Como acabar com os maus hábitos
Descubra como afastá-los e dar lugar a rotinas mais saudáveis.

Sim, esses mesmos, sinónimos de repetição, instantaneidade, de projetos desaparecidos, de procrastinação, capazes de provocar uma culpa que vai contaminando, aos poucos, a tranquilidade e a realização pessoal. Vamos espreitá-los de perto, encontrar significados, pensar em mudanças. Despir o monge, criar hábitos saudáveis.
Por Lúcia D'Almeida
Idealmente, as nossas decisões são saudáveis: beber sumos verdes, fazer desporto, iniciar hobbies, concretizar aqueles projetos que sempre fantasiámos. Ah! Meditação e ioga, é desta que começamos.
No entanto, podemos observar-nos demasiadas vezes a ver televisão, a estar no computador, de página em página numa navegação pouco útil, alternando com viagens e pensamentos realizados no sofá, acompanhados de uma alimentação pouco desejada e de sonhos adiados.
Os maus hábitos podem constituir-se de diversas formas e assumir expressões únicas. Interessa pensar como surgem, porque os repetimos se não são benéficos e ter em mente que combater hábitos prejudiciais exige muita reflexão, determinação e energia.
Todos nós temos os mais variados hábitos. A criação de rotinas faz parte da nossa organização mental. Existem todavia hábitos negativos que tendencialmente repetimos e que se apresentam como compulsivos. Estes podem trazer consequências desagradáveis: um pensamento demasiado crítico, sentimentos de insatisfação e incapacidade, ansiedade e até vivências depressivas.
Os maus hábitos interferem significativamente com a serenidade interior, e podemos pensá-los juntamente com a questão da procrastinação, que pode ser muito limitativa e recorrente. Poderíamos simplificar o significado deste deixar para depois, e entendê-lo como antónimo da máxima "não guardes para amanhã o que podes fazer hoje".
Existem questões complexas associadas à procrastinação que determinam a não-realização, tais como o medo de falhar, o medo do sucesso, e o medo de sacrificar a própria liberdade. Ao adiar e não cumprir objectivos e tarefas criamos uma resposta ilusória - se não faço algo não tenho como errar - a estes receios que são reflexos de uma sociedade exigente e competitiva.
As consequências visíveis podem ser: oportunidades perdidas, incumprimento de datas, problemas no trabalho, nas relações sociais, entre outros.
Como qualquer fenómeno associado à mente e ao comportamento, um mau hábito merece um olhar profundo e particular, para que possa ser entendida a sua natureza e o seu significado e para que aconteça uma mudança concreta.
Algumas ideias gerais que podem ajudar a criar bons hábitos.
1. Estabelecer um objetivo bem definido
Um objetivo vago não é motivador, fica aquém do imediato, permanece como uma intenção ou desejo. Se conseguir estabelecer uma ideia estruturada, facilmente dará os primeiros passos.
2. Determinar algo possível
Uma meta muito elevada será certamente desapontante, pois é improvável que possa ser cumprida. Divida o seu objectivo, por mais detalhado que seja, em pequenas e realistas tarefas.
3. Organizar o tempo
Provavelmente o conceito mais complexo, com tendência a ser erradamente avaliado. Agendar intenções a longo prazo pode ser arriscado, pois com o tempo "mudam-se as vontades". Inclusivamente, ignoramos o tempo presente e as suas oportunidades.
4 . Considerar os progressos
A concretização absoluta pode ser difícil de alcançar, portanto todos os objectivos cumpridos devem ser sinónimo de bem-estar e satisfação. Identificar pequenas realizações pode ser muito compensatório e reduzir algumas tensões.
5. Alternar objetivos com atividades prazerosas
A literatura diz-nos que as atividades capazes de diminuir a ansiedade são: fazer exercício, praticar um desporto, ler, ouvir música, passar tempo com a família ou amigos, receber massagens, passear na natureza, meditar, ou praticar uma atividade criativa.
Tranquilo e satisfeito, terá certamente ânimo para outras concretizações.
