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Celebridades

Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012: As vencedoras

 O júri escolheu, as leitoras votaram e a decisão foi tomada. Conheça as vencedoras Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012.

Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012: As vencedoras
Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012: As vencedoras
31 de janeiro de 2013 às 07:37 Máxima

A Máxima, em associação com o Jornal de Negócios, realiza a 13ª edição do Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012.

Num momento especialmente exigente da economia, o papel das mulheres na liderança é decisivo. Reconhecer aquelas que se destacam por contribuírem para o futuro do País é uma forma de dar a devida importância à sua liderança.

Sandra Correia, presidente da Novacortiça, e Ana Bela Pereira da Silva, presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias, foram as mais votadas para Mulher de Negócios e Executiva do Ano 2012, respetivamente. Maria Cândida Rocha e Silva foi distinguida pelo júri com o Prémio Carreira 2012. Empreendedoras e líderes por natureza.

 

MULHER DE NEGÓCIOS DO ANO

SANDRA CORREIA

Meia hora de reiki e de meditação, algum exercício físico e muito trabalho. É esta a receita dos dias de Sandra Correia. Não são feitos de cortiça, mas parecem ter uma resistência e durabilidade a toda a prova, tal como o material que a fundadora da Pelcor ajudou a reinventar.

Quando tudo parece falhar, Sandra Correia tem um truque só dela: veste o fato de bodyboard e faz-se às ondas. A ideia não é esquecer os problemas (como reconhece, não é mulher de enfiar a cabeça na areia), mas sim encontrar energia e novas formas de lidar com eles. O positivismo é um dos traços mais marcantes no caráter desta empresária de 41 anos. Mas existem outros: a determinação, a capacidade de trabalho, a perseverança. Só assim se explica o sucesso da Pelcor, empresa que fundou há uma década.

Licenciada em comunicação empresarial, Sandra cedo deu mostras de não se conformar com qualquer tipo de limitação à sua realização pessoal. “Quando acabei o curso, fui trabalhar para uma companhia de seguros... Mas rapidamente decidi sair.” Porquê? Não a deixavam usar calças de ganga. “As regras não nos devem impedir de ser quem somos e, às vezes, vale a pena quebrá-las para mostrarmos isso mesmo.” Em 1994, regressou ao Algarve, para trabalhar na empresa da família, a Novacortiça S.A., da qual é hoje presidente executiva. “A ideia era aplicar o que tinha aprendido.” Começou por se inteirar da função de cada funcionário, dominou cada etapa do processo, cumpriu os requisitos de qualidade que clientes internacionais como a Moët & Chandon exigiram. “Com a construção da nova fábrica, na zona industrial de São Brás de Alportel, assumi o controlo do laboratório e dos processos de qualidade e tomei a iniciativa de ir visitar clientes franceses como a Dom Perignon. Aprendi a conhecer a cortiça como as palmas da minha mão.”

A  entrega do Prémio Mulher de Negócios 2012 tem lugar no dia 5 de fevereiro, pelas 17h00. E contará entre outras coisas com:

. Mensagem da Vice-Presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding (vídeo)

. Intervenção da vencedora na categoria Mulher de Negócios 2011, Isabel Vaz, Presidente da Comissão Executiva, Espírito Santo Saúde

. Mesa redonda: A Gestão em Tempo de Crise no Feminino. Moderação por Laura Luzes Torres, Directora, Máxima, e Rita Neves, Jornalista. E participação de Ana Paula Laborinho, Presidente, Instituto da Cooperação e da Língua, IP; Isabel Capeloa Gil, Vice-Reitora, Universidade Católica Portuguesa; Maria da Glória Ribeiro, Fundadora e Managing Partner, AMROP; Telma Barcelos, Administradora, Grupo Barcelos

Aos 25 anos era a grande exceção de um universo maioritariamente masculino. Passou a representar o pai e acabou por conquistar a confiança dos seus pares, conseguindo importantes contratos e vendas. “Às tantas já era eu que ia comprar a cortiça ao mato... Assumi-me.” Foi também de Sandra que partiu a ideia de aproveitar a cortiça que tinham em stock, depois dos números de vendas de champanhe na passagem do milénio terem ficado aquém das expectativas. “Em 2001 e 2002, ficámos com matéria-prima excedente. Disse ao meu pai que precisávamos de uma solução para escoar esse material. Desenvolvemos, então, o primeiro guarda-chuva em pele de cortiça.” O mesmo guarda-chuva que levou consigo, em 2002, quando a Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias (APME) a convidou a participar no Congresso Internacional de Mulheres Empresárias (CIME), em Almeria. “A aceitação foi tão grande que percebi que havia espaço para este tipo de produtos. É então que nasce a Pelcor.”

