O novo teste genético que pode salvar a sua vida
E se soubesse que componentes presentes nos medicamentos são incompatíveis com os seus genes? Ajudar a perceber isso mesmo e assim a evitar reações negativas é a finalidade desde novo teste genético, que só precisa de ser feito uma única vez na vida.

Sabe-se que o que está inscrito nos genes diz muito sobre a saúde de cada um. Sabe-se, também, que a genética individual pode afetar, de forma muito significativa, a segurança e a eficácia de um medicamento, e que há inclusive pacientes que morrem por causa de incompatibilidades com medicamentos - na Europa são cerca de 200 mil pessoas todos os anos. Além disso, e de acordo com as estatísticas, quase 50% dos pacientes não apresentam uma resposta adequada a mais de 90% dos fármacos prescritos.
Se está numa situação de incerteza sobre se deve ou não tomar um medicamento, sem saber se é compatível com os componentes do mesmo, saiba que a medicina evoluiu e Portugal está na linha da frente desta investigação. A start-up portuguesa HeartGenetics desenvolveu um novo teste que cruza milhares de dados para dar, no final, uma resposta concisa à pergunta: são ou não determinados genes compatíveis com determinado medicamento? Devo tomar este, ou outro, de acordo com essa informação?
A HeartGenetics, que iniciou atividade em 2013 na área do diagnóstico cardiovascular, começou por desenvolver uma série de soluções para a área da medicina preventiva usando a informação genética, com painéis dirigidos a determinados fármacos na área cardiovascular. Até que desenvolveu uma webapp inovadora que vai mais longe, tendo por base o teste genético MyPharmaGenes PGx, que cruza 88 variantes genéticas em 32 genes, com base em 104 princípios ativos de medicamentos.
Ana Teresa Freitas, CEO da HeartGenetics e professora de Biologia Computacional no Instituto Superior Técnico, começa por dizer que "é muito relevante olhar para o genoma das pessoas." Mas que até à data, "a grande dificuldade era fazer um painel genético cujo resultado servisse para várias áreas terapêuticas", além de que os primeiros testes genéticos custavam 2 mil euros. "Neste momento estamos numa gama de preços muito inferior. Do lado dos laboratórios era muito difícil obter esta informação a um preço que fosse interessante, e por outro não deixa de ser uma informação complexa para transmitir aos médicos."

É aqui que entra o papel inovador da HeartGenetics. "Com a nossa experiência fomos capazes de integrar um painel que avalia genes para cinco áreas terapêuticas, como a cardiovascular ou a oncologia, que são muito relevantes em particular para a população portuguesa. Nós preocupamo-nos muito com o doente oncológico, porque é um doente que normalmente é polimedicado, do ponto de vista da gestão da dor, da oncologia e da psiquiatria. E há quem tenha outros problemas associados, como diabetes, colesterol elevado, hipertensão… o ser humano é uma mistura destas condições" esclarece. "Desenvolvemos este painel em laboratório, e o que fizemos completamente novo foi criar uma app que "agarra" nos dados da genética e transforma a informação numa interpretação fácil quer para os médicos quer para o paciente."
Suportado por uma webapp interativa, o teste ajuda o médico e o paciente a gerir os medicamentos prescritos, bem como a registar medicamentos que provocam efeitos secundários, de forma personalizada. Só com uma avaliação correta do perfil genético dos pacientes é possível prescrever doses mais adequadas dos mesmos, avaliar a resposta do paciente ao medicamento, diminuir o risco de reações adversas e selecionar fármacos alternativos, se necessário. O teste MyPharmaGenes PGx pode ser feito em laboratórios como o Germano de Sousa e custa €225.

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