Portugal deita para o lixo cerca de 200 mil toneladas de roupa por ano

O consumo exacerbado faz com que grande parte acabe em aterros, que amentam o impacto ambiental da indústria têxtil.

12 de abril de 2019 às 07:00 Inês Fernandes

A reportagem do Diário de Notícias explica este número com o consumo desenfreado de fast fashion, que incentiva a comprar mais e mais a um preço muito barato. Em 2015 produziram-se mais de cem mil milhões de peças de roupa no mundo (alguns materiais são recicláveis, mas ainda há quem continue a deitar roupa para o lixo) cujo destino é muitas vezes o aterro, aumentado o já enorme impacto ambiental da indústria têxtil.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente em 2017 deitaram-se foram cerca de 200 mil toneladas de roupa, um aumento de cerca de 4% em relação ao ano anterior. Entre 2011 e 2017 foram para o lixo 1,2 milhões de têxteis só no nosso País. Em 2016, no Reino Unido, 350 mil toneladas de roupa foram deitas fora e nos Estados Unidos o número atinge os cerca de 15 milhões de toneladas de roupa posta em contentores – contra os 2,6 milhões que são reciclados.

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De acordo com a Greenpeace, em média, cada pessoa compra mais 60% do que no ano 2000 e mantém as roupas durante metade do tempo. Salienta ainda que a indústria têxtil é uma das mais poluentes e das que mais consume recursos do mundo – segundo alguns rankings, vem a seguir à petrolífera. Para produzir uma t-shirt de algodão consomem-se cerca de 2700 litros de água e umas calças de ganga podem chegar aos 2700 litros.

Segundo o DN, o problema não acaba aí: a maioria das peças roupa é confecionada com tintas que poluem os rios e a reciclagem de têxteis também continua a ser negligenciada.

Segundo a Associação Portuguesa do Ambiente, a recolha seletiva de têxteis vai passar a ser obrigatória a partir de 2025, havendo uma seleção do que pode ser reciclado ou reutilizado.

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A solução visa criar uma maior rede de gerência sobre estes resíduos têxteis, evitando que prejudiquem o ambiente, e educando as gerações futuras a ter um consumo mais consciente. Há marcas que já adotaram esta ideologia, como a H&M que em 2013, através de uma campanha de reciclagem de têxtis recolheu mais de 25 mil toneladas um pouco por todo o mundo, ou a Zara que em 2016 implementou pontos de recolha de roupa nas suas lojas.

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