O resto é o que já se sabe. Em dez anos, a Pelcor não só revitalizou a indústria da cortiça como ajudou a desconstruir a imagem de que este é um material exclusivamente rústico e tradicional. Para isso, muito contribuíram contratações como as de Eduarda Abbondanza, diretora criativa da marca, e uma equipa de jovens designers. “Estamos a mostrar que a cortiça também pode ser um produto trendy”, explica Sandra, sublinhando a importância do investimento não só a nível da renovação da loja (recentemente nomeada para os Fashion Awards) mas também da comunicação. Em maio, a mais recente coleção da Pelcor foi apresentada em Londres, estando representada em pontos-chave como a loja do MoMA, em Nova Iorque. “O sucesso é um estado de espírito”, considera a mulher que o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu das Mulheres Empresárias consideraram a Melhor Empresária da Europa em 2011. Sandra Correia não só não se assusta como abraça a responsabilidade: “A verdade é que nunca esperei ganhar estes prémios tão cedo.”

 

EXECUTIVA DO ANO >>


EXECUTIVA DO ANO

ANA BELA PEREIRA DA SILVA

Já foi contra o sistema de quotas mas hoje é a favor, porque não há tempo a perder. A presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias é exemplo da máxima que defendeu a vida inteira: o talento não tem género. “E, hoje, mais do que nunca, precisamos de muito talento.”

Queria ser médica, mas um anúncio de jornal que falava de um novo curso de regime tutorial, na Universidade Católica, mudou-lhe os planos. “Muitas vezes pensamos que vamos seguir um caminho e depois há circunstâncias que nos empurram para outro.” Assim, e apesar de o rumo não ter sido o inicialmente previsto, Ana Bela parece ter cumprido o seu desígnio de ajudar a salvar vidas, ainda que de uma forma diferente. Mas vamos por partes...

Começou a trabalhar durante o primeiro ano da faculdade, como au pair. “Saí porque, depois do 25 de abril, vieram imensos estudantes das ex-colónias e não havia professores suficientes. Foi então que concorri a um miniconcurso para o liceu Pedro Nunes. Quando acabei a licenciatura, já casada, ainda estava a dar aulas de matemática”. Entretanto, trocou a escola por uma empresa especializada em desenvolvimento e planeamento regional, “área que adorava”, e, mais tarde, entre 1981 e 1991, foi Assessora e Consultora dos Conselhos de Administração dos Correios e das Telecomunicações de Portugal. “Quando engravidei, aos 36 anos, fui convidada a ir para Bruxelas como perita nacional – fui a primeira pessoa a ir, de Portugal, com esta categoria. Foi das sensações mais fortes da minha vida: estar na Gare du Midi, ver o comboio a partir e ficar ali, grávida, sozinha. Mas se tivesse perdido a oportunidade iria passar a vida a pensar nisto.”

