Katie Bouman é a mulher responsável pelo algoritmo que permitiu captar a primeira imagem de um buraco negro. Na imagem impressionante pode-se ver um halo de poeira e de gás a 500 milhões de triliões de quilómetros da Terra.
O telescópio Event Horizon - uma rede de oito telescópios ligados – tirou a fotografia, mas foi Bouman que liderou o desenvolvimento do programa de computador que conseguiu chegar a esta imagem. A cientista começou a criar o algoritmo há três anos enquanto ainda era uma estudante no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Durante três anos, foi assistida por uma equipa de Ciência da Computação e do Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de MIT, pelo centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e pelo Observatório Haystack de MIT.
O trabalho da agora professora assistente de computação e ciências matemáticas no Instituto de Tecnologia da Califórnia, levou a que o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências de Computação do MIT lhe desse os parabéns no Twitter com um post que diz: "Há 3 anos atrás a estudante do MIT Katie Bouman liderou a criação de um novo algoritmo para produzir a primeira imagem de um buraco negro. Hoje, essa imagem foi publicada."
A cientista desenvolveu uma série de algoritmos que convertem data de telescópios em fotos históricas partilhadas por órgãos de comunicação em todo o mundo. Nenhum telescópio é capaz de captar um buraco negro por si só, por isso juntou-se uma rede de oito. A data recolhida pelo Event Horizon foi guarda em milhares de hard drives e enviada para centros de processo em Boston, nos Estados Unidos e para Bonn, na Alemanha.
O método desenvolvido pela cientista de 29 anos foi fundamental para processar os dados e criar a imagem. Os resultados foram depois analisados por quatro equipas separadas para haver confiança na sua descoberta.
Resumidamente, um buraco negro é impossível de ser visto diretamente e mede cerca de 400 mil milhões de quilómetros de diâmetro, três milhões de vezes maior do que a Terra. Segundo o professor Heino Falcke, da Universidade de Radbound na Holanda "é maior do que o nosso sistema solar", comentou à BBC.
É graças a esta imagem que a Teoria da Relatividade, publicada em 1905 por Albert Einstein foi retificada. O prémio Nobel deu uma nova descrição da força da gravidade, na qual a gravidade exerce a sua influência por entre distorções e curvas no tecido do espaço e tempo." explicou Brian Green, Físico na Universidade de Colombia, num vídeo para a World Science. O buraco negro é a prova da sua teoria de que, "se um objeto esférico for comprimido até um tamanho suficientemente pequeno, o puxar gravitacional seria tão grande que nada conseguiria escapar, nem mesmo a luz, e é isso que é um buraco negro".