A nova vela da Assouline chama-se ‘Cocaine’ e a Internet reagiu
No site onde está à venda, ainda se acrescenta a informação: “Tenha cuidado, é viciante.”

Para comemorar o lançamento do livro Cocaïn: History & Culture, a conhecida editora de livros de luxo Assouline criou uma vela única, chamada The Cocaine Candle. Apresentada num frasco de vidro antigo, no estilo boticário, e sob um acrílico gravado, tem gravada uma frase do comediante norte-americano Richard Pryor: "Eu não sou viciado em cocaína. Apenas gosto do seu cheiro." Cada vela é numerada à mão – são apenas 700 exemplares – e assinada por Prosper Assouline, um dos fundadores da editora. Na embalagem, descreve-se que "revisita a aura da planta de coca com os tons quentes de açafrão e styrax, a destacar as suas origens andinas, misturados com oud e leather para um aroma luxuoso. As notas colidem com o lírio do vale para refrescar e revelar a camada mais escura da droga, cativando os sentidos e estimulando a mente." Na descrição publicada no site onde está à venda, ainda se acrescenta a informação: "Tenha cuidado, é viciante."
Ao partilhar o novo lançamento no perfil de Instagram da editora, as reações dividiram-se: alguns acharam o novo produto uma ideia brilhante outros consideraram de mau gosto partir de uma substância ilegal que mata e causa tantos danos a tantas vidas.




A Assouline respondeu a alguns comentários com a mesma mensagem: "Obrigado por nos fazer chegar as suas preocupações. O livro e a vela em parceria pretendem ser um estudo cuidadoso e abrangente das origens obscuras da droga e do seu impacto cultural negativo. A Assouline não celebra o uso da droga de nenhuma maneira e pedimos sinceras desculpas por essa mensagem não ter sido comunicada com mais clareza."
O livro
O imaginário popular diz-nos que a a cocaína apareceu algures nos anos 1970, como a droga da geração disco. Pouco tempo depois, seus efeitos destrutivos tornaram-se impossíveis de ignorar. O novo livro Cocaïn: History & Culture, de 184 páginas, conta que, na verdade, a história de vício da cocaína remonta ao século XIX, quando era legal e vendida sem prescrição médica para tratar doenças que variavam da dor no estômago a cãibras e até dor de dente nos bebés.
O autor Armand Limnander, editor executivo da revista W, assina a obra. Limnander cresceu em Bogotá, Colômbia, e mudou-se para os Estados Unidos para frequentar a Universidade da Califórnia em Berkeley. Armand conta ainda que durante milénios a folha de coca não processada foi essencial para o desenvolvimento das culturas indígenas sulamericanas. O autor procura também perceber como a planta sagrada dos Incas se tornou num pó branco que viciou figuras proeminentes como Sigmund Freud e Sir Arthur Conan Doyle, entre inúmeras outras personalidades.
