Como sobreviver a dias de cão? Esta jornalista escreveu um guia
No seu livro “Um Guia para os Dias de M*rda”, Eveline Helmink, jornalista e escritora holandesa, partilha mais de 70 truques para sobreviver a dias difíceis. E, afinal, convém não esquecer que o estrume é o adubo que faz crescer coisas novas e vibrantes.
Descobrir que a camisola de caxemira favorita (e estupidamente cara) tem um buraco de traça; espatifar um frasco novo de perfume no chão da casa de banho; ser informada que a promoção (e aumento) que achámos que íamos receber vai afinal para uma pessoa mais nova, a quem ensinámos tudo o que sabe; uma inundação em casa; uma relação amorosa de longa data que chega ao fim; a morte de um amigo; uma doença grave na família. São quase infinitas as maneiras como um dia que começa normal se transforma, subitamente, num dia de m*rda. E o inverno não ajuda. Mesmo que seja o tipo de pessoa que não aprecia calor e tempo de praia, a ciência já demonstrou que a falta de sol reduz os níveis de vitamina D, o que, por sua vez, tem um efeito pernicioso da disposição, podendo causar depressão e ansiedade.
É por tudo isto, e por mais umas quantas coisas, que a jornalista e escritora holandesa Eveline Helmink, chefe de redação da revista Happinez, decidiu escrever o livro Um Guia para os Dias de M*rda. Além do seu percurso na comunicação social e no setor editorial, Eveline é master coach certificada, ajudando os seus clientes a explorar temas como o sentido da vida, mudança, aceitação e liderança – tudo coisas fáceis, portanto.
Neste seu guia, Evelin partilha, com humor e sinceridade, e ilustrando com momentos difíceis da sua própria vida, mais de 70 dicas para encontrar o equilíbrio quando nada parece correr bem. A Máxima escolheu algumas das melhores.
Identifique o sentimento – Frustração ou revolta? Tristeza ou angústia? Ansiedade ou inquietação? Seja o que for que está a sentir, quanto mais depressa conseguir nomear a emoção, mais depressa conseguirá processá-la. É um pouco a lógica de exorcizar demónios – é preciso saber-lhes o nome. Ou, como diz Eveline: “Vaguear sem rumo pela Floresta dos Sentimentos Desconfortáveis equivale a negar ou descurar a sua dor, o que geralmente só leva a mais dor. Identificar os seus sentimentos é o primeiro passo para a aceitação. Dá clareza e uma base para encontrar a saída.” Raiva, tristeza, culpa, medo e vergonha são as cinco grandes emoções negativas, mas há muitas mais.
Não subestime o poder de uma boa choradeira – “Chorar é uma forma de desintoxicar”, garante a autora, “e uma grande libertação”. Quando choramos, o nosso corpo treme, como se nos embalasse, como uma mãe a consolar um bebé. O choro reconforta. Além disso, se não chorar nem encontrar outra forma de transmitir as suas emoções, reprime-as e transforma-as em stress, ansiedade, depressão ou problemas de saúde ainda mais graves, o que dará origem a muitos mais dias de m*rda.
“O que posso fazer em relação a isto AGORA?” – Esta é uma pergunta mágica que ajuda a pôr tudo em perspectiva, principalmente com pessoas que têm tendência para a ruminação, revivendo em loop uma conversa desagradável ou uma injustiça de que foram alvo, ou passando horas esquecidas a dar voltas à cabeça com um problema que têm de resolver. Quando der por si em “modo preocupação”, quando está a tentar relaxar, ver um filme ou passar tempo com as pessoas que ama, faça esta pergunta a si própria. Se a resposta for “nada”, trave a fundo.
Faça uma savasana – A autora tem o cuidado de alertar que esta é a única posição de yoga que lhe vai sugerir, não vá a leitora pensar que este é um daqueles livros que tem como objetivo pô-la de rabo para o ar. Nada disso. E esta posição é tão fácil que até um morto consegue fazê-la, literalmente. Consiste, simplesmente, em estender-se ao comprido no meio do chão, durante cerca de 20 minutos, como se estivesse… Já adivinhou? Morta. Isso mesmo. “Vou dizê-lo tal como é: realizar a posição de savasana é treinar estar morto”, explica Eveline. Aparentemente, porém, é um dos exercícios de yoga mais difíceis. “A rendição total e o relaxamento profundo não são fáceis”, mas são exatamente aquilo de que mais precisa quando está a ter um dia com odor a cavalariça.
Imagine os problemas a irem pelo cano abaixo – Se teve um dia de cocó, tomar um duche quente quando chega a casa é o melhor que pode fazer. “Visualize-se a lavar todas as suas preocupações e a vê-las desaparecer pelo ralo. Imagine toda a energia negativa que pairava ao seu redor a ser lavada. A água corrente é movimento, o movimento é mudança e a mudança oferece possibilidades”, garante a autora. Além disso, “a água quente estimula a libertação de dopamina ao mesmo tempo que ajuda o corpo a relaxar”.
Um Fabergé contra os vampiros – “Outra boa técnica de visualização”, de acordo com Eveline, “é a do ovo dourado.” Esta ideia tem como objetivo proteger-nos dos vampiros energéticos – aquelas pessoas que nos chupam a energia e a alegria de viver. Portanto, se vai estar com alguém assim, ou envolvida numa situação com esse potencial, em vez de levar um colar de dentes de alho, “tire alguns minutos para visualizar uma fina e inquebrável pele dourada em seu redor que só pode ser penetrada por vibrações positivas”. A autora garante que dentro deste ovo estará segura e protegida, e a boa notícia é que não aumenta o colesterol.
Sala de pânico – Descubra sítios onde pode esconder-se do mundo. Sítios sossegados, que a acalmem, onde se sinta bem e protegida, e onde possa recarregar baterias ou, no mínimo, ter menos ânsias homicidas. Para Eveline Helmink, esses sítios são a biblioteca pública e a beira-mar, embora também recomende ficar presa no trânsito, sozinha dentro do carro com um pacote de bolachas, ou o anonimato de um átrio de hotel. Para si pode ser uma igreja vazia, um jardim, o sofá da sua melhor amiga, ou até o armário das vassouras. Seja qual for a sua preferência, faça uma lista dos seus locais e escape-se para lá nos dias em que a vida se torna demasiado difícil.
A importância das coisas fofas – Eveline tem um casaco felpudo cor-de-rosa, que os amigos detestam porque deixa pêlo por tudo quanto é sítio, mas que a faz sentir confortável e protegida, como se estivesse dentro de um casulo. E, convenhamos, por alguma razão as mantas fofas são presentes tão apreciados. Quem é que não se sente melhor enrolada numa coisa macia e quentinha? Casacos felpudos e mantas fofas são o peluche de conforto da idade adulta. Se ainda não tem, arranje um para si.
Dica de bónus para momentos de dúvida – Terminamos com uma sugestão que é uma espécie de prevenção contra dias de m*rda. Afinal, quantos dos nossos dias maus estão relacionados com más decisões e escolhas imponderadas? Pois bem, Eveline tem a solução: “Se não tiver a certeza quanto a uma escolha que precisa de fazer, escreva-a e ponha o papel debaixo da almofada. Confie que a sua intuição fará o trabalho de pesar ego contra alma e lógica contra emoção. [...] A dada altura, subitamente, saberá com muita certeza e a um nível muito profundo [qual o caminho certo].” Não é por acaso que dizem que o sono é o melhor conselheiro, só que, neste caso, leva uma cábula.
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