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Beleza / Wellness

O que é a hidroxicloroquina, e porque é que Trump a toma

Este medicamento é usado na prevenção e tratamento da malária, e Donald Trump reforça que também pode curar um paciente infectado com coronavírus. Mas a ciência diz o contrário.

05 de junho de 2020 às 17:21 Rita Silva Avelar

Numa pesquisa rápida pelo Google, descobrimos que a hidroxicloroquina é um fármaco usado na prevenção e no tratamento da malária. Quem segue os discursos (muitas vezes surreais, por sinal) de Donald Trump, saberá que não é a primeira vez nem a segunda que o presidente americano refere este componente químico como um possível aliado na luta pela erradicação do novo coronavírus. Ele próprio admitiu tomar este medicamento como medicina preventiva.

A questão é: qual é a razão da insistência na associação do mesmo à Covid-19? Em resposta às alegações de Trump, a Food and Drug Administration (FDA) não aprovou o uso da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus, e teve que emitir múltiplos avisos urgentes contra o seu uso não supervisionado. A FDA advertiu, assim contra o uso de hidroxicloroquina para coronavírus fora de um hospital ou ambiente de ensaio clínico, referindo que este medicamento pode causar graves problemas cardíacos.

Segundo um artigo do site The Cut, a hidroxicloroquina (ou plaquenil) é um medicamento de prescrição médica aprovado pela FDA "para o tratamento da malária, bem como de doenças auto-imunes, incluindo a lúpus e a artrite reumatóide." Mas, e mais importante, nunca foi aprovado nem recomendado para o tratamento ou prevenção da Covid-19.

De acordo com o The New York Times, estudos clínicos mostram que o medicamento não é um tratamento eficaz para pacientes infectados, e há mais dois estudos sobre o seu uso como profilático (ou seja, incluido na medicina preventiva) que ainda estão em curso. Se usado corretamente, o medicamento parece ser relativamente seguro para pacientes que não têm problemas de saúde acrescidos. 

O facto de Donald Trump icentivar o uso deste medicamento, argumentando com o uso pessoal que faz do mesmo, tem preocupado esta e outras autoridades de saúde americanas. Entre outras alegações polémicas (e sem fundamento) por parte de Trump, está também a de que "as pessoas devem injectar desinfectante" para se curarem do novo coronavírus. Esta declaração, feita num discurso ao país, levou vários americanos às urgências.

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