Causas e consequências: 5 exposições que sugerimos para agosto
Uma casa para o cinema, uma artista portuguesa conceituada e ainda novas abordagens a questões de género, raça e à comida. Descubra as nossas sugestões para este mês de agosto.

Uma casa e uma obra
Abriu ao público a esperada Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Transformado a partir da garagem da Casa de Serralves num projeto assinado por Álvaro Siza, este espaço integrado na Fundação Serralves conta com duas salas de exposições, livraria, áreas de trabalho e de investigação, auditório, arquivo e uma galeria com vista panorâmica sobre o jardim. Em articulação com o Museu de Arte Contemporânea, a atividade deste novo museu promete uma exposição permanente, ciclos de cinema, conferências e exposições temporárias, onde se inclui Manoel de Oliveira – A Casa, a exposição inaugural (até 27 de outubro) que explora as múltiplas representações da casa feitas pelo realizador, um espaço muito presente na sua obra e com especial foco no filme Visita ou Memórias e Confissões (1982).

Onde? Casa do Cinema, Serralves (Porto)
Quando? De 25 de junho a 27 de outubro

No âmbito da celebração dos 30 anos do Museu de Serralves, o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves, recebe, até 20 de outubro, a exposição Helena Almeida: Habitar a Obra – Coleção de Serralves, uma homenagem à artista que tinha o corpo como protagonista da sua obra, desde a década de 1960 até setembro de 2018, data da sua morte. "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra", disse a artista cujo reconhecimento chegou às mais reconhecidas instituições de arte internacionais.
Helena Almeida: Habitar a Obra – Coleção de Serralves
Onde? Museu Nadir Afonso (Chaves)

Quando? De 8 de maio de 20 de outubro
(In)definição de género
Na efervescente cidade de Londres, o tema da identidade de género não é tabu e é mesmo o protagonista da exposição Kiss My Genders, na Hayward Gallery. Abordar o género não como uma série de categorias mas sim como algo a ser desafiado foi apenas o ponto de partida desta mostra que também aborda questões como a identidade nacional e cultural ou as etnias e crenças religiosas, assim como a representação da forma humana e do próprio corpo. Esta mostra é marcada pela diversidade em vários aspetos: reúne trabalho de mais de 30 artistas de todo o mundo em cerca de 100 obras que passam por pintura, escultura, fotografia, desenho ou instalação de vídeo, além do facto de ultrapassar o interior do museu e de se apropriar do próprio edifício (há obras expostas nas paredes exteriores, há janelas transformadas ou um poema escrito nas escadas). Aberta ao público até 8 de setembro.
Onde? Hayward Gallery (Londres)
Quando? De 12 de junho a 8 de setembro
Somos o que comemos?
O Victoria & Albert Museum (Londres) convida o público para debater um dos temas do momento com a exposição FOOD: Bigger Than the Plate, numa viagem sensorial através do ciclo da comida. A exposição está dividida em quatro secções onde se podem encontrar mais de 70 projetos contemporâneos que incluem colaborações de artistas e designers com chefs, agricultores, cientistas e comunidades locais. A secção Compost foca-se em projetos para um sistema alimentar mais flexível, passando por uma nova perceção dos resíduos, como um sistema pioneiro de compostagem doméstica na Índia. Em Farming apresentam-se projetos inovadores de agricultura, como, por exemplo, um trator a pedais ou uma versão da plataforma Food Computer, do MIT, criada para recriar determinadas condições naturais de cultivo num local inesperado. Trading aborda a história do negócio da comida. Por fim, Eating debruça-se sobre o papel cultural, social e político das refeições, bem como os desafios de alimentar o mundo, o poder da "delícia" e experiências científicas. A exposição inclui objetos históricos relacionados com a comida que fazem parte da coleção do museu. Embora só os primeiros visitantes tenham tido direito a uma edição comemorativa de 200 bilhetes comestíveis fabricados em açúcar, esta exposição pode ser visitada até 20 de outubro.
Onde? Victoria & Albert Museum (Londres)
Quando? Até 20 de outubro
Black power
Durante a II Guerra Mundial vários países das Caraíbas estavam sob a alçada britânica e não só vários caribenhos serviram nas forças armadas britânicas durante o conflito, como também muitos outros responderam a um anúncio para rumar à Grã-Bretanha para reconstruir um país em pós-guerra, devastado. Assim, a 22 de junho de 1948, o navio Empire Windrush atracou em Essex com milhares de caribenhos que chegavam para começar uma nova vida. Ficaram conhecidos como a geração Windrush, na qual se inclui Horace Ové (primeiro realizador negro britânico de uma longa-metragem), o ponto de partida da exposição Get up, Stand up Now – Generations of Black Creative Pioneers, em exibição em Somerset House (Londres) até 15 de setembro. O curador Zak Ové (filho de Horace) fez desta exposição uma experiência multissensorial e reúne 110 artistas interdisciplinares da geração criativa do pós-guerra até à atualidade, celebrando 50 anos de "black creativity", como o museu escreve, sem medos do politicamente correto.
Get up, Stand up Now – Generations of Black Creative Pioneers
Onde? Somerset House (Londres)
Quando? De 12 de junho a 15 de setembro
