Celebridades acusadas de participar em esquema de admissão à universidade fraudulento
Mais de 50 pessoas foram acusadas de suborno para garantir que os seus filhos entravam em universidades de elite.

Esta terça-feira, 13, mais de meia centena de pessoas foram acusadas de estarem envolvidos num esquema de 25 milhões de dólares que garantia a entrada de alunos em universidades de elite - como Stanford, Yale, a Universidade do Sul da Califórnia (USC) e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) - através do pagamento de centenas de dólares à empresa The Edge College & Career Network.
Entre atrizes, um advogado conhecido, vários empresários e um designer de moda estão também acusados vários responsáveis pela admissão, tal como treinadores desportivos por terem aceitado subornos ou por terem pessoalmente admitido determinados alunos.

Entre as pessoas indiciadas pelo FBI, estão as atrizes Felicity Hoffman e Lori Loughlin. Hoffman e o Marido, William H. Macy, são acusados de terem "feito uma contribuição solidária", afirma a BBC, no valor de 15 mil dólares (13,3 mil euros) para que a sua filha mais velha entrasse na Universidade. Tentaram o mesmo esquema para a sua filha mais nova, mas acabaram por desistir. A atriz está acusada de conspiração para cometer fraude, mas William H. Macy não consta do processo.
Já Lori Loughlin e o marido, Mossimo Giannulli, são acusados de terem pago 500 mil dólares (aproximadamente 443 mil euros) para que as duas filhas fossem recrutadas para a equipa de remo da Universidade do Sul da Califórnia.
O esquema implicava fraudes como pedir a outras pessoas para fazerem o exame pelo aluno, garantir que quem corrigisse fizesse parte do esquema de forma a dar uma boa noite ou ainda pedir a treinadores que falsificassem credenciais atléticas para ajudarem os alunos a entrar na universidade.

O alegado líder do esquema seria William Singer, de 58 anos, que dirigia a The Edge College & Carrer Network e a ONG The Key World Foundation, que aconselha e ajudava alunos a serem admitidos nestas universidades de elite. Singer admitiu ser culpado do crime de extorsão, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Segundo a Reuters, disse em tribunal: "Sou absolutamente responsável".
As autoridades crêem que a maioria dos alunos não sabia do esquema e o FBI também não tem provas que as universidades estivessem envolvidas. Alguns dos alunos continuam a estudar nas instituições.
Segundo o procurador do estado de Massachusetts, os "principais responsáveis por esta fraude" são os pais e "as verdadeiras vítimas neste caso são os estudantes que trabalharam duro" e não foram admitidos em prol deste esquema fraudulento, citou o The New York Times.
Ainda de acordo com o mesmo jornal, o FBI sublinhou que para além da fraude, estes pais com maiores capacidades financeiras estão a roubar o lugar a alunos que se esforçaram mais, e que eventualmente podem ser menos privilegiados, da possibilidade de estudar nas melhores universidades do país.
