A celebração da feminilidade em Nova Iorque com Magda Butrym

A H&M uniu-se à designer polaca para lançar uma coleção em que a rosa floresce como símbolo de força e romantismo. A Máxima esteve presente neste encontro entre tradição eslava e design contemporâneo, num evento que transformou Brooklyn num jardim encantado.

08 de abril de 2025 às 14:41 Safiya Ayoob

Estar em Nova Iorque, a convite da H&M, para testemunhar o lançamento da nova coleção em colaboração com Magda Butrym, foi mais do que assistir a um evento de moda – foi viver um momento em que o romantismo, a força feminina e o savoir-faire se entrelaçaram numa ode visual à beleza e ao empoderamento. A cidade que nunca dorme vestiu-se de flores e encantamento, e a Máxima esteve lá, no coração desse cenário que transformou Brooklyn num jardim eslavo contemporâneo.

Foto: @H&M
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O convite surgiu no âmbito da apresentação oficial da coleção H&M x Magda Butrym, uma parceria inédita entre a gigante sueca e a designer polaca, conhecida pelo olhar delicado mas poderoso sobre a feminilidade. No dia do evento, a imprensa internacional teve a oportunidade de participar numa conversa exclusiva, de tom íntimo e revelador, com Magda Butrym e Ann-Sofie Johansson, diretora criativa da H&M. Foi um momento de escuta atenta, onde se partilharam ideias, inspirações e sobretudo a vontade de criar algo que transcendesse tendências – algo que falasse diretamente ao corpo e ao coração das mulheres.

Foto: @H&M

A coleção, que chega às lojas no próximo dia 24 de abril, celebra os dez anos da marca Magda Butrym e incorpora algumas das suas peças mais icónicas, revisitadas com o toque vibrante e acessível da H&M. O motivo central é a rosa, símbolo por excelência da marca e da visão de Magda sobre o feminino: uma flor simultaneamente frágil e destemida, suave e audaz. Das rendas em croché aos vestidos vermelhos com folhos que parecem verdadeiros ramos em movimento, passando pela alfaiataria de ombros marcados e casacos de couro em tons vínicos, a coleção traduz-se numa fusão de ousadia e romantismo, tradição e modernidade.

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Foto: @H&M

Na entrevista que a Máxima fez a Magda e a Ann-Sofie – e que pode ser lida na íntegra – fica claro que esta colaboração não é apenas uma coleção de moda, mas uma afirmação de identidade e propósito. "Espero que as mulheres se sintam com poder quando usam os nossos modelos", afirmou Magda na entrevista. A diretora criativa da H&M complementou: "A coleção está cheia de vitalidade e alegria e demonstra a capacidade excecional de Magda para interpretar a feminilidade contemporânea."

Foto: @H&M

À noite, tudo ganhou vida. O One Hanson Place, edifício emblemático de Brooklyn, foi palco de uma festa imersiva que mais parecia saída de um sonho – ou de um poema visual. Entre instalações florais monumentais, cocktails infundidos com pétalas e música ao vivo, a coleção foi apresentada de forma orgânica, vestida por mulheres que a representam na sua diversidade e autenticidade. Irina Shayk, Chloe Sevigny, Nara Smith, Amelia Gray, Ana Rujas e tantas outras deram corpo às peças, dançando e desfilando num ambiente que rejeitou a rigidez das passerelles e celebrou, antes, o movimento e a vida real.

Foto: @H&M

As atuações de Charlotte Lawrence e Kelela embalaram a noite com intensidade emocional, enquanto os DJ sets de Soo Joo e Fifi aqueceram a atmosfera já efervescente. Cada convidada parecia interpretar a coleção à sua maneira: umas com vestidos em jersey plissado com rosas esculpidas no decote, outras com peças de alfaiataria estruturada ou casacos oversized em couro. A fluidez dos tecidos, a presença constante do estampado floral e o diálogo entre cor, forma e textura deixaram claro que esta coleção foi pensada não só para vestir o corpo, como também para contar histórias.

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Foto: @H&M

Magda Butrym não escondeu a emoção ao ver o seu trabalho interpretado por tantas mulheres diferentes, cada uma com uma aura própria. "Senti-me honrada por ver a coleção ganhar vida em tantas mulheres fantásticas esta noite", disse a designer. A homenagem à herança eslava, presente em cada costura, fez-se sentir, não apenas como referência estética, mas como um apelo à autenticidade e ao orgulho das raízes.

Foto: @H&M

A colaboração Magda Butrym x H&M é, acima de tudo, um lembrete de que a moda pode ser um meio de empoderamento silencioso, mas eficaz. Que pode florescer em qualquer lugar, até mesmo no meio do caos de Nova Iorque. E que, quando feita com intenção e alma, é capaz de unir o artesanal e o acessível, o local e o global, o passado e o futuro.

Foto: @H&M
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