Sejamos realistas: os problemas dermatológicos resultantes da exposição solar continuam a aumentar e, em Portugal, cerca de 1000 novos casos de melanoma, o cancro de pele mais agressivo, são diagnosticados todos os anos. O sol deve ser levado a sério e a educação para a adoção de comportamentos adequados é o nosso maior aliado.
2. A melhor proteção resulta da combinação do protetor solar com – ainda mais importante – a roupa. O ideal é usar sempre um chapéu e uma T-shirt. Uma T-shirt de algodão branca assegura desde logo 90% da proteção contra a radiação ultravioleta.
3. Aplique uma dose generosa (dupla) de protetor solar com o fator de proteção 50+. Dedique particular atenção às zonas do nariz, orelhas, nuca, sobrancelhas, mãos e pés. Deve repetir a aplicação frequentemente, especialmente após o banho e utilização da toalha.
4. Procure a designação "resistência extra à água". Significa que o produto, após quatro contactos com a água durante 20 minutos, ainda proporciona metade da capacidade de proteção inicial.
5. Nunca vá sem chapéu para a piscina, para a praia ou dar um passeio no jardim.
6. Nas crianças, a retina absorve cerca de 70% a mais de radiação ultravioleta. Uns minióculos com proteção UV total filtram toda a radiação ultravioleta até 400 nanómetros (nm).
7. A proteção é importante também em dias enevoados, porque até 90% dos raios solares podem penetrar através das nuvens. Até mesmo a relva do parque reflete 6% dos raios solares,
por isso proteja sempre a pele.
8. No final do dia, contudo, é obrigatório retirar o produto. Um banho relaxante com um produto de tratamento constitui um ritual de limpeza suave.
9. Quando o calor é intenso, recomenda-se uma pequena piscina de chapinhar debaixo do chapéu de sol.
10. Quando, apesar de todas as precauções, o bebé apanha um escaldão, a ordem é: sair imediatamente do sol! Uma vermelhidão, por muito leve que seja, pode ser perigosa para a pele das crianças. Aplique uma loção calmante na pele.
UVA, UVB, UVC… O que significam?
Compreender os raios UV não é uma equação complicada. Basta ter em mente que UV são as siglas dos raios ultravioleta, raios solares que penetram até 95% nas camadas mais profundas da pele, provocando danos a longo prazo. Enquanto os raios UVC são totalmente absorvidos pela camada atmosférica da Terra, os UVB são parcialmente absorvidos chegando à epiderme, sendo os responsáveis pelas queimaduras do sol, e os UVA curtos chegam à derme. Os raios UVA compridos são os mais perigosos: conseguem penetrar mais profundamente. São estes que geram os radicais livres que provocam danos irreversíveis na pele.
É verdade que a pele tem memória? O que quer isso dizer?
O facto de a pele ter memória significa que as consequências de comportamentos nocivos podem demorar anos a manifestar-se. A penetração dos raios UV na pele pode não ter resultados imediatos visíveis como vermelhidões ou manchas cutâneas, mas estas últimas podem surgir anos mais tarde, como consequência dessa mesma exposição. Quer isto dizer que uma queimadura na adolescência, por exemplo, pode ser responsável pelo envelhecimento precoce e/ou cancros de pele.
Devemos mesmo utilizar fator de proteção durante todo o ano?
Sim, a proteção solar é essencial em qualquer altura do ano, especialmente se passa muito tempo ao ar livre, mas a preocupação deve ser maior na primavera e no verão. As regras de exposição solar básicas são as seguintes: evitar a exposição quando a intensidade solar está no seu máximo (geralmente entre as 11 e as 15 horas); proteger-se com vestuário adequado (chapéu, óculos de sol com lentes filtrantes, peças de roupa de ganga, seda ou malhas fechadas); e aplicar o protetor solar em quantidades generosas, em todo o corpo, renovando a aplicação a cada duas horas, após cada banho, ou se transpirar. A menos que o protetor solar seja específico para aplicação na pele molhada, deve secar-se antes de reaplicar o produto. Nesta altura em que a pele está mais clara e sensível, comece por recorrer à aplicação de um FPS50+, tanto na cara como no rosto, todo o dia. Não negligencie zonas que frequentemente são esquecidas como as orelhas, axilas, nuca e pés.