Alimentos para combater o stress e ansiedade
O nutricionista Pedro Queiroz recomenda a alimentação mais indicada para pessoas ansiosas.

Numa sociedade onde os compromissos aumentam e o tempo escasseia, as questões relacionadas com stress e ansiedade ganham cada vez mais notoriedade. Por vezes, é difícil parar um segundo e manter o equilíbrio. Depende de cada um fazer essa gestão e é muitas vezes na alimentação que procuramos o conforto que nos falta, acabando por se tornar uma espécie de refúgio nas alturas de maior ansiedade e stress. O nutricionista Pedro Queiroz defende que deveria ser exatamente o contrário, ou seja: "Deveríamos ajustar a nossa alimentação, não para reagir ao stress, mas para o prevenir de forma a que tenhamos os nutrientes necessários na sua gestão. A prevenção será a melhor opção."
Quando os níveis de stress atingem valores elevados, existe uma libertação de adrenalina e cortisol no nosso organismo que, por sua vez, interferem nos ciclos enzimáticos que ocorrem nas nossas células. Como explica o nutricionista, "este estímulo provoca um desgaste acrescido com libertação de substâncias nocivas à nossa saúde, nomeadamente os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células". E é aqui que surge o importante papel da alimentação. Os picos de stress e ansiedade provocam o aumento de consumo de vitaminas, minerais e ácidos gordos essenciais. Deste modo, destacam-se o magnésio, o zinco e as vitaminas do complexo B. Quanto aos ácidos gordos, realçam-se os ómega 3 e 6, essenciais na preservação da membrana das nossas células, que sofrem também um acréscimo de necessidades. Pedro Queiroz lembra ainda a importância dos pré e probióticos, responsáveis por minimizar a sensação de desconforto e acidez provocada pelos sucos gástricos e digestivos, consequência do nosso estado de ansiedade.

O especialista em alimentação reforça que não existe um prato milagroso para controlar a ansiedade, mas sim "um conjunto de boas práticas alimentares que nos ajudam a controlar melhor os picos de stress". Ainda assim, deixou algumas sugestões, como chá de valeriana, uma banana ou até duas a três nozes como snacks diários. Para refeição principal, recomenda um frango desfiado com arroz selvagem e abacate.
Sabemos também que a privação de sono é outro dos fatores associados à ansiedade e, embora a alimentação não seja a chave para uma noite bem dormida, pode ser uma ajuda. Em primeiro lugar, é importante esquecer estimulantes como o chá preto ou o café, relembra Pedro Queiroz. A par disto, é importante aumentar os indutores de serotonina, como a banana, maracujá, castanha do Brasil ou até chá. Somamos ainda as caminhadas ligeiras, importantes devido à libertação de endorfinas que nos ajudam mentalmente a nos sentirmos melhor e com mais ânimo.
Embora estas sugestões sejam uma ajuda para diminuir a ansiedade acumulada no nosso dia a dia, o nutricionista reforça que o aconselhamento de um profissional especializado é sempre fundamental. Isto porque a alimentação deve ser ajustada a cada um, tendo em conta o estilo de vida, para que as regras funcionem e nos ajudem realmente a reequilibrar.

Lista de alimentos a privilegiar:
Ómega 3 – sardinha, salmão, anchovas, truta, nozes, castanha do Brasil, amendoins, azeite extra virgem (de preferência com extração a frio)

Vitamina B – bebida de arroz, carne, aveia, amendoins, ovos, espinafres, arroz integral, selvagem ou vaporizado

Magnésio e zinco – marisco, abacate, feijão preto, bananas, sementes de abóbora, chocolate negro, figos secos e legumes de folha verde escura

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