Sexo, desejo e vida amorosa

O homem não é mais do que um animal erótico? Sexualmente, todas as mulheres tendem para uma revelação quase mística? Refletimos sobre o desejo, o desamor, a separação...

Sexo, desejo e vida amorosa
13 de março de 2016 às 07:00 Máxima

Véronique Olmi1 - Interesso-me pelo amor que dura, mas as situações de crise, do ponto de vista romanesco, são mais reveladoras. Nesses momentos, são o passado e os desejos de cada um que são invocados. As crises amorosas explicam o resto da existência.

PUB

Véronique - O que eu sei é que prefiro, nos dias que correm, ser uma mulher. As mulheres ganham, de dia para dia, mais espaço, seja no universo familiar, seja no profissional. Suporta-nos uma energia formidável. Para os homens, é mais difícil. Pedimos-lhes, ao mesmo tempo, que sejam viris e meigos, que nos suportem e nos deixem ser independentes. Se eu fosse um homem de 30 anos, perguntar-me-ia qual era o meu lugar. Em que é que uma mulher precisa de mim? O que é que ela não pode fazer sem mim?

Véronique - A partir do momento em que não seja apenas um encontro de uma noite, o sexo é, de facto, místico, se pensarmos na dádiva total de nós próprios. Evidentemente que falo nestes termos porque sou crente, mas somos mulheres quando fazemos amor, somos uma totalidade e não apenas pedaços. Fazer amor cuida-nos, salva-nos, leva-nos a um mundo onde somos nós próprias novamente.

André - Acabei de receber uma carta de uma leitora de 93 anos que viveu durante 60 anos com um homem que ela amou, salvo, diz ela, que “o sexo era, para mim, uma maçada”. E acontece que ela encontrou, há alguns meses, um homem da sua idade com o qual ela teve a revelação da intensidade da vida sexual.

1 de 4 / "Le sexe ni la mort", André Comte-Sponville
PUB
2 de 4 / 'Nous étions faits pour être heureux', Veronique Olmi
3 de 4 / André Comte-Sponville
4 de 4 / Veronique Olmi
PUB
PUB
PUB