Sofia Coppola dá um olhar de cinema à alta-costura da Chanel
Entre memórias de bastidores, fotografias icónicas e esboços inéditos, a realizadora norte-americana assina um livro que percorre parte da história da maison francesa como quem realiza um filme: com delicadeza, ritmo e um inconfundível sentido de atmosfera.

Há livros que são mais do que páginas encadernadas, são mundos que se abrem, portais para histórias que marcaram a cultura. Chanel Haute Couture, editado por Sofia Coppola, é exatamente isso - um convite para entrar no universo secreto da Alta-Costura da Maison francesa. Coppola não é estranha a este mundo. Aos 15 anos, ainda em plena adolescência, passou um verão no estúdio de criação da marca em Paris. Uma experiência que, para muitos, poderia ter sido apenas uma nota de rodapé, mas que para realizadora se tornou o início de uma ligação duradoura. Ao longo das décadas, entre colaborações e amizades, esse laço foi-se adensando, até culminar agora nesta obra monumental de 450 páginas.

O livro, longe de ser um simples arquivo, é uma narrativa visual construída à maneira da realizadora: fragmentos, colagens, encontros improváveis que, juntos, contam uma história maior. Fotografias icónicas, esboços nunca antes vistos, imagens de bastidores e memórias de passerelles misturam-se para dar corpo a um retrato íntimo da alta-costura da Chanel. Da ousadia revolucionária de Gabrielle Chanel ao teatro criativo de Karl Lagerfeld e à elegância subtil de Virginie Viard, cada capítulo é uma viagem pelo tempo, guiada por um olhar delicado e cinematográfico.

E como seria de esperar, Coppola não está sozinha nesta empreitada. O design do volume foi confiado ao estúdio Joseph Logan Design, que lhe deu uma identidade gráfica sóbria e elegante, quase como um vestido feito à medida. A publicação nasce do encontro entre a Éditions 7L - reimaginada em 2023 para honrar o espírito curioso e transversal de Karl Lagerfeld - e a Important Flowers, o selo editorial da própria Coppola, integrado na editora independente MACK, conhecida pela sua exigência e rigor no campo da arte e da fotografia.

Mais do que um livro de moda, Chanel Haute Couture é um objeto de desejo. Um daqueles volumes que tanto apetece ter exposto na mesa de centro como folhear vezes sem conta, descobrindo sempre novos detalhes. É também uma reflexão sobre a passagem do tempo, sobre a forma como a alta-costura continua a ser, século após século, uma arte em movimento.

No fundo, Coppola apresenta-nos aquilo que faz de melhor: um ambiente. Como nos seus filmes, o que importa não é apenas a narrativa, mas a atmosfera - aquele espaço etéreo onde memória, estilo e emoção se encontram.

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