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Yoga é inspiração!

A respiração como um dos maiores segredos do yoga.

11 de julho de 2015 às 07:00 Filipa Veiga

Costumo começar sempre as minhas aulas com uns pequenos exercícios de respirações. Lembro-me de muitos professores que assim o faziam e eu demorei tempo até perceber porquê. Na realidade, a prática de asana serve para nos abrir o corpo de forma a respirar melhor. Os yogis sabem, há milhares de anos, que através de uma respiração fluída e profunda se acalma a mente.

Se pensarmos que respirar é a primeira coisa que fazemos quando nascemos e a última antes de morrer, talvez relembremos a importância de uma boa respiração. E nós em português temos a palavra perfeita: dizemos inspirar para descrever a entrada de oxigénio nos pulmões e no corpo. Que melhor inspiração do que essa? Está implícita na origem da palavra a conexão direta com o espírito.

Respirar é, de facto, uma parte essencial da meditação e do yoga.

Conhecemos a história de Buda, que, depois de renunciar ao trono e aos luxos inerentes, se entregou à prática espiritual através da meditação. Depois de ter aprendido diversas técnicas, acabou por se sentar debaixo de uma árvore para fazer uma meditação simples através do foco na respiração.  Essa meditação levá-lo-ia à iluminação, que conhecemos por nirvana. Ele não transcendeu o mundo, fez o mais simples que está ao alcance de todos. Tornou-se consciente da sua natureza e de como as coisas funcionam. A respiração ancorou-o àquele momento para que percebesse o caos que fora o seu passado e se ligasse ao presente onde residia a  paz interior.

A história do Buda não serve para nos deslumbrarmos com a sua existência e passarmos a ser seus devotos. Serve como exemplo. Se ele descobriu a paz através da sua respiração, então cada um de nos também consegue. Temos a mesma capacidade para acordar espiritualmente.

Tudo pode ser resumido numa palavra: relaxar! O que sinto das minhas aulas é que não sabemos relaxar, é difícil consegui-lo. Sabemos lidar com o stress -  todos os dias o praticamos... Mas não sabemos como nos deixar ir. Já ninguém esconde o stress em que vive, tornou-se normal. O que pergunto é: o stress resolve alguma coisa? Então por que não olhar para as questões que nos surgem com uma mente calma? Não faz mais sentido que as possamos resolver melhor?

Este é o grande contributo da respiração. Está aqui, ao nosso lado, é a nossa melhor amiga. Sempre presente, sempre a acontecer. Não está a respirar neste momento? Então! 

Estes são os fundamentos da consciência do momento. Aconselho a que, depois de uma prática, nos deitemos e nos ofereçamos uns minutos. Vamos praticar o relaxe.

Dê à respiração uma tentativa. Eu pratiquei uma grande variedade de técnicas de meditação. Mas no final da minha prática há uma coisa que fica: a respiração. Imprescindível e perfeita.

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