Check-In Livros: Novembro

Todas as novidades do mês de novembro no mundo da literatura.

Check-In Livros: Novembro
03 de novembro de 2014 às 07:00 Máxima

All about Horst

A partir dos anos 30 e durante seis longas décadas, Horst P. Horst inscreveu o seu trabalho nas páginas da Vogue americana, escrevendo ao mesmo tempo boa parte dos fundamentos da história da fotografia de moda moderna. Numa primeira fase conhecido como o grande fotógrafo da moda francesa e britânica, depressa estendeu o seu talento a outros domínios como o design de interiores ou a fotografia de lifestyle, tendo colaborado com a prestigiada House & Garden. A acompanhar Horst: Photographer of Style, a completa retrospetiva que o Victoria & Albert Museum apresenta desde setembro e até ao início do próximo ano, a Rizzoli apresenta o livro com o mesmo nome. A obra, incontornável e fundamental para todos os amantes da moda e da fotografia, nasce dos contributos criativos de profissionais de várias áreas: desde curadores e diretores de diferentes museus, passando por peritos da Christie’s London ou especialistas em arquivos da Condé Nast. De referir ainda o prefácio, assinado por Anna Wintour, diretora da Vogue US.

PUB

Horst: Photographer of Style

De Skira Rizzoli

 

Um milhão de cartas de amor

PUB

Quando era adolescente, Jodi Ann Bickley, hoje poetisa e música, teve a ideia de começar a escrever cartas carregadas de otimismo, abandonando-as depois em locais públicos. Em 2011, depois de uma infeção cerebral que quase a incapacitou, fundou o site onemillionlovelyletters.com e lançou um desafio ao mundo, nomeadamente a quem precisasse de uma palavra amiga: só tinham de lhe escrever e ela responderia de volta, e de forma personalizada. Jodi acabou por receber dezenas de milhares de mensagens... e a oportunidade de começar a mudar o mundo, um bocadinho de cada vez. Este livro é sobre isso.

 

MESA DE CABECEIRA

Ver: Amor, de David GrossMan

Filho de um casal sobrevivente do Holocausto, Momik cresceu a ouvir as histórias de sobrevivência dos pais, desenvolvendo um sentido de proteção face ao mundo exterior. Já adulto, agora como romancista, decide expiar memórias, recorrendo a histórias paralelas e a uma dose de fantasia...

PUB

 

A Peregrinação do Rapaz Sem Cor, de Haruki Murakami

É um livro sobre busca, sobre amizade e sobre solidão. Murakami regressa com a história de Tsukuru Tazaki, um engenheiro de 36 anos “viciado” no movimento anónimo das estações de comboios, que parte para a Finlândia numa tentativa de recuperar o passado e dar novo rumo – e cor – à vida.

 

Stoner, de John Williams

PUB

Publicado em 1965, este livro esquecido regressa às livrarias graças à escritora Anna Gsvalda, que o traduziu e resgatou. Nele se conta a história de Stoner, um tristonho professor universitário de literatura, cuja vida marcada pela perda só resiste graças à literatura. O romance de John Williams, hoje considerado um pequeno milagre literário, pelo livro mas também pelo seu próprio percurso, mereceu rasgados elogios da crítica e de escritores como Julian Barnes ou Ian McEwan.

DISCURSO DIRETO

Finalista do Prémio Leya, O Pecado de Porto Negro é, depois de Vícios de Amor (2008), o segundo romance de Norberto Morais.

 

Foi difícil desenhar o mapa, traçar o caminho para esta “fantástica” Ilha de São Cristóvão?

PUB

Não. Essa parte foi emocional. As partes emocionais são sempre fáceis: é seguir o instinto. O difícil foi o trabalho: a conceptualização fina das personagens; harmonizar o prazeroso ato da criação com o ato entediante de estar sentado.

 

Há quem situe o romance no domínio do realismo mágico... É por aí que gosta de ver “enquadrada” (ou entendida) a sua obra?

Respeito a opinião das pessoas que assim a classificam, pois sei que é com admiração que o fazem, mas julgo ser ainda cedo para a definir com justiça. Deixemos isso ao cuidado do tempo, esse grande erudito. A mim cumpre-me apenas fechar os olhos e deixar-me ir. Espero escrever livros suficientes para que, entre eles, haja pelo menos um que me faça sentir haver valido a pena cada instante da minha vida. Se tal acontecer, então, nesse dia, espero estar “enquadrado” na prateleira dos livros que os avós recomendam aos netos – realismo mágico ou não. As minhas referências literárias são de outra ordem. Comecei a ler muito tarde porque durante muitos anos a minha avó lia para mim. Pelo que estas são uma mistura de musicalidade com o prazer de estar esparramado no sofá a imaginar lugares, rostos, cheiros, trajes, Deus, o Diabo. De modo que quando comecei a ler já tinha respirado o mundo inteiro. Gosto do realismo mágico que conheço, mas não é para mim uma referência maior do que o saiote indiscreto de uma vizinha solteirona que deixou o amor a arrefecer numa esquina da qual já não recorda o nome.

PUB

 

Acredita que as ilhas possam ser, pela geografia, pela natureza ou pelo próprio destino, cenários potencialmente mais férteis?

À semelhança das pessoas, há ilhas mais ou menos “atraentes”, não obstante a geografia do seu corpo. No entanto, não creio que pudesse escrever o mesmo romance numa ilha nórdica. Faltar-lhe-ia o calor que desperta nos corpos o sentimento primitivo da entrega sem mais porquês. Deixei-me rodear de água por puro instinto. Queria que o romance tivesse a forma e a mornidão de um abraço, que fosse aconchegante, circunscrito, com pouco contacto com o mundo, como são as paixões absolutas. E ao mesmo tempo que fosse rápido, intenso, ao ritmo dos elementos, impossível da mesma forma num continente ou numa ilha pequena, como é a de São Cristóvão, onde o mar está presente em todo o lado e o sol nasce e se põe nele.

 

PUB

Dedica o livro ao seu pai e à sua mulher, dizendo que sempre que a realidade o frustrava, ela respondia: “Tu és um escritor, aceita isso.” A escrita foi uma espécie de maravilhosa fatalidade? Ainda se debate com ela?

Podemos dizer que é uma bênção por um lado e por outro uma maldição. E, desse ponto de vista, escrever há de ser sempre uma luta entre a necessidade de criar e a sensação ingrata da sua vanidade. Mas a realidade que me frustrava (e frustra) é a realidade de ser um escritor pobre, num país “pobre”; é a realidade de ter de escolher viver com quase nada em proveito de não ter de pensar senão em criar. Mas isso faz demasiado barulho, desconcentra horrivelmente. E é nesses momentos que a Ana me diz: “Tens pão e teto, escreve, que é isso que tu és.” E esta confiança não tem preço.

1 de 8 / Check-In Livros: Novembro
PUB
2 de 8 / Check-In Livros: Novembro
3 de 8 / Check-In Livros: Novembro
4 de 8 / Check-In Livros: Novembro
PUB
5 de 8 / Check-In Livros: Novembro
6 de 8 / Check-In Livros: Novembro
7 de 8 / Check-In Livros: Novembro
PUB
8 de 8 / Check-In Livros: Novembro
PUB
PUB