Catarina Palma é uma figura conhecida pela personalidade marcante e pela sua voz cativante na rádio, mas quem é ela quando o microfone está desligado? A somar à sua carreira como locutora, onde se destaca pela autenticidade e pela capacidade de criar uma ligação verdadeira com os ouvintes, Catarina é uma mulher que tem aprendido a equilibrar a vida pública e a privada, com todas as pressões e desafios que isso envolve. Licenciada em Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa, tem agora 31 anos.
Em conversa, falámos sobre vários aspetos da sua vida pessoal e profissional, abordando a relação que mantém com a Moda e como o seu estilo influencia a confiança do dia a dia. A radialista reflete, também, sobre as tendências passageiras e a importância de manter uma identidade própria. Para além disso, revela-nos o que mais a entusiasma no futuro da sua carreira, desde o desejo de explorar novos campos, como a natureza, até a vontade de continuar a crescer e aprender com as experiências que a vida lhe oferece.
Quem é a Catarina Palma quando não está atrás de um microfone?
Quando o microfone está desligado, perco metade do à vontade para falar com pessoas que não conheço mas, de resto, as duas versões são muito aproximadas. Ao microfone, tenho mais consciência daquilo que digo.
A moda é, muitas vezes, uma extensão da nossa personalidade. Sente que o seu estilo reflete quem é, dentro e fora do contexto da rádio? Até que ponto a forma como se apresenta influencia a sua confiança no dia a dia?
Influencia sempre. Se nos sentimos bem, claro que a nossa confiança vai estar firme. O meu estilo é uma mistura de coisas. Acho que nos últimos tempos entrei em metamorfose e não sei para onde é que estou a ir. É um mistério. Será que a minha personalidade também está a mudar? Talvez. Independentemente de tudo, no inverno é mais difícil aceder ao meu estilo, o frio pede-me fato de treino, camisola térmica e meias em cima de meias.
Há alguma peça ou acessório que considere indispensável no seu guarda-roupa? Algo que nunca pode faltar em qualquer look?
Não sou muito exigente e gosto de manter as coisas simples e confortáveis, mas não saio de casa sem máscara de pestanas… o resto pode estar tudo por fazer, mas máscara de pestanas não pode falhar. Se é considerado acessório? Não, mas faz parte do estilo.
Como define o seu estilo no quotidiano e em ocasiões especiais?
Depende do dia e da altura do ano, mas contrabalanço peças muito femininas (como as sabrinas ou um laço na cabeça) com roupa larga. Não sei se este estilo tem um nome ou não, mas pode ser bailarina-em-dias-de-folga. Em ocasiões especiais, mantenho-me ali no elegante. Vestidos e joias bonitas e simples.
A Catarina trabalha num meio onde a voz é o destaque, mas sente
que a imagem também desempenha um papel importante no seu trabalho?
Vivemos numa era visual em que a imagem vende, as redes sociais são viciadas em certas e determinadas estéticas… é quase uma loucura acharmos que a imagem não é importante. Numa altura em que existe uma saturação geral de tudo o que é feito, tudo é importante: o conteúdo e a forma como é embrulhado para chegar até ao público.
A indústria da Moda está sempre a mudar. Há alguma tendência ou produto recente que tenha conquistado o seu interesse?
Sim, sou uma mulher de ténis, sempre fui… mas eis que aparecem as bailarinas. Eu sempre reneguei sabrinas e, de repente, sem razão aparente, conquistaram-me o coração. Conquistaram-me tanto que, para além de começar a usar, inscrevi-me no ballet. Achei que era coerente.
Muitas mulheres sentem pressão para estarem sempre impecáveis, especialmente em áreas públicas como a sua. Já sentiu essa pressão? Como lida com isso?
Sim, há sempre uma pressão, às vezes quase inconsciente, de estarmos sempre no nosso melhor dia. Além de ser praticamente impossível, sinto também que, muitas vezes, essa pressão vem de nós... Como imaginamos os outros a pensar sobre nós. Acho que somos todos muito egocêntricos… o que por um lado me descansa: mais rapidamente estão a questionar-se sobre o que estamos a pensar sobre eles em de vez de estarem a pensar naquilo que temos ou não vestido, digo eu…
Se pudesse dar um conselho sobre moda ou beleza às suas ouvintes e seguidoras, qual seria?
Não sigam todas as tendências, se não as vossas fotografias vão ser um "o que é que eu tinha na cabeça" constante. As tendências são temporárias, o estilo não.
Se tivesse de escolher um look que a definisse ou que dissesse "esta sou eu", qual seria? Há algum outfit ou combinação com que se sinta mais "em casa"?
Neste momento, umas bailarinas, calças ou calções largos, t-shirt oversized e um coque no cabelo.
Quando pensa no futuro da sua carreira, o que mais a entusiasma ou desafia?
Como é que eu posso mostrar coisas que descubro da forma mais interessante e diferente possível. Quero muito trabalhar com animais, fazer um programa sobre natureza, quero fazer vozes de desanimados, ouvir boa música, descobrir novos artistas e pessoas que me inspiram. Tive sorte com quem trabalhei até agora, todos eles tornaram-me melhor profissional e melhor pessoa… e fizeram-me descobrir coisas novas sobre mim e novas paixões escondidas. A minha profissão permite-me descobrir muita coisa e acho que não há nada que me entusiasme mais do que ficar um bocadinho mais culta em relação a tudo.
Créditos
Styling Diana Conceição
Assistida por Raquel Alves
Fotografias Mariana Lokelani
Make e cabelos Daniela Inácio