A coragem de Duffy. Cantora revela que foi drogada, violada e mantida em cativeiro

A galesa usou o Instagram para partilhar com os fãs a razão do afastamento do público. Promete falar mais nos próximos dias.

Foto: Peter Kramer/NBCU Photo Bank/NBCUniversal via Getty Images via Getty Images
26 de fevereiro de 2020 às 12:07 Aline Fernandez

Mais de uma década depois de seu último álbum e muitos anos desde que se afastou dos olhares do público, a cantora e compositora galesa Duffy fez uma publicação corajosa no seu perfil do Instagram para revelar as terríveis circunstâncias que a levaram a ficar quase dez anos sem ser vista. Vítima de um sequestro, Duffy escreveu que foi "drogada, violada e mantida em cativeiro". O terror aconteceu por alguns dias à vencedora do Grammy pelo álbum mais vendido de 2008, Rockferry.

"É claro que sobrevivi. A recuperação levou tempo. Não há uma maneira branda de dizer isto. Mas posso dizer-vos que na última década, durante milhares e milhares de dias, empenhei-me em sentir o sol a brilhar no meu coração outra vez, e ele agora brilha", confessou na rede social. "Perguntam-se porque não optei por usar a minha voz para expressar a minha dor. Não quis mostrar ao mundo a tristeza nos meus olhos. E perguntei-me: ‘Como posso cantar com o meu coração se este está partido?’ E, devagar, deixou de estar."

PUB

You can only imagine the amount of times I thought about writing this. The way I would write it, how I would feel thereafter. Well, not entirely sure why now is the right time, and what it is that feels exciting and liberating for me to talk. I cannot explain it. Many of you wonder what happened to me, where did I disappear to and why. A journalist contacted me, he found a way to reach me and I told him everything this past summer. He was kind and it felt so amazing to finally speak. The truth is, and please trust me I am ok and safe now, I was raped and drugged and held captive over some days. Of course I survived. The recovery took time. There’s no light way to say it. But I can tell you in the last decade, the thousands and thousands of days I committed to wanting to feel the sunshine in my heart again, the sun does now shine. You wonder why I did not choose to use my voice to express my pain? I did not want to show the world the sadness in my eyes. I asked myself, how can I sing from the heart if it is broken? And slowly it unbroke. In the following weeks I will be posting a spoken interview. If you have any questions I would like to answer them, in the spoken interview, if I can. I have a sacred love and sincere appreciation for your kindness over the years. You have been friends. I want to thank you for that x Duffy Please respect this is a gentle move for me to make, for myself, and I do not want any intrusion to my family. Please support me to make this a positive experience.

Uma publicação partilhada por @ duffy a

PUB

Embora Duffy não tenha especificado quando ou onde o sequestro ocorreu, ou se seu sequestrador foi encontrado, ela disse que é "emocionante e libertador" para ela poder agora discutir esta experiência aterradora.

"Podem imaginar a quantidade de vezes que pensei em escrever isto", demonstrando a coragem em falar publicamente. Duffy revelou também que vai partilhar a história numa entrevista que será publicada no devido tempo, incentivando os fãs a fazerem quaisquer perguntas que possam ter. "Por favor, respeitem que esta é uma decisão delicada que estou a tomar e não quero nenhuma intrusão feita à minha família", conclui com pedidos para que todos a ajudem a tornar esta uma experiência positiva.

Aimée Ann Duffy, hoje com 35 anos, ingressou na indústria da música em 2008 com o hit internacional Mercy, recebendo comparações com Amy Winehouse e Adele. O álbum seguinte, Endlessly, em 2010 não teve tamanho sucesso de vendas e da crítica quanto o primeiro, Rockferry. Na década que se seguiu, a cantora apareceu muito esporadicamente, com o trabalho mais notável sendo um papel secundário no filme Lendas do Crime (2015), com Tom Hardy, Emily Browning e Taron Egerton.

PUB
PUB