Para além do arranque do Rock in Rio Lisboa, são muitas as novidades do mundo da música em maio!
Check-in Música: Há Música no Parque
15 de maio de 2014 às 06:00 Máxima
Considerado por muitos como o mais familiar dos festivais, o Rock in Rio tem um sem-número de atrações além da música propriamente dita e todo um enquadramento social que faz dele território seguro para famílias de todas as formas e dimensões. Não será, também por isso, o mais consensual dos eventos musicais, sobretudo entre a “comunidade festivaleira”, que valoriza mais o cartaz do que o festival em si. Certo é que o Rock in Rio cresceu à dimensão de uma instituição e, nesta edição em particular, conta com nomes sonantes, capazes de conquistar um público transversal. As portas abrem no dia 25 de maio, com Ivete Sangalo e Robbie Williams, no Palco Mundo. No dia 29, todas as atenções estão centradas nos icónicos Rolling Stones. O dia seguinte ficará a cargo, entre outros, dos Queens of The Stone Age e Linkin Park. Sábado é dia da estreante Lorde e dos canadianos Arcade Fire. O Rock in Rio encerra uma semana depois do seu início, numa toada claramente pop, com Jessie J e Justin Timberlake.
PUB
DISCURSO DIRETO
Manuela Azevedo, Clã
Na altura em que comemoram os vinte anos de carreira, os Clã lançam Corrente, uma edição independente que marca o início de uma nova etapa artística da banda.
Corrente é um disco contracorrente?
PUB
Não direi que seja um disco contracorrente. É um álbum mais físico, mais abrasivo, duro em alguns dos seus temas e essas características poderão fazê-lo sentir mais rock, mais agressivo. Mas, por outro lado, há espaço também para um lado mais meditativo, poético, até filosófico... E embora a ideia de resiliência atravesse algumas das canções do Corrente, acho que este disco é mais sobre inquietação do que sobre resiliência.
No contexto de crise atual implicou muita coragem assumirem esse risco sem o apoio de uma grande editora? Como é que podemos ler esta decisão?
Temos consciência de que estamos a assumir um risco – não só porque editar música, nos dias que correm, é arriscado mas também porque somos novatos neste trabalho como editores! A decisão foi natural e quase inevitável – percebemos que o disco que queríamos fazer implicava um investimento de tempo e dinheiro que a nossa editora não tinha condições de garantir. Como seríamos nós a fazer esse investimento, só fazia sentido sermos nós os donos do produto final – e assim, fizemo-nos editores. A leitura que se pode daqui retirar é a de que, cada vez mais, os artistas se veem obrigados a serem os seus próprios produtores – com as vantagens e desvantagens que esta mudança de paradigma traz. E essa é uma decisão de alguma coragem, sim.
PUB
Estão rodeados de velhos cúmplices, mas também de novos aliados, como Darrel Thorpe. Como é que surgiu esta colaboração?
A ideia de convidar o Darrel Thorpe nasceu da nossa vontade de ter alguém que não nos conhecia de lado nenhum a ouvir e trabalhar a nossa música, esperando obter com esse novo olhar sobre as nossas canções mais um contributo criativo para o álbum e para a nossa aprendizagem. O nome Darrell Thorpe surgiu depois de uma pesquisa que fizemos sobre discos de que gostávamos – em muitos deles o Darrell aparecia a misturar, a gravar, a produzir. Fizemos-lhe o convite (com algumas dúvidas de que tivesse agenda ou interesse para dizer que sim…) e a resposta foi, felizmente, afirmativa. O trabalho com o Darrell foi para nós muito interessante, inspirador e divertido! E juntámos mais um à nossa lista de cúmplices.
Esta edição da Máxima tem um tema especial: Família. É um bocadinho inevitável perguntar-lhe como é que é viver o casamento de uma forma tão transversal?
Não me casando! (Na verdade, vivo em união de facto). Há boas regras para vivermos juntos – como casal, como grupo, como pais e filhos. Respeito pelo outro, partilha, conversar com verdade, bom sentido de humor… Mas depois há outras coisas misteriosas e indizíveis que ligam as pessoas. Esse será o segredo. Mas como é segredo não se conta…
PUB
Aliás, há várias relações familiares nos Clã. É também isso que vos define – a amizade e a partilha de laços e de olhares sobre o mundo?
Apesar das relações familiares nos Clã e da amizade que nos une (são muitos anos a trabalhar juntos e a partilharmos tudo o que a vida nos vai trazendo), somos pessoas muito diferentes e com olhares sobre o mundo também variados. Acho que o que nos define como banda é o enorme prazer em fazermos música juntos e em procurarmos sempre desafios novos em cada passo que damos. Esse desejo de continuar a arriscar e a aprender fazendo música é o que liga verdadeiramente todos os elementos dos Clã.
1 de 6 /Check-in Música: Há Música no Parque
PUB
2 de 6 /Depois de Aphrodite, lançado em 2010, a australiana regressa com um disco que, apesar de não ser surpreendente, alimenta a efervescência dançante da pop.
3 de 6 /Dez anos depois, o cantor britânico regressa com o registo ao vivo da digressão realizada em 2011, compilando alguns dos melhores momentos da sua carreira.
4 de 6 /A boa saúde do fado comprova-se com outra nova voz. Neste disco de estreia, Carolina recupera fados tradicionais e marchas, mas avança também com novos temas (um deles com música de António Zambujo).
PUB
5 de 6 /O quinto álbum da banda britânica, produzido por Ben H. Allen III, é o primeiro que conta com a colaboração do novo baterista, Vijay Mistry.
6 de 6 /Capicua foi um dos fenómenos da música nacional em 2012. Catalogada no universo do rap, com um passado enraizado no hip hop e colorido pelos grafitties que ensaiava nas paredes do Porto, revelou-se prodigiosa nas rimas e nos beats, bem evidenciados num muito elogiado álbum homónimo que fez dela um dos nomes a seguir com atenção. Agora, regressa com Sereia Louca, um álbum duplo onde dá largas aos seus sonhos mais fantásticos e à sua perspicaz capacidade de olhar o quotidiano. A rapper do Porto é um dos nomes confirmados no Festival Bons Sons que acontece entre 17 e 17 de agosto, em Cem Soldos, uma aldeia perto de Tomar.