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Kristen Stewart: Um novo amanhecer

Jovem, muito jovem, com uma maturidade desenhada pela experiência e pela sabedoria. Encontrámo-la entre o crepúsculo da adolescência e a novidade da idade adulta. Amanhecer Parte 2 já chegou. Seguirá depois Pela Estrada Fora...

Kristen Stewart: Um novo amanhecer
Kristen Stewart: Um novo amanhecer
24 de janeiro de 2013 às 07:50 Máxima

Há quatro anos, Kristen Stewart estaria longe de antecipar o turbilhão que a esperaria mal assinasse o contrato para protagonizar, com Robert Pattinson, o casal romântico da saga Crepúsculo, baseada nos livros de Stephenie Meyer. Apesar dessa tão badalada relação viver na vida real um momento de impasse motivado pelas mútuas infidelidades, Kristen e Robert estão destinados a embarcar em conjunto na campanha de promoção de Amanhecer Parte 2, o derradeiro capítulo da franchise.

Esta menina de talento precoce, nascida e crescida em Los Angeles há 22 anos, estava tudo menos alheada do que se passava no meio do cinema. Como os seus pais trabalhavam ambos no cinema e na televisão, as constantes visitas aos sets de rodagem faziam parte da sua vida. Foi por isso natural que aos 11 anos vivesse a primeira experiência relevante no filme Gritos em Silêncio, e logo na companhia de Glenn Close. Cedo demonstrou uma tremenda disponibilidade expressiva, usada entretanto no arrepiante Sala de Pânico, no papel de filha de Jodie Foster. Antes de atingir a maturidade, a aprendizagem gradual contemplaria ainda, entre outros trabalhos, o privilégio de ser moldada por Sean Penn na obra-prima sobre a fúria de viver chamada O Lado Selvagem. Até que aos 18 anos apresentaram-na ao papel que mudaria, uma vez mais, a sua vida. Começava então a euforia de romantismo gótico que tem gerado vários clones.

Eis que chegamos a Amanhecer Parte 2, já após o nascimento de Renesmee, a filha da Bella e do vampiro Edward Cullen, numa altura em que o casal enfrentará a ira do clã Volturi. Mesmo com poderes sobrenaturais próprios dos seres da sua nova espécie, Bella cumprirá o desafio mais importante da sua vida: defender a filha naquele que se adivinha um glorioso épico final para a série.

'Há uma energia que nos atravessa quando fazemos algo em conjunto com quem amamos'É claro que a sua carreira não se reduz a Twilight e às manchetes nos media. Até porque em breve deverá assumir a sequela do seu papel em A Branca de Neve & o Caçador, no que se adivinha venha a prolongar uma diversidade entre blockbusters e desafios mais independentes. Um deles passará pela aguardada participação em Pela Estrada Fora, a adaptação que o brasileiro Walter Salles fez do mítico romance de Jack Kerouac. Foi, aliás, a propósito desse filme que tivemos a oportunidade de entrevistar Kristen Stewart, durante a sua apresentação mundial em Cannes, e de confirmar como a sua vida fica marcada por um antes e um depois de Crepúsculo.

Há momentos estranhos numa entrevista, em que sucede o oposto do previsto. Em vez do encontro com um ícone mediático cauteloso, sensível a certas questões, e pouco disponível, encontrámos uma jovem despreocupada, de jeans e uma T-shirt estampada com o logótipo da banda pop Blondie. Visivelmente atacada por uma violenta constipação, de voz nasalada, mas sem que isso afetasse um discurso fluente e inteligente. Acabámos por sentir a recompensa dessa inesperada abertura, sublinhada por uma sinceridade na escolha certa das palavras em respostas que ligamos no fundo dos seus belos olhos verdes. Kristen teve a vontade de transmitir emoções genuínas, nós fomos apenas o privilegiado veículo.

Bem-vinda!

Peço desculpa, mas estou constipadíssima. Fiquei doente mal cheguei a Cannes. Mas já estou muito melhor, obrigada.

