Carlota Morais Pires. Do jornalismo à comunicação, sem nunca esquecer a Moda
Fundadora do The Communication Studio, Carlota Morais Pires aposta em comunicar marcas nacionais e internacionais que se ligam ao universo sustentável e ético, com peças feitas para durar. Mas este é apenas um detalhe dentro daquilo que faz na agência que fundou em 2020 - sozinha e antes dos 30 anos.

Afirma, com convicção, que desde que se lembra de existir que gosta de Moda, e a verdade é que o seu percurso, marcado pela escrita, sempre andou lado a lado com esta área. "Adorava escrever, tinha (e tenho) um fascínio por livros e revistas e decidi muito cedo que queria ser jornalista", explica Carlota Morais Pires, 32 anos, em entrevista à Máxima. Estudou Comunicação Social e fez um mestrado em Jornalismo, tendo começado a trabalhar na Vogue Portugal na mesma altura, que descrece "como a minha maior e mais importante escola". Passou, também, pela Máxima, antes de pensar o seu The Communication Studio, uma agência de comunicação que quer crescer ao lado das suas marcas, designers e artistas. Pelo meio, chegou a viver em Londres, onde estagiou na Carlota, estas primeiras experiências, na área, moldaram a tua maneira de trabalhar? F
Carlota, estas primeiras experiências, na área, moldaram a tua maneira de trabalhar?


Em 2018, decidiste ser freelancer de comunicação, e durante a pandemia, acabour por nascer o The Communication Studio. Como foi essa aventura?
Quando comecei a trabalhar como freelancer não tinha uma estratégia bem definida. Fui buscar tudo o que sabia da minha experiência como jornalista para escrever bons press releases, para escolher bem as imagens. Já tinha sido assistente em muitos editoriais e campanhas, já tinha recebido muitos contactos de diferentes agências e usei os bons e maus exemplos como referências do que queria e não queria fazer. Também tinha alguns contactos e procurei sempre ajudar as marcas com todos os meus recursos. Depois disso aprendi muito sozinha, principalmente quando errei e tomei más decisões.

Em que é que esta agência se distingue, num universo cheio de outras agências?
A minha estratégia está ligada sobretudo a uma curadoria cuidada das marcas com que trabalho. Prefiro trabalhar com uma marca mais pequena, recém-lançada e com que me identifique, do que com uma marca mais estabelecida mas que tem uma linguagem que não encaixa no universo estético do Studio. Todas as minhas marcas têm algum ponto em comum entre elas e nunca são concorrentes. Tudo tem de fluir e fazer sentido e também é importante para mim ter uma ótima relação com as pessoas com quem falo todos os dias.

Como é que escolhes os teus clientes, ou eles escolhem-te a ti? Uma regra que criei para mim pr
Ou seja, é um projeto que sai muito fora da caixa...
Quando criei o The Communication Studio não queria competir com as grandes agências de comunicação e assessoria de imprensa que já existem há anos - até porque têm mais experiência do que eu. Tentei criar a minha própria fórmula, um pastiche de tudo o que aprendi, das minhas referências, inspirações, pesquisas. É um modelo aberto e em constante evolução e transformação, vou aprendendo também com as marcas com que trabalho e procuro sempre ser criativa, não copiar ideias e nem me deixo sufocar pelos métodos de trabalho convencionais. Não gosto da premissa de trabalhar com base no que já se faz; gosto de pensar a partir do zero e construir um plano para cada marca, que vou desenhando ao longo do tempo. Tenho uma relação muito próxima com todos os designers e artistas que trabalham comigo, falamos todos os dias, trocamos ideias e são esses estímulos também que alimentam a minha imaginação.

O jornalismo deu-te bases importantes para estares, agora, desse lado da barricada?
O meu trabalho de assessoria de imprensa é muito próximo do jornalismo porque é essa a minha escola. Também desenvolvo os conceitos criativos para as campanhas, ajudo com as coleções, com os pontos de venda que interessam a cada marca. Organizo eventos, penso em colaborações com artistas e pessoas que estão a desenvolver trabalhos interessantes. Também me interessa trabalhar com talentos emergentes e ajudá-los a concretizar tudo o que é preciso para criarem e solidificarem as suas marcas.
Que marcas trabalhas, hoje?
Atualmente trabalho com a Bang & Olufsen, Juliana Bezerra, Mustique, Friuli e tenho sempre projetos mensais - como, neste momento, a joalheira Bibi van der Velden e a QuartoSala.

Como gostavas que fosse o futuro do The Communication Studio?
A equipa está a crescer e no futuro gostava de conseguir trabalhar mais marcas e artistas. Qualquer projeto que seja interessante faz sentido para mim, independentemente se está ligado à Moda, à Música, às Artes ou ao lifestyle. Este ano fui convidada pela Susana Marques Pinto, uma pessoa que admiro muito, para dar aulas de Comunicação de Moda e gostei mesmo muito da experiência. Estou a pensar já em organizar uma segunda edição do curso para começar em setembro deste ano.
