Uma Thurman revela "o seu segredo mais sombrio"
A atriz de 51 anos escreveu uma coluna no jornal The Washington Post para falar sobre um episódio pessoal que a marcou quando tinha apenas 15 anos, e que envolveu uma decisão difícil. Tudo para contestar a nova lei antiaborto adotada no Texas.

"Tenho acompanhado a evolução da lei antiaborto no Texas com grande tristeza e um sentimento próximo de horror", começou por escrever Uma Thurman num texto publicado no The Washington Post na úlima terça-feira, 21 de setembro. A atriz
protestou contra a decisão legislativa do estado do Texas sobre o aborto, descrevendo-a como uma "ferramenta discriminatória". Neste estado, a lei proíbe qualquer aborto após seis semanas de gravidez.

Por esta razão, a atriz de 51 anos decidiu partilhar a sua própria experiência e revelou que na adolescência recorreu à interrupção voluntária da gravidez. "Comecei a minha carreira de atriz aos 15 anos e cresci num ambiente onde muitas vezes era a única criança na sala", explicou. "No final da adolescência, acidentalmente engravidei de um homem muito mais velho" recorda a atriz, que na altura andava a viajar pela Europa e ia começar um novo trabalho. Decidiu contactar os pais para lhes contar e pedir auxílio. "Nunca tínhamos conversado sobre sexo antes; foi a primeira vez que isso aconteceu, e foi terrível para todos nós" recorda. "Eles questionaram-me acerca da situação do meu relacionamento – que não era viável - e avisaram-me como seria difícil criar um bebé sozinha durante a minha adolescência."
Decidiram, em conjunto, que o melhor seria fazer um aborto. "Ainda assim, eu estava com o coração partido", disse. Na altura, um amigo alemão ofereceu-se para acompanhar a atriz durante o procedimento, que Thurman lembra pela frieza. "Eu estava deitada, acordada, na mesa de operações, enquanto o médico, que era um homem adorável, me explicava cada etapa do processo", escreveu. Doeu-me terrivelmente, mas não reclamei. Eu tinha interiorizado tanta vergonha que senti que merecia essa dor."
Uma Thurman insistiu no "sofrimento" causado por este episódio, que se transformou no seu "segredo mais sombrio". Mãe de Maya, nascida em 1998, Levon, nascido em 2002, e Rosalind, nascida em 2012, afirma: "concebi os meus filhos com homens que eu amava e nos quais tinha confiança suficiente para ousar fazer nascer um bebé", disse. "E não estou arrependida. Mas aplaudo e apoio as mulheres que fazem uma escolha diferente."

Deixa ainda uma mensagem às mulheres do Texas. "A todas vocês - às mulheres e meninas do Texas, que têm medo de serem traumatizadas e assediadas (...) -; a todas as mulheres em choque por serem privadas dos seus direitos pelo estado; e para todas vocês que são vulneráveis e humilhadas porque têm um útero - eu digo, "eu vejo-vos". Tenham coragem. Vocês são maravilhosas. Lembram-me as minhas filhas."

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