Check-In Livros: Agosto

Um livro na mesa de cabeceira no verão sabe ainda melhor, saiba quais as nossas sugestões para o mês de agosto.

Check-In Livros: Agosto
06 de agosto de 2014 às 06:00 Máxima

DISCURSO DIRETO

Alexandre Fernandes conhece bem o poder dos alimentos. Por isso mesmo, confecionou A Que Sabe o Amor (Esfera dos Livros), um livro com 69 receitas que, apesar de serem baixas em calorias, estão carregadas de erotismo e sensualidade. Deixámo-nos tentar pelo nutricionista, que não é mestre de culinária mas tem informações poderosas na arte de sedução.

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- A mesa pode ser um local de sedução. Os cada vez maiores cuidados com a alimentação (e a obsessão pelas dietas) podem retirar espontaneidade ao ritual?

Isso vai depender de pessoa para pessoa. Mas penso que não. Sabe-se que o cérebro é, talvez, um dos afrodisíacos mais poderosos que existem. Quando predisposto à paixão e ao amor, procura semelhanças de formas, cores, odores, temperaturas e texturas que evoquem o sexo para compartilhar com a cara-metade. Cabe à refeição ser “cúmplice” desta evocação. E este livro tem a mais-valia de serem receitas afrodisíacas light para quem procura ter as “tais” atenções com o que come e com a saúde.

 

- O que funciona para uns funciona para outros?

Mais uma vez, depende. O cérebro é o “órgão” que comanda o corpo. Se estivermos predispostos para embarcar numa aventura destas, tenho a certeza que sim. No entanto, existem momentos em que a mulher e/ou o homem perdem o desejo sexual. Uma situação destas não é razão para alarme porque existem vários fatores psicológicos e sociais que ocasionalmente contribuem para a redução do desejo sexual. Alguns fármacos prescritos para controlar e/ou tratar doenças podem ter efeitos secundários e reduzir o desejo sexual, devido ao cansaço ou à debilidade do próprio organismo. E problemas de relacionamento social, conflitos conjugais, desejos e fantasias diferentes e a rotina também podem afetar o desejo sexual. Assim, o próprio ambiente da refeição tem um papel importante: quando se observa que ao lado existe toda uma série de estímulos que ajudam a ficar tudo mais sugestivo como a luz de velas, pétalas de flores, aromas suaves, diferentes perfumes, disposição corporal e tantos outros estímulos que favorecem o despertar da sensualidade e do erotismo, tudo é possível, deixando-se levar pela sua cara-metade.

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- O que é que não pode faltar num jantar romântico?

Acima de tudo, escolher a pessoa certa. Depois de sabermos quem vamos escolher para o jantar, temos de eleger os pratos a confecionar, principalmente temos de agradar à nossa cara-metade, por isso convém escolher os alimentos da sua preferência. Há que dar atenção também ao local, ao meio ambiente (a iluminação, a decoração, os aromas, etc.) e por fim escolher a bebida certa – por exemplo, numa situação destas um bom vinho ou um bom champanhe devem ser preferidos.

 

- Quais são os seus alimentos afrodisíacos favoritos?

As uvas porque, por exemplo, quando estamos mais relaxados, uma forma de demonstrar carinho é oferecer bago a bago. Outro ingrediente que gosto e que utilizo muito é a canela. Utilizo-a devido às suas propriedades medicinais (anti-inflamatória e antimicrobiana, entre outras), assim como devido ao sabor que deixa na boca, conferindo um hálito fresco.

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- Como chegou à elaboração das receitas agora compiladas? Como foi o processo, a seleção?

Relativamente à culinária, não é necessário esgotar a imaginação. Até porque quase tudo está inventado. Eu apenas adaptei as receitas de forma a torná-las o mais saudáveis e light possíveis, sempre tendo o cuidado de manter as características e o sabor dos alimentos. Até porque procuro, com os alimentos afrodisíacos e estas receitas, unir a gula com a luxúria.

 

- Quais são os ingredientes proibidos (aqueles que podem arruinar um jantar)?

Os alimentos que acabam com o romantismo são: alimentos ricos em gorduras saturadas porque de certa forma acabam por “entupir” os vasos sanguíneos, uma excessiva ingestão de álcool, alho e cebola em excesso, porque levam ao mau hálito, as leguminosas, tais como feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, e vegetais, como o repolho, brócolos e couve-flor, pois estes podem provocar flatulência (gases).

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- E o álcool, sim ou não?

Sim, sim e sim – mas sempre com peso, conta e medida. Embora o álcool seja bebido pelas mais diversas razões: relaxar, diminuir o stress e a ansiedade, ganhar autoconfiança, etc. Na verdade, quando bebido em excesso destrói o desejo devido ao efeito depressivo que apresenta. E este pode ter um efeito prejudicial sobre a masculinidade, causando impotência e retração dos testículos naqueles homens que bebem muito. As bebidas alcoólicas devem ser bebidas sempre com moderação porque, apesar de causarem e aumentarem o desejo sexual, diminuem a capacidade de desempenho e em excesso causam perda dos reflexos motores e sonolência.

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2 de 6 / Não é raro ouvir-se dizer que uma imagem vale por mil palavras. Menos comuns serão as ocasiões em que, momentaneamente, ficamos sem elas. Poderá não ser esse um dos propósitos de Man Meets Woman (Taschen), mas lá que acontece, acontece. Neste livro de pictogramas, a designer gráfica Yang Liu retrata papéis, relações e clichés de longa data, comparando interpretações masculinas e femininas e questionando-se se este (ainda) é um mundo de homens. A leitura até pode ser rápida, já a reflexão merece tempo.
3 de 6 / Distinguida com o Prémio José Saramago 2011, a autora brasileira regressa com um romance poético alimentado pela ideia de sonho e desenhado nos contornos mágicos de um prédio onde as histórias oscilam entre a realidade e o imaginado.
4 de 6 / Já sentiu o impulso de se atirar de um sítio alto ou de bater propositadamente com o carro? Neste livro, David Adam, chefe de redação da revista científica Nature, explica que os pensamentos estranhos não são assim tão invulgares...
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5 de 6 / De Espinho à Nazaré, sem esquecer os Socorros a Náufragos ou os indispensáveis cuidados de higiene. Muito mudou na paisagem e nos costumes balneares dos portugueses mas este guia do banhista e do viajante editado pela primeira vez em 1876 é indispensável a todos os leitores, incluindo os que não de praia.
6 de 6 / Pinceladas enérgicas e atmosferas estimulantes. Múltiplos detalhes e infinitas leituras. Paisagens fantásticas e interiores luxuriantes. Retratos íntimos de homens jovens, localizados algures entre a tendência da androginia e a tristeza do abandono. Pistas para explorar a obra inspiradora de Hernan Bas, jovem pintor sedeado em Detroit que, apesar da carreira ainda curta, já é talento seguro. É o que fica provado neste livro onde se reúnem mais de 150 das suas obras, acompanhadas pelos textos de Christian Rattemeyer e Jonathan Griffin e da entrevista conduzida por Nancy Spector. No final, prevalecem ideias como a de magia ou mistério ? coordenadas que melhor podem ajudar a entender um trabalho que se deixa levar pela literatura (de Óscar Wild a Edgar Allan Poe), mas também pela banda desenhada, refletindo inspirações de correntes artísticas como o simbolismo, o expressionismo ou o futurismo.
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