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Celebridades

Na Rota do Ouro: Sara Carmo & Victoria Kaminskaya

Fomos conhecer e fotografar cinco atletas que integram a delegação portuguesa aos Jogos Olímpicos antes de partirem para do Rio de Janeiro e dedicamos-lhes o artigo Na Rota do Ouro na edição de agosto da revista. No dia em que cada uma delas se estreia na competição recuperamos os seus testemunhos.

08 de agosto de 2016 às 12:00 Máxima
Sara Carmo, Vela
 
A vela era o desporto da família, mas Sara levou-o tão a sério que é justo concluir que se tornou a melhor entre todos. Tem 29 anos e esta é a sua segunda participação em Jogos Olímpicos. A atleta já esteve em Londres há quatro anos, depois disso terminou o curso de arquitetura e trabalhou na área. O ano de 2016 foi totalmente dedicado ao desporto e uma qualificação que confessa ter sido sofrido e, talvez por isso mesmo, motivo de ainda maior orgulho.
 
Começou como um desporto de família
"Foi a minha família que me introduziu. O pai, a mãe, o irmão. Tenho um irmão mais velho e uma irmã mais nova. O irmão mais velho começou a praticar vela primeiro do que eu, comecei a acompanhá-lo também nos treinos, a introduzir na modalidade, a achar interessante e digamos que foi o desporto ou a modalidade de família. O percurso foi surgindo de uma forma gradual."
 
Conciliar a vela com a arquitetura
"Ao longo da minha vida tenho tentado conciliar sempre as duas vertentes, isto é, a vertente desportiva e a vertente académica. Sou licenciada em Arquitetura. Conclui o meu curso com a entrega da tese depois da minha participação em Londres 2012, em 2013. Até lá fui sempre conciliando aulas e vela. A partir de 2013 até 2016 trabalhei como arquiteta, nunca descurando a parte desportiva. Dei sempre prioridade consoante a época em que me encontrava. A partir do fim de 2015 tive de tornar-me atleta profissional, apesar de ter de trabalhar ainda como freelancer na área da arquitectura."
 
Os sacrifícios da carreira desportiva
"Fui fazendo muitas opções ao longo da minha vida que foram direcionadas com o objectivo de conseguir resultados desportivos. Óbvio que há muitos momentos em que pode nos apetecer fazer algumas coisas, como se calhar uma noite de festa em que não podemos porque no dia a seguir temos de ir treinar e vamos estar cansados. O tempo com os amigos e com a família também está bastante condicionado. São tudo situações em que temos de escolher e quando os objectivos estão na vertente desportiva é óbvio que tudo o resto passa para segundo plano."
 
O dia-a-dia na vela
"Está bastante organizado entre horas de treino, horas de descanso e alimentação. Tento ter também momentos em que descontraio, mas gosto de acordar muito cedo para começar logo o dia no ginásio - sabe-me bem, fico mais ativa - e depois vêm os treinos de mar, a alimentação e ao fim do dia ou relaxo com alongamentos ou com um passeio ou qualquer coisa que me faça descontrair.
Não é só irmos para a água e treinarmos. Também são importantes as horas de descanso, como as horas a que comemos, o que comemos, a preparação física que também fazemos para complementar as horas no mar. É tudo um conjunto de coisas que temos de organizar na nossa vida, para depois o resultado ser positivo e isso carece de muito tempo e deixa-nos sem tempo e disponibilidade mental para outras actividades."
 
As lições que a competição já ensinou
"Nunca baixar os braços. A competição dá-nos grandes lições de vida porque põe-nos os pés assentes na terra no sentido em que nos faz saber que não somos super-homens nem super-mulheres porque não controlamos tudo e, às vezes, acontecem situações em que só nos cabe sermos positivos, olharmos para elas e pensar ‘como é vamos dar a volta à situação?’ e não nos sentirmos derrotados. Estou a falar de lesões e de situações climatéricas. É imprevisível. Isso é uma lição de vida, porque a vida é mesmo assim."
 
Victoria Kaminskaya, natação
 
Aos seis anos veio da Rússia para Portugal e aos 16 deixou a família em Peniche e fez do centro de alto rendimento de Rio Maior a sua casa onde conciliou o ensino secundário com a natação. Agora, três anos depois, Victoria vive a primeira participação em Jogos Olímpicos. Segue-se uma nova mudança, desta vez para Lisboa, onde a atleta vai começar o seu percurso universitário e também vai estar mais perto do clube que representa, o Estrelas de São João de Brito.
 
As primeiras "braçadas" na natação
"Eu nasci na Rússia e vim para Portugal quando tinha seis anos. Fazia ginástica e quando vim para cá, no sítio onde eu estava, era muito normal as crianças da minha idade irem para a piscina, porque tínhamos piscinas municipais e foi aí. Fui para a piscina e com o passar dos anos fui melhorando, entrei na pré competição e chamaram-me para a competição. Eu gostava mesmo muito de nadar e pronto!"
 
Uma segunda casa em Rio Maior
"Eu sou de Peniche, mas tive de sair de casa e vir aqui para o centro de alto rendimento, por minha opção. E tive de abdicar dos meus amigos e deixar os meus pais, estou aqui a viver e estudei aqui e só vou a casa aos fins de semana, às vezes nem isso."
 
O dia-a-dia no centro de alto rendimento
"Eu não estudei este ano, mas eu treino com um grupo de jovens mais novos que ainda estavam na escola. Como a escola acabou nós agora treinamos de manhã, das sete às nove, depois temos o ginásio das 10 às 11, depois temos uma pausa até à hora de almoço, depois é o almoço ao meio dia e meia, depois para nós é mesmo fundamental termos a nossa sesta, o nosso descanso, antes do treino da tarde que é às três. Depois ficamos na água até às cinco outra vez e às sete temos outra vez ginásio ou crossfit. E às terças e sextas feiras temos a recuperação à tarde: o jacuzzi ou fisioterapia ou sauna. E assim é o meu dia, todos os dias. No sábado só temos um treino de manhã e depois estamos de folga sábado à tarde e domingo o dia todo."
 
Uma lição para o desporto e para a vida
"Quando estudei o que eu aprendi foi a conciliar as coisas: os estudos e os treinos. Para conseguirmos alcançar alguma coisa o esforço e a dedicação são o mais importante. E é para tudo, não só no desporto."

 

Por Carolina Carvalho.

Fotografia de Gonçalo F. Santos.

Realização de Susana Marques Pinto

*Leia também a entrevista a Telma Santos e Ana Rente.

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