desta forma é que consigo ajudar pessoas de todo o mundo. E de forma a conseguir chegar à maior quantidade de pessoas possível, eu também faço leituras em grupo e ao vivo nas redes sociais e no meu podcast.A tecnologia tem sido uma ferramenta maravilhosa!
A Fleur diz que todos temos a capacidade de contactar o outro lado, por assim dizer, mas como?
PUB
Eu acredito que todos temos um espírito e quando morremos esse espírito continua. Desta forma, todos temos as mesmas qualidades que os que estão já no mundo dos espíritos. Ou seja, temos tudo o que precisamos para nos conectar.
Escreveu um livro inteiro sobre o assunto, é por isso que estamos aqui a conversar, mas para o primeiro leitor destes temas, ou desta entrevista, qual deve ser o passo a dar para começar a estabelecer este tipo de contacto ou treinar a sua intuição?
Muitas pessoas têm, naturalmente, momentos de intuição, grandes ou pequenos, mas recusam-nos. O primeiro passo é fazer uma lista para si onde consiga olhar para cada momento e perguntar-se a si próprio como se sentiu, como soube ou viveu esse mesmo momento. A sua intuição terá um padrão, uma forma de falar para si e um bom lugar para começar a procurar esse padrão é trabalhar para trás, isto é, com as intuições que teve anteriormente.
Vive entre LA e Lisboa, porque escolheu Lisboa? Alguns místicos dizem que Portugal tem uma energia particular, concorda?
Eu escolhi Lisboa por acaso, nunca tinha estado nesta cidade linda, mas já tinha ouvido muitas coisas maravilhosas sobre ela. Tive uma forte intuição de que este seria um bom lugar para mim e estava certa! Quando cheguei pela primeira vez, falaram-me dessa energia curativa e eu sinto-a pessoalmente. É um país lindo, muito curativo, ou seja, tranquilo e conciliador, muito pacífico.