Yoga Girl

Quando se fala na Yoga Girl, é dela que se fala. A estrela do Instagram, com mais de 1 milhão de seguidores, uma vida de sonho, um sorriso contagiante, umas fotografias inspiradoras em posturas de yoga, e eis que se faz um dos nomes do momento. Rachel Brathen chega a Portugal, para já, através do seu livro – Yoga Girl – mas promete mais.

28 de julho de 2015 às 07:00 Máxima

Talvez um dos segredos de Rachel seja, mesmo, apenas um: ser honesta. "O importante é ser verdadeira e acreditar na maneira como vivo e me sinto." Somos todos humanos, feitos da mesma matéria, passamos por momentos dolorosos e felizes, a vida é isso. "Ser honesto é uma parte muito importante para mim", reforça a Yoga Girl.

Rachel vive intensamente cada minuto. Os fãs bem o sabem. Todos os dias os seus posts do Instagram contam como se sente, falam das suas alegrias e das inseguranças, dos episódios dolorosos, como o de ter perdido uma das suas melhores amigas, e a partilha da dor com quem dia a dia a segue. Esta prática diária de partilha acabou por ser o foco do livro. "Quis mesmo mostrar como aconteceu comigo, como encontrei a prática, as partes fáceis mas também os obstáculos, que foram muitos." Porque nem tudo é fácil no percurso da consistência de uma prática. "Nem toda a gente sabe o difícil que foi para mim encontrar a meditação e o yoga. Encontrei muitas pedras pelo caminho." Os obstáculos fazem parte do processo e Rachel quis desvendá-los, como forma de inspiração. Um pensamento bem yogi, já que esta prática milenar encara os obstáculos do corpo, da mente e da vida de forma bem concreta. Um, essencial, está em aceitar o que se tem, o que se é. "Acredito que a mudança real e verdadeira vem da aceitação. Aceitar os nossos corpos, aceitar quem somos, aceitarmos a

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situação em que estamos." Porquê? "Muitas das inseguranças que sentimos diariamente vêm do facto de pensarmos que as coisas deveriam ser diferentes do que são."

> Faça o melhor. Será sempre suficiente.

> Não é vítima do que a envolve, é um ser poderoso com escolha.

> Tem de dar para receber.

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> Cultive mindfulness. Estar presente e agradecida na sua vida, pelo que já tem, irá atrair mais coisas positivas e, no fim, terá outros motivos por que ser agradecida. É um círculo

positivo sem fim.

> Não interessa onde está, tudo vai estar bem.

> A única certeza que existe é que a mudança está ao nosso alcance. Esteja presente com o que tem e aprenda a viver com os altos e baixos da vida.

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> Permita-se, a si própria, sentir.

> Ame o que é. Não julgue. Amor. Apenas amor.

A tendência natural é dizer que tudo o que vem de Rachel é fácil. Uma bonita sueca, de 26 anos, que vive na ilha boémia de Aruba, no Caribe, com o marido perfeito e uns cães simpáticos. Talvez por isso, Rachel tenha querido contar a sua história em profundidade. Uma infância difícil, com perdas na família e traumas fortes, e uma adolescência rebelde e destrutiva. Nