Ao contrário de alimentos como fruta podre ou leite com cheiro suspeito, que claramente indicam quando estão estragados, pode ser difícil perceber quando os produtos de cuidados da pele já passaram o prazo de validade. No caso dos protetores solares, esse risco não deve ser ignorado. Embora não fique imediatamente doente ao usar um protetor solar fora de prazo, pode acabar com uma queimadura solar dolorosa.
Muitas pessoas continuam a usar protetores solares antigos sem pensar nas consequências. Mas a verdade é que a data de validade não é apenas uma estratégia de marketing para levar a comprar mais. Se estiver estragado, o protetor solar pode já não oferecer proteção contra os raios UV, o que aumenta o risco de cancro da pele, queimaduras solares e sinais de envelhecimento precoce, como rugas e hiperpigmentação.
Em Portugal, segundo o Infarmed, os protetores solares têm geralmente uma validade de 12 meses após a abertura da embalagem, conforme indicado pelo símbolo de um frasco aberto com "12M" no rótulo. No entanto, este período pode variar entre marcas, podendo chegar até 24 meses. É essencial verificar a embalagem para identificar esta informação específica.
Além disso, a eficácia do protetor solar depende das condições de armazenamento. Para manter a sua integridade, é recomendável guardá-lo num local fresco e seco, evitando a exposição direta ao sol e a temperaturas elevadas. Estas precauções ajudam a preservar as propriedades do produto e a garantir uma proteção solar eficaz.
Idealmente, a maioria dos protetores solares deve ter uma data de validade impressa na embalagem, e é essencial respeitá-la, pois os ingredientes ativos degradam-se com o tempo e podem deixar de ser eficazes. Se, por acaso, a caixa com essa informação já tiver sido deitada fora, a regra geral é considerar que a maioria dos protetores dura pelo menos um ano.
Mesmo sem uma data de validade, há formas práticas de avaliar o estado do produto. Observar a cor é um bom ponto de partida. Se originalmente era branco, pode apresentar uma tonalidade amarelada quando está fora do prazo. Mas este método torna-se menos fiável com fórmulas coloridas ou transparentes. A textura também é um sinal importante: ao aplicar um pouco na mão, repare se há grumos, separação da fórmula ou se a consistência está mais líquida do que o normal. Estas alterações indicam que o produto perdeu a sua integridade. Se a loção já não apresenta uma textura cremosa uniforme ou se há uma camada de óleo visível, é sinal de que não está em boas condições.
O cheiro é outro indicador. Embora muitos protetores contenham fragrâncias, um aroma estranho, azedo ou demasiado intenso pode indicar que o produto está deteriorado. Mesmo que não haja alterações visíveis ou olfativas, se não se recorda de quando o comprou, é melhor não arriscar. Em caso de dúvida, o melhor é deitá-lo fora e comprar um novo. Para evitar esta incerteza no futuro, uma boa prática é anotar a data da compra e da abertura com fita adesiva na embalagem. Afinal, mais vale prevenir do que remediar.