Georgina Rodríguez e Melania Trump. O significado dos looks no jantar da Casa Branca
Entre o azul profundo de costas abertas da companheira de Cristiano Ronaldo e o esmeralda escultural da primeira dama norte-americana, a noite revelou-se uma verdadeira coreografia de poder, estilo e presença.
Georgina Rodríguez chegou ontem ao salão Leste da Casa Branca exatamente como gosta de entrar em qualquer sala: a roubar discretamente o protagonismo. Ao lado de Cristiano Ronaldo, convidado de honra no jantar dado por Donald Trump ao príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, a modelo escolheu um vestido azul-marinho com as costas completamente descoberta, visível na selfie viral partilhado pelo investidor David Sacks, onde surge ao lado de Ronaldo, Elon Musk, Gianni Infantino e membros da administração norte-americana. Os detalhes do vestido de Georgina ainda não foram divulgados – e há mesmo publicações que admitem não ter conseguido “descodificar” o look completo da companheira de Ronaldo a partir das poucas imagens oficiais do jantar. Mas o que se vê é suficiente para perceber a intenção: um azul profundo, clássico, a jogar com o protocolo da Casa Branca, combinado com uma silhueta muito fiel ao seu ADN estético – corpo marcado, sensualidade assumida e aquele gesto de mostrar as costas que usa como assinatura em muitas das suas aparições de gala.
Num contexto de diplomacia de alto nível, o vestido funciona quase como tradução visual da própria narrativa de Georgina: de vendedora de loja em Madrid a presença na mesa principal de um jantar na residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O azul-marinho, cor associada a sobriedade e confiança, equilibra a ousadia da parte de trás descoberta; não é um brilho metálico nem um branco nupcial, é um tom “institucional” que a integra no ambiente político, sem abdicar da sua marca registada de sedução. Ao lado dela, Cristiano surge num smoking preto clássico com laço e um broche circular com brilhantes, também descrito pela imprensa espanhola, reforçando a ideia de casal coordenado mas não redundante: ele mais tradicional, ela a carregar a dose certa de dramatismo de tapete vermelho dentro de um salão histórico.
Se Georgina chegou como estrela convidada, Melania Trump tomou o espaço como verdadeira dona da casa. Para o mesmo jantar, a primeira-dama escolheu um vestido verde esmeralda, de alta-costura Elie Saab, em tecido elástico cintado, com um drapeado ao centro e saia comprida em linha evasé. O modelo, avaliado em cerca de quatro mil euros, foi descrito pela imprensa espanhola e norte-americana como o grande look da noite, uma escolha de impacto para receber o príncipe saudita num momento em que a política se mistura sem pudor com o glamour. Melania completou o coordenado com stilettos no mesmo tom de verde e brincos trepadores de diamantes, deixando o cabelo solto, em ondas largas, a cair sobre os ombros – um clássico da sua imagem pública. O resultado é um look muito alinhado com o que se espera de uma primeira-dama versão “luxo absoluto”: referências claras à alta-costura libanesa, um código de cor que remete para riqueza e poder, e joalharia sem qualquer vontade de ser discreta.
Não podemos deixar de olhar para estes dois looks quase como uma conversa silenciosa: Melania escolhe o verde esmeralda, a alta-costura consagrada, o protocolo da anfitriã que domina o espaço. Georgina responde com um azul profundo mais jovem, um desenho que se mostra sobretudo quando ela se vira – apropriado para alguém que não precisa do púlpito para ser vista, porque circula entre mesas, flashes e telefones levantados. Num jantar em que Trump cita Cristiano no discurso e revela que o filho Barron “o respeita [agora] um pouco mais” por lhe ter apresentado o ídolo, a moda funciona como segundo guião: o vestido de Melania sustenta a imagem da “primeira-dama joia”, quase monárquica; o de Georgina encarna a diplomacia soft power do futebol e das redes sociais, onde uma selfie com Musk vale, em termos de alcance, quase tanto como a foto oficial com as bandeiras ao fundo.
Sem inventar simbolismos excessivos, há leituras que se impõem: o verde esmeralda de Melania é cor de pedra preciosa, de riqueza evidente. O azul-marinho de Georgina é mais democrático, mais próximo do dress code clássico de gala, mas ganha profundidade com o jogo de pele nas costas. Juntas, as duas paletas criam um contraste interessante entre tradição e nova influência global. O vestido de Melania, com drapeado central e corpo bem armado, sublinha a ideia de controlo e solenidade. O de Georgina, tal como é descrito e captado nas imagens, parece mais fluido e colado ao corpo, mais pensado para o movimento – para se ver a cada vez que ela se levanta, se vira, abraça alguém. Melania representa a instituição – recebe, brinda, posa junto às bandeiras. Georgina representa o poder da cultura popular e do desporto: chega com Cristiano, senta-se na zona nobre da sala, entra no discurso do presidente como convidada de honra indireta e, sobretudo, domina a narrativa digital da noite.
Os melhores looks dos Governors Awards 2025
A cerimónia anual que celebra os prémios concedidos pelo Conselho de Governadores da Academia e os Oscars Honorários, realizou-se ontem, 16 de novembro, em Los Angeles. Eis os melhores looks da passadeira vermelha.
Lizzy Hadfield: “Gosto de vestir o mesmo todos os dias”
Com um olhar tranquilo e uma abordagem honesta à moda, Lizzy Hadfield tornou-se uma referência do estilo consciente. Entre a leitura, a rotina criativa e a vida nas grandes cidades, encontra inspiração nos detalhes e transforma a simplicidade numa assinatura pessoal.
Moda e política podem andar juntas? Michelle Obama defende que sim
A ex-Primeira-Dama revela como cada peça que vestiu ao longo da carreira carregou uma mensagem.