Cerca de 2 milhões de portugueses sofrem de enxaquecas

São cerca de dois milhões de pessoas em Portugal que sofrem enxaquecas. Destas, a Sociedade Portuguesa de Cefaleias estima que quase metade – cerca de 700 mil – tem mais de quatro crises por mês, com maior intensidade de dores e afectando a função neurológica de maneira mais severa, avança o jornal Público. Um estudo mundial que avaliou a carga da enxaqueca no doente indica que metade dos pacientes portugueses faltou, em média, 3,8 dias de trabalho devido a fortes dores de cabeça.

Trata-se de uma doença neurológica crónica caracterizada por dores de cabeça intensas, acompanhadas por outros sintomas como "algum grau de intolerância à luz, aos barulhos, náuseas, eventualmente vómitos, incapacidade para fazer actividade física e incapacidade profissional e pessoal", explica Miguel Rodrigues, membro da comissão científica da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, ao diário.

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A enxaqueca é mais normal nas mulheres que nos homens e as primeiras crises podem surgir na infância e adolescência. "A causa é multifactorial e infelizmente não conseguimos prever quem vai ter enxaquecas, excepto por algumas coisas como ter história familiar", refere Miguel Rodrigues.

Mas um novo estudo, promovido pela European Migraine e Headache Alliance (EMHA), investigou dados de mais de 11 mil doentes com pelo menos quatro dias de enxaqueca por mês – 143 deles portugueses.

Através de um questionário online, 80% dos inquiridos referiu que a enxaqueca tinha impacto nas suas vidas profissionais e metade dos que estão empregados faltou, em média, ao trabalho 3,8 dias por mês. Destes, 95% referiu dificuldades em dormir e mais de metade (54%) sentiu incompreensão por parte de outros e limitação em cumprir tarefas diárias durante uma crise de enxaqueca (79%).

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