Já deve estar habituada a toda esta loucura em seu redor. Agrada-lhe dar entrevistas?

Claro que é diferente para cada filme, mas no fundo acho que completa o processo. E divirto-me cada vez mais. Se eu não estivesse envolvida nos filmes que faço, acho que ficava tão ansiosa em saber o que estas pessoas têm a dizer. E quanto a mim, para ser sincera, muitas vezes só penso em certas coisas quando me colocam uma pergunta.

Foi um sonho tornado realidade ser convidada para Pela Estrada Fora?

Foi o meu primeiro livro favorito. Teria uns 14 ou 15 anos quando o li. Em certo sentido representou uma etapa na nossa vida em que escolhemos quem é a nossa família e quem são os nossos amigos. Acho que celebra o facto de estabelecermos novos valores e prioridades na vida. Pode ser óbvio dizer isto, mas olhe que não é fácil vivê-lo.

Até que ponto estava à espera de um filme assim para a afastar do frenesim em redor de Crepúsculo e da sua relação com Robert Pattinson...

Por acaso, já tinha assegurado o papel em Pela Estrada Fora antes de Twilight acontecer.

O que sente agora com a chegada de Amanhecer Parte 2 e o final desta franchise?

Não me queria afastar. Mas vivi ali tantos anos que tenho até algum prazer em seguir em frente. Por vezes, acontece o contrário: estamos cinco semanas a fazer um filme e ficamos com a sensação de que queríamos mais. No caso de Twilight, acho que fiz o melhor que pude e agora era tempo de avançar. No entanto, orgulho-me muito do que fiz e de todos os meus colegas.

Em termos emocionais, como definiria toda esta experiência?

É uma saga que me tocou profundamente. Neste caso, não consigo escolher bem as palavras, pois foi tudo demasiado emocional. É algo que fica aqui, entre o coração e o estômago. É ao mesmo tempo algo espiritual, mas também muito físico. Eu tive muita sorte, não foi nada que tivesse planeado. Eu assumo estes projetos porque sinto uma ligação emocional. Em Branca de Neve estou a tentar provar-me, ao mesmo tempo que mantenho a credibilidade da franchise. Isto sem perder o crédito do cinema independente como sucede agora com Pela Estrada Fora.

Acha que é difícil manter essa posição entre a indústria e um lado mais independente?

Não quero pertencer a uma indústria de entretenimento, nem quero cultivar algo para vender às pessoas. Nesse sentido, não me sinto muito interessante, acho as minhas personagens muito mais interessantes do que eu.

A verdade é que as pessoas acham-na muito interessante. Foi, aliás, por esta franchise que se tornou uma atriz muito reconhecida. Não se assusta quando a perseguem por causa de Twilight? O que sente nesses momentos?

A razão por que gosto do que faço é porque há uma energia que nos atravessa quando fazemos algo em conjunto com quem amamos. Podemos estar sozinhos no quarto e rir-nos de algo que achamos piada, mas será seguramente diferente se estiver alguém no quarto connosco – aí rebolamo-nos a rir. Felizmente, estou numa rara posição em que me sinto muito apreciada. Poder partilhar isso com alguém é único. Pode ser menos íntimo com o público do que com o realizador ou os atores ou até numa entrevista. Seria louca se não me sentisse afetada pela possibilidade de partilhar este sentimento com tanta gente.

 

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Não a preocupam, então, as pessoas que não sabem definir os limites...

Concentro-me muito mais nas pessoas que gostam de mim do que em algumas menos bem-intencionadas. Não deixa de ser uma loucura quando estou numa viagem de promoção ou num set como Twilight. Para quem está de fora é tudo muito mais alucinado do que na realidade é. O segredo é andar sempre muito depressa. Mas por mim está tudo bem...

Com a loucura mediática de que é alvo, sente que não consegue viver o tipo de liberdade que as outras pessoas têm?

