Três exercícios para combater o peito descaído de forma natural

Ao contrário do que se possa pensar, o exercício físico não resulta na perda de volume e pode até ajudar a arrebitar o peito, ao mesmo tempo que tonifica os ombros e contribui para uma melhor postura. A "Máxima" falou com uma fisiologista do exercício e partilha todas as dicas.

12 de maio de 2025 às 17:32 Maria Salgueiro / Com Rosário Mello e Castro

Vamos começar por derrubar um mito. Desengane-se quem pensa que o treino no ginásio pode resultar em perda de volume no peito, no caso das mulheres. "É um mito", confirma a fisiologista do exercício Mariana Pinto, licenciada em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH). "O volume do peito nas mulheres depende da quantidade de gordura corporal e não da massa muscular", explica. "Ou seja, quando perdemos gordura, perdemos também volume mamário, e isso pode acontecer mesmo sem treino."

Com experiência nas áreas do exercício e saúde, focada em casos de emagrecimento, recomposição corporal, gravidez e pós-parto, Mariana Pinto já acompanhou dezenas de mulheres em percursos de transformação física e bem-estar. Atualmente, faz acompanhamentos online e partilha dicas no Instagram (@marijoss_).

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Sobre este tema, garante: "Treinar o músculo peitoral vai apenas aumentar a massa muscular por baixo da mama, o que até pode ajudar a dar mais estrutura e suporte ao peito." Além disso, reforça, ao treinarmos esta zona do corpo, "trabalhamos quase sempre também os ombros (deltóides) e os braços (tríceps), o que melhora a postura, abre o peito e cria uma imagem mais atlética."

E se, quando começam a treinar, algumas mulheres sentirem que perderam volume no peito? "Isso normalmente está mais associado à perda de gordura geral que acontece com o emagrecimento do que com o treino de força em si", esclarece.

Agora que tirámos o mito do caminho, impõe-se a questão: existem treinos de força que podem ajudar a arrebitar o peito? "Sim, existem", confirma a fisiologista. "Embora não seja possível ‘levantar’ diretamente o peito (porque este é composto por gordura e glândula mamária, não músculo), fortalecer os músculos da zona peitoral, em particular o grande peitoral, pode melhorar a firmeza dessa área. Isso dá ao peito um aspeto mais elevado, com mais suporte, contribuindo para uma silhueta mais confiante."

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Há três exercícios simples que envolvem o movimento de empurrar e que, segundo Mariana Pinto, são eficazes para trabalhar favoravelmente esta parte do corpo. A especialista explicou tudo à Máxima.

1. Supino inclinado com halteres

Usar um banco inclinado a 25 ou 30 graus. Optar por halteres é preferível à barra, uma vez que os primeiros permitem uma maior amplitude e controlo do movimento. Este exercício recruta mais fibras da parte superior do peito, o que ajuda a contrariar aquele aspeto descaído que algumas mulheres notam com o passar da idade.

Foto: DR

2. Supino reto com halteres

Este exercício trabalha o peitoral de forma mais geral, com foco na zona central e inferior. Continua a ser um movimento de empurrar eficaz, que também exige estabilização dos ombros e braços.

Foto: DR

3. Push-ups (flexões)

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Exercício clássico, muito completo e funcional. Trabalha o peito, os ombros e os tríceps, sendo ainda um ótimo indicador de condição física. Completar várias repetições com uma boa técnica promove a construção de uma base forte e uma silhueta bonita. Para quem está a começar, pode adaptar o exercício fazendo push-ups com os joelhos apoiados no chão.

Foto: DR

No que toca à regularidade com que se deve praticar cada exercício, as necessidades vão depender da experiência de cada um. "Para resultados visíveis aqueles que não só sentimos, mas que os outros também notam o ideal é treinar esta zona duas vezes por semana, com pelo menos 48 horas de intervalo entre as sessões." De acordo com a fisiologista do exercício, esse espaçamento entre treinos permite recuperação muscular, evitando os excessos que se podem tornar contraproducentes.

Para quem já treina com alguma consistência, Mariana Pinto propõe o seguinte conjunto de séries e repetições: 

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— Cerca de 8 a 10 séries por sessão, divididas entre os vários exercícios (por exemplo, 3 séries de cada); 

— Entre 8 a 15 repetições por série, sempre com controlo total do movimento. O músculo deve alongar completamente e o movimento deve ser fluido, sem balanços ou pressa; 

— Descanso de cerca de 90 segundos entre séries.

"A intensidade deve ser ajustada de forma a que, no fim de cada série, não se consiga repetir logo a mesma sequência com a mesma carga", acrescenta, concluindo: "Mais importante do que o número exato de repetições é a qualidade do movimento e o tempo que se mantém sob tensão – ou seja, manter o músculo a trabalhar durante mais tempo em cada repetição."  

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