Esta quarta-feira, 10 de setembro, um grupo restrito de amigos, criadores de conteúdos e imprensa reuniu-se num jantar em Marvila, preparado pelas mãos da chef Michelin Marlene Vieira, para conhecer o próximo passo da marca Aura, de Helena Coelho - que celebra já três anos. Foi uma noite cheia de suspense, em que cada prato do jantar nos aproximava mais da revelação do novo produto desenvolvido pela equipa.
Ao longo das três etapas - entrada, prato principal e sobremesa - o desafio consistia em adivinhar quais os ingredientes em destaque e, a partir daí, tentar descobrir qual seria o produto que Helena, em parceria com O Boticário, tinha criado. As apostas iam desde uma nova paleta de sombras de olhos, a um creme, ou até mesmo uma linha de cabelo. Mas, a meio das conversas, começou a surgir um padrão de perguntas: “E se for um perfume?”
No final do jantar, Helena Coelho confirmou as suspeitas ao apresentar, com um vídeo de campanha, o novo lançamento: o Aura Eau de Parfum, descrito como um perfume que “cheira a sucesso”. Sentada num vestido que se enquadrava na perfeição no dress code, Helena contou-me: “Quando surgiu o convite para criar um perfume, a primeira coisa que o mestre perfumista me pediu foi para fazer uma lista dos perfumes que mais gosto da minha coleção.” A partir dessa lista, foram retiradas as notas principais de cada uma dessas fragrâncias queridas pela criadora de conteúdo. “Chegaram-nos dezenas de amostras com essas notas, combinadas com cítricos, com amadeirados, com doces… até que chegámos a quatro.” E quais são, afinal, as quatro notas preferidas de Helena Coelho que deram vida ao perfume? “É o âmbar, o musk [almiscarado], a madeira e o oud [resina rara com cheiro amadeirado]. Ao mesmo tempo tem também o lado doce, o gourmand, com notas que nos fazem lembrar comida, quase palatáveis.”
A verdade é que a fragrância desenvolvida pode não agradar a todos, nem foi pensada para ser "comercial". Helena explica que quis traduzir memórias e lugares de que gosta: Dubai, Marrocos, os baklavas da Turquia… O resultado é um perfume gourmand que se abre com uma explosão vibrante de bergamota italiana, pêra e maçã, realçada pela intensidade da noz-moscada e da folha de canela. No coração, sobressai a flor de Osmanthus, intensa e aveludada, que se entrelaça com o acorde gourmand de baklava - sobremesa feita com massa folhada fina, pistáchios e mel - trazendo a faceta viciante e adocicada da composição. Já as notas de fundo revelam-se quentes e profundas, com patchouli, vetiver, musgo, âmbar e musk, que conferem personalidade, durabilidade e um rasto magnético.
O processo de escolha não foi simples. De quatro finalistas, a equipa afinou para dois, após inúmeros testes. "Demorei muito tempo a experimentar cada um, também noutras pessoas próximas, para perceber se deixava rasto, etc. Ficámos muito indecisos entre dois: um extremamente comercial, fácil de gostar, e este, que considerámos mais diferente e irreverente."
Helena admite que a decisão não foi fácil: "Demorei até assumir que iria escolher o ‘menos comercial’, digamos assim. Mas hoje já me disseram aqui, e é algo que eu própria sinto, que se tivesse de descrever este perfume a alguém, diria que cheira a mim. Porque tem literalmente as notas que mais gosto, é um perfume que não só tem a minha assinatura, como é a junção de vários perfumes que fazem parte de mim."
Além do perfume, foi lançado também um creme corporal pensado para ser usado em conjunto. E aqui fica um review: usei os dois produtos e, passadas 9 horas, a fragrância mantinha-se tão presente e agradável como no momento da aplicação, adaptada ao pH da pele.