Na verdade, sinto-me livre para fazer tudo aquilo que me der na cabeça. Imagino que me protejo um pouco, mas não me sinto privada de nada. É verdade que demorei até estabelecer os meus limites. A maior parte das vezes, sentia que estava muito aquém ou muito além do meu ideal. Não me sentia capaz de manter essa racionalidade. Mas, neste momento, sei exatamente o que quero dizer. E acho uma loucura quando as pessoas se acham tão interessantes que se querem vender. Há pessoas que vendem personalidades já prontas. Não sei como acreditam nisso. Eu nunca farei isso.

É ainda muito jovem para não se sentir permanentemente nas nuvens. Já agora, quem é que a faz sentir com os pés assentes na terra?

São vocês, a imprensa... [risos]

[Risos] A sério? Está a brincar...

É engraçado, porque vocês acham que os atores não gostam de dar entrevistas. Por vezes dou comigo a pensar em coisas apenas quando me fazem uma certa pergunta. E isto é algo que nunca falo com mais ninguém, é algo que tenho desenvolvido apenas durante as entrevistas que faço. Claro que tenho uma boa base afetiva, tenho uma família muito unida. Dizer que me apoiam muito pode soar a cliché, mas é verdade.

Sente que escolheu bem os seus amigos?

Sim, escolhi muito bem. E eles não são passivos. Dão muito, mas também esperam algo de mim.

Até que ponto está a ser difícil gerir a sua vida profissional e toda a atenção mediática sobre si e o Robert? Conseguem ter tempo para vocês?

Como disse, não me sinto privada de nada. Faço o que quero.

Mas ficamos com a sensação de que a segurança de que falava não se transformou em arrogância. Foi um processo complicado?

Não foi fácil. Foi um processo de aprendizagem, testado na base do ensaio e erro. Comecei muito cedo, mas que tentei aprofundar em pleno set de Twilight. Agora que penso nisso, acho que aos 17 anos é ainda um bocado cedo para começar a pensar em mim e a analisar os meus atos...

A Kristen começou de facto muito cedo. Lembra-se de quando estas experiências no cinema começaram a tornar-se em algo mais sério?

No início, achava que era apenas um trabalho. Admirava os meus pais que eram fascinados por filmes. O que queria era que os adultos falassem comigo. Por isso, ia a sets de rodagem e queria que me dessem atenção.

Tem algum filme favorito que a tivesse ajudado nesta decisão de ser atriz?

Sim. Uma Mulher Sob Influência, do John Cassavetes [1974].

Algumas vezes pensou como seria a sua vida se não fosse atriz?

Não sei bem o que dizer. Acho que teria de voltar à escolha para perceber.

O que é para si a coisa mais preciosa que leva de Twilight?

Humm... Interessante. É difícil ser específica. Foram quatro anos da minha vida. Agora apanhou-me desprevenida... Todos os dias achava que conseguiria fazer melhor do que no dia anterior. A verdade é que acabo por sentir isso em cada filme. No fundo, era também mais um outro filme...

Acha que a ajudou a crescer? Como mulher, como ser humano?Claro. Ajudou-me em tudo o que fiz. Passei lá muito tempo, mas essas personagens permanecem connosco. Acho que alguns filmes me afetaram mais do que outros, mas as minhas escolhas foram sempre tão gratificantes que é difícil escolher uma.

Há uma música do Bruce Springsteen que se chama Born to Run, em que se tem de correr para, finalmente, poder caminhar ao sol. No seu caso, gosta mais de correr ou de caminhar ao sol?

É realmente um tema perfeito para Pela Estrada Fora. A certa altura, na nossa vida, temos mesmo de andar ao sol. Não podemos continuar permanentemente à procura. É por isso que a vida destes homens insaciáveis que não conseguiam andar ao sol acabava, por vezes, de uma forma trágica. Felizmente, a minha personagem viveu até aos 80 anos, teve quatro casamentos e uma filha linda. Sim, acho que a certa altura temos mesmo de assentar... No entanto, acho que não tenho ainda idade para responder de uma forma muito correta a essa questão...

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