Cinema: a estreia da semana
Kathryn Bigelow inspirou-se num dos episódios de discriminação racial mais violentos da história dos Estados Unidos para nos trazer mais um drama (e, possivelmente, ganhar mais um Óscar). Detroit vale pela estética e argumento, que é caos e angústia até ao último minuto.
Estreia hoje o novo filme de Kathryn Bigelow, que recria agora um dos mais importantes acontecimentos na história da luta pelos direitos humanos nos Estados Unidos. Escrita por Mark Boal, a narrativa recua à madrugada de 23 de julho de 1967, altura em que uma ação policial numa casa de apostas em Detroit deu início a uma revolução que durou cinco dias, provocou 43 mortes e feriu mais de 700 pessoas.
Conhecido como o incidente de 12th Street Riots, o episódio de violência aconteceu numa época em que a discriminação racial e o abuso policial sufocavam Detroit. À medida que em outros Estados norte-americanos se avançava no caminho da igualdade social, na cidade do (ainda conservador) Michigan continuava a ser instigado o racismo e a supremacia branca, o que terá desencadeado os violentos confrontos. Depois de quase uma semana de caos e destruição, mais de sete mil pessoas foram presas e cerca de 683 prédios foram pilhados ou incendiados.

Em Detroit, Kathryn Bigelow cruza a ficção com a realidade ao inspirar-se no conhecido incidente do Motel Algiers. Nessa noite, três polícias e um segurança foram chamados ao hotel em resposta a denúncias que relatavam ter ouvido tiros que supostamente teriam sido disparados de um dos quartos do motel para a rua. As testemunhas contam que os polícias espancaram oito jovens negros e duas jovens brancas quando tentavam localizar as armas, sendo que três dos rapazes acabaram por ser assassinados a tiro. Mais tarde, os elementos da polícia foram julgados pelos assassinatos e espancamentos, mas acabaram por ser absolvidos, uma decisão que chegou à primeira página do The New York Times e abalou a sociedade norte-americana.
Bigelow foi a primeira mulher na história do cinema a ser distinguida pelo Director’s Guild of America Award pela realização de Hurt Locker, em 2008, filme que também a tornou a primeira realizadora a receber um Óscar e um BAFTA, o que está a criar ainda mais expectativas para a receção da sua nova longa-metragem.

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