Quando regressou a Portugal ainda ficou algum tempo nos CTT, mas acabou por sair para a CON.PRO., uma empresa de consultoria que havia criado, com seis sócios. “Para crescer, a CON.PRO precisava que alguém se dedicasse a ela e fui eu quem tomou essa decisão”, recorda. A empresa acabou por ser um embrião de outros projetos, nem todos bem-sucedidos. “A vida é feita das duas coisas, é importante que se perceba isso, e eu tive a minha dose de insucessos. O insucesso por si não é importante, mas sim a forma como reagimos e aprendemos com ele. E eu sempre reagi de uma forma lutadora. Nunca me movi pelo dinheiro, o meu objetivo passou sempre mais pela realização.” É no desenrolar deste percurso que a encontramos hoje, numa das salas de reunião da EPAR, Cooperativa de Desenvolvimento, Ensino, Formação e Inserção, instituição que cofundou em 1991 e a que preside desde 1999. “Esta cooperativa nasceu numa altura em que o Governo resolveu implementar o ensino profissional através do setor privado. Tínhamos uma experiência enorme em termos de formação profissional e um bom relacionamento com as empresas, que acabaram por ser mais-valias.” Se este é, ainda hoje, considerado “um desafio muito grande”, a direção da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias (APME), que ocupa desde 1993, é definida como uma espécie de voluntariado. “Quando vim de Bruxelas desenvolvi, com fundos comunitários, um projeto para Potenciais Mulheres Empresárias, o PME. Fiquei fascinada porque vi a possibilidade de criar um programa integrado e apaixonei-me pelo tema do empreendedorismo, que cá ainda não estava explorado.” Muito mudou entretanto. E muito continua por mudar. “A grande pedrada no charco foi o estudo feito pela Fortune, nos EUA, em que se chegou à conclusão de que as grandes empresas que tinham mulheres nos seus conselhos de administração eram mais rentáveis. Até há poucos anos não havia, em Portugal, dados efetivos sobre a nossa realidade e, para que se possam tomar medidas, é importante conhecer bem a realidade. A APME continua a fazer um esforço de estudo estatístico e a demonstrar, junto dos vários Governos, que o potencial empreendedor feminino é muito grande. Trata-se de criar as condições para que possa florescer.”

 

PRÉMIO CARREIRA 2012 >>


PRÉMIO CARREIRA 2012

MARIA CÂNDIDA ROCHA E SILVA

“A gente aprende, a nossa natureza responde.” Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa, falava do empenho exigido a quem diariamente trabalha consigo. E, sem se dar conta, pronunciava aquela que podia ser a máxima da sua vida.

Filha de uma família tradicional de Vila do Conde, Maria Cândida nasceu e cresceu num ambiente de harmonia e proteção. Os estudos seguiram o rumo esperado, tal como a vocação encontrou o caminho definido, com as disciplinas Clássicas a desenharem-se no horizonte de uma mulher que sempre soube que seria na área das Humanidades que iria desenhar o seu percurso. Entretanto, o destino trocou-lhe as voltas. Casou antes de completar a licenciatura e trocou Portugal por Angola, mais precisamente Luanda, onde o chamamento de uma vida tropical e as saudades da irmã mais velha falaram mais alto. “Foi uma aventura extraordinária. A vida no Porto era muito fechada, Luanda não era assim. As pessoas divertiam-se, arranjavam-se. Era muito diferente da forma como vivia cá.” Três anos depois, surgia um novo desafio: o marido, engenheiro de profissão, foi trabalhar na Diamang, a Companhia dos Diamantes, localizada junto à fronteira com o Congo Belga. Maria Cândida (que, na altura, já tinha tido a sua primeira filha) acompanhou-o. “Tínhamos uma casa muito bonita, empregados. Havia hospitais bem apetrechados, escolas, cinema, uma biblioteca extraordinária... Mas era como viver numa gaiola dourada. Estávamos isolados. Não havia sequer circulação de moeda.” Quando o seu pai lhe pediu que regressasse não hesitou. “Foi uma decisão abençoada.”

Se a sua vida fosse um filme, esta seria a altura em que surgiria o separador da segunda parte. Não que a jovem esposa e mãe tenham desaparecido em nome da empresária, mas só nesta fase é que o seu perfil profissional se começa a desenhar. Em 1970, chega então à L. J. Carregosa & C.ª, Lda., empresa fundada em 1833 por Lourenço Joaquim Carregosa para negociar em divisas e da qual o seu pai se havia feito sócio na década de 40. “Nos anos 50, a Casa Carregosa já fazia Private Bank sem o saber: as pessoas eram atendidas pelos patrões, ao balcão.” A jovem Maria Cândida começou por aprender o negócio, passou a secretariar o pai e, quando foi considerada apta, desceu. “Ali era ao contrário: quando se subia na vida, descia-se no edifício.”

