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Prazeres

Casa Relvas, a fuga perfeita da cidade para beber um copo de vinho

Começou por ser um hobby familiar, mas as vinhas que deram origem às primeiras colheitas da Casa Relvas ditaram um futuro radioso. Fomos até à herdade da família de Alexandre Relvas conhecer o entourismo da casa vinícola.

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14 de março de 2019 às 07:00 Rita Silva Avelar

Uma história de família

Casa Relvas, que até há dois anos era conhecida por Casa Agrícola Alexandre Relvas, foi fundada em 1997 por Alexandre Relvas. Hoje, e com cinco gerações ligadas ao mundo agrícola, esta herdade tem como negócio principal o vinho e produz cerca de 6 milhões de garrafas de vinho por ano. Com cerca de 150 clientes e 15 mil pontos de venda pelo mundo, a Casa Relvas é um autêntico oásis de vinhos alentejanos para todos os paladares que apreciam o "néctar dos Deuses". Situada em São Miguel de Machede, no Redondo, a adega principal recebe eventos personalizados, que vão desde a tradicional visita à adega, com provas de vinhos, a diversas atividades que acompanham o ciclo de vida do processo vinícola. "Temos a Herdade da Pimenta, situada aqui em São Miguel de Machede, a Herdade de São Miguel [100 hectares de vinha entre Évora e Redondo] e no pólo da Vidigueira [89 hectares]. A maior parte das uvas são transformadas em vinho nesta adega" explica Alexandre Relvas, o filho empresário que herdou o nome (e o negócio) do pai, e que estudou enologia e viticultura em Bordéus, França antes de se juntar ao projeto, em 2006.

"O meu pai plantou as primeiras vinhas em 2001, na Herdade de São Miguel, juntou-se o enólogo Nuno Franco [residente] e hoje somos uma equipa de 70. Produzimos seis milhões de garrafas e exportamos para 25 países". A colheita que surgiu dos primeiros 10 hectares de vinha (durante os dois anos seguintes são plantados os restantes 25 hectares de vinha, que perfazem os atuais 35 hectares plantados na Herdade de São Miguel) foi um presságio bom para o crescimento que se seguiu.

Em 2003 foi construída a Adega da Herdade de São Miguel, no centro das vinhas, com capacidade para transformar 500 toneladas de uva. Cerca de um ano depois, em 2004, chegam ao mercado as primeiras 26.000 garrafas de Herdade de São Miguel Colheita Selecionada Tinto. Depois disso, esta família viu o negócio, que era uma distracção, crescer, graças "à consistência e à oferta qualidade/preço dos vinhos" explica Alexandre. Em 2011, a construção da adega mãe atual, a da Herdade da Pimenta, e a estratégia empresarial da Casa Relvas ditou o resto. Recentemente, em 2016, foi a vez do filho António Relvas se juntar à equipa para desenvolver um projeto de olival, o que se concretizou no ano seguinte com a plantação dos primeiros olivais, na Herdade dos Pisões, em 2017.

O enoturismo e a experiência do vinho

Mal entramos pelas portadas da Herdade da Pimenta, encontramo-nos no hall de entrada onde há mesas com cadeiras rústicas, em madeira ou cortiça, prontas para acolher provas de vinho feitas "por medida" aos visitantes. Há quem prefira fazer as ditas provas verticais (provas do mesmo vinho mas de diferentes anos de produção) ou provas seleccionadas. Mas antes das provas, visitam-se as caves, o espaço dedicado à impressão de rótulos e à finalização da garrafa (até ao seu embalamento) e até (se quiser) há uma passagem rápida pelo laboratório de análises.

"Na adega, durante a fermentação, o Nuno, o Paulo [Peças, enólogo] e eu todos os dias provamos cada uma das cubas e decidimos o trabalho que se vai fazer nelas nas próximas 24h. Não há uma receita, duas uvas iguais que entram para cubas diferentes podem dar vinhos totalmente diferentes. Por exemplo, quanto mais baixa é a temperatura, mais longa vai ser a fermentação; a quantidade de montagens (tirar o líquido que está no fundo das cubas e pôr por cima) também importa: se fizermos muitas, devemos ir obter um vinho com muita cor" explica o empresário, sobre o processo de fermentação do vinho.

"Mas a parte mais engraçada são as vindimas, quando as uvas seguem para a adega durante as primeiras horas da manhã (as vindimadas à máquina, as vindimadas à mão seguem ao fim da tarde). Dependendo do vinho que queremos produzir, vamos colocar as uvas em diferentes recipientes que vão desde talhas de barro, um método ancestral de se fazer vinho (trazido para o Alentejo há dois mil anos pelos romanos) ou então as cubas de inox mais, digamos, normais." Apesar de viver em Cascais, Alexandre Relvas acompanha todos os processos da produção de vinho da casa. É ele, aliás, que gosta de ser anfitrião da última parte da visita, que é opcional.

Almoçar na Herdade de São Miguel, uma refeição preparada pela governanta da herdade, que bem sabe fazer as delícias da cozinha alentejana e que, por norma, apresenta o tradicional borrego alentejano com batatas no forno. À mesa, claro, não pode faltar o vinho da Casa Relvas. Seja ele Herdade de São Miguel, Herdade da Pimenta, Cicónia, ART.TERRA, Segredos de São Miguel, Monte dos Amigos (apenas alguns exemplos) ou até o Pé de Mãe (proveniente de uvas das castas de Aragonez, Castelão e Trincadeira) o especial da casa – vinho é o que não pode falar. Sempre acompanhado de uma boa conversa, e uma mesa cheia de amigos, claro.

Onde? Herdade da Pimenta - S. Miguel de Machede, Évora  Reservas 266 988 034 ou enoturismo@herdadesaomiguel.com (a partir de €10). 

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