Lizzo quebra silêncio e reage às acusações de assédio. "Sei que não sou a vilã"

A cantora norte-americana recorreu às redes sociais para se pronunciar sobre as acusações de que tem sido alvo nos últimos dias por parte de três ex-dançarinas e também por parte da realizadora Sophia Nahli Allison, com quem trabalhou em 2019.

"Estes últimos dias têm sido extremamente difíceis e profundamente desapontantes. A minha ética de trabalho, os meus princípios morais e o meu respeito têm sido questionados. O meu caráter tem sido criticado. Normalmente, opto por não responder a alegações falsas, mas estas são tão inacreditáveis como parecem e são demasiado perigosas para não serem abordadas", começou por dizer. 

"Estas histórias sensacionalistas vêm de antigas funcionárias que já admitiram publicamente que lhes foi dito que o seu comportamento em digressão era inadequado e pouco profissional. Como artista, sempre fui muito apaixonada pelo que faço", declarou, explicando como a paixão pela música, o trabalho árduo e os critérios elevados que tem andam lado a lado. "Por vezes, tenho de tomar decisões difíceis, mas nunca é a minha intenção fazer alguém sentir-se desconfortável ou desvalorizado como parte importante da equipa. Não estou aqui para ser vista como uma vítima, mas também sei que não sou a vilã que as pessoas e os media têm dito que sou nos últimos dias."

Lizzo termina a declaração ao referir como se sente à vontade com a sua sexualidade, mas que "não pode aceitar ou permitir" que isso seja usado para a fazer parecer algo que não é. "Não há nada que leve mais a sério que o respeito que nós, enquanto mulheres, merecemos neste mundo. Sei o que é ser body shamed todos os dias e nunca criticaria ou despediria uma funcionária por causa do seu peso", confessa.

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Três antigas dançarinas da cantora avançaram com um processo judicial contra a mesma na passada terça-feira, no qual a acusam de assédio sexual, moral e laboral, de fat-shaming e ainda de criar um ambiente hóstil de trabalho, após alegadamente ter despedido uma das bailarinas depois desta ter ganhado peso. A queixa apresentada no Tribunal Superior de Los Angeles visa também a produtora Big Grrrl Big Touring, Inc. (BGBT) e uma pessoa descrita como "líder do elenco de dança", que se acredita ser a coreógrafa Shirlene Quigley.

Segundo a NBC News, Quigley está a ser acusada de fazer proselitismo, de simular atos sexuais à frente da equipa e de ridicularizar aqueles que fizeram sexo antes do casamento.

Após estas denúncias iniciais contra Lizzo, seguiram-lhe outras. A realizadora Sophia Nahli Allison relatou, nas suas redes sociais, a experiência de trabalho que teve com a artista, descrevendo-a como uma pessoa "arrogante, egocêntrica e cruel". Foi contratada para dirigir um documentário sobre a cantora, mas deixou o projeto após ter sido alegadamente maltratada. 

"Em 2019, viajei um pouco com a Lizzo para ser a realizadora o seu documentário. Saí depois de duas semanas", afirmou Allison. "Fui tratada com tanto desrespeito. Não me encontrava protegida, e fui lançada para uma situação horrível, sem grande apoio. O meu bom senso disse-me para fugir dali o mais depressa possível e estou grata por ter confiado no meu instinto", relatou, declarando que este tipo de abusos de poder acontece demasiadas vezes" e que embora tenha ficado magoada com a situação, já a conseguiu ultrapassar.

Sophia Nahli Allison afirmou ainda que a sua experiência não tinha sido única, e que tinha entrado em contacto com outras pessoas que relatavam situações semelhantes."A Lizzo cria um ambiente de trabalho extremamente tóxico e hostil, e desvaloriza o trabalho e a autoridade de outras mulheres negras no processo", acrescentou num outro story do Instagram, descrevendo-a como uma "bully narcisista".

O processo indica ainda que os dançarinos foram pressionados a assistir a um espetáculo erótico em Amsterdão e e a tocar nos artistas que atuavam. A cantora terá começado a "convidar os membros do elenco para se revezarem a tocar nos artistas nus, a pegar em dildos retirados das vaginas das artistas e a comer bananas colocadas nas vaginas das artistas", segundo a NBC News. 

A vencedora de quatro Grammy é ainda acusada de vários episódios de discriminação racial e religiosa e de, segundo o depoimento, ter obrigado o grupo de dançarinos a treinar durante 12 horas consecutivas, sem pausas para ir à casa de banho, depois de os ter acusado de estarem alcoolizados.

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