Com a abertura da Bolsa do Porto inaugura-se um novo capítulo na vida profissional desta mulher, que acabou por tornar-se a primeira Corretora Oficial da Bolsa Portuguesa, em 1981. “Nessa altura ninguém estava muito interessado em ser corretor. Era uma profissão liberal, não dava direito a nada... Mas como tinha prática de títulos decidi ir. Foi a travessia do deserto, mas tinha vantagens: a experiência e a retaguarda.”

O facto de ser mulher nunca a limitou. Pelo contrário. A reputação de Maria Cândida Rocha e Silva precedia-a e eliminava qualquer tipo de preconceito. “Nos anos 90, a lei mudou: os bancos tinham os seus próprios corretores, funcionando em sociedade. Fui escolhida pelo Banco Santander.” A sociedade não durou muito mas os resultados foram compensadores: “Permitiram-me criar a minha própria corretora que, depois, se transformou em financeira de corretagem e, mais tarde, em banco.” O Banco Carregosa foi aprovado pelo Banco de Portugal em junho de 2008 e começou a funcionar em 2009. “Era importante manter o nome Carregosa. É o tal capital de confiança a que procurei dar continuidade. Não somos um banco comercial, não queremos publicidade, só queremos ser conhecidos por alguém que ouviu dizer que fizemos bem.” E houve quem o tivesse feito: os prémios (atribuídos pela World Finance e pela revista Exame) estão aí para o provar. “Fomos considerados, à nossa dimensão, o banco que mais cresceu de 2011 para 2012. Fechámos o ano com resultados muito bons.” Cansaço, nem vê-lo. “A vida tem sido leve. É isso que sinto. As coisas boas são mais do que as más, deve ser por isso. E é por essas que eu vivo.”

 

O PRÉMIO >>


O PRÉMIO

Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012

Criado há duas décadas pela fundadora e antiga diretora da revista, Madalena Fragoso, o Prémio Máxima Mulher de Negócios conta uma vez mais com o apoio do Jornal de Negócios.

Categorias

  1. Mulher de Negócios do Ano. Destinado a empresárias, presidentes e administradoras de empresas, mulheres que atingiram o topo das suas carreiras e que estão na primeira linha da liderança das empresas
  2. Executiva do Ano. Destinado a diretoras e executivas de primeira linha, bem como a empreendedoras que estão a caminho do topo, constituindo a próxima geração de líderes

Processo de seleção

1. Escolha das nomeadas: um júri constituído pelos diretores de publicações económicas e pelos editores de economia e de negócios dos media, presidido pela diretora da Máxima, Laura Luzes Torres, fez uma pré-seleção de 21 nomeadas para as duas categorias do prémio

2. Seleção das finalistas: as listas de nomeadas foram postas à votação das leitoras e leitores da Máxima e do Jornal de Negócios num canal criado especialmente para o efeito.

Cada uma destas duas etapas teve uma ponderação de 50 por cento.

As três primeiras nomeadas em cada categoria passaram à fase final de seleção

3. Apuramento da vencedora: um júri composto pelas anteriores vencedoras do Prémio Máxima Mulher de Negócios, presidido pela diretora da Máxima, escolheu as vencedoras de entre as três finalistas de cada categoria

 

Júri

O primeiro júri deste Prémio, responsável pelo apuramento das 21 nomeações que encontrará nas páginas seguintes, foi presidido por Laura Luzes Torres, diretora da revista Máxima (com voto de qualidade) e constituído por: Camilo Lourenço, comentador de assuntos económicos e colunista do Jornal de Negócios, Cristina Ferreira, jornalista de Economia do jornal Público, Graça Franco, Diretora de Informação da Rádio Renascença, Isabel Canha, diretora da revista de Economia e Negócios Exame, João Vieira Pereira, diretor-adjunto do Expresso, Maria João Vieira Pinto, diretora editorial das revistas Executive Digest e Marketeer, e Pedro Santos Guerreiro, diretor do Jornal de Negócios.

Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012: As vencedoras
1 de 4 / Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012: As vencedoras
Mulher de Negócios do Ano
2 de 4 / Mulher de Negócios do Ano
Executiva do Ano
3 de 4 / Executiva do Ano
Prémio Carreira 2012
4 de 4 / Prémio Carreira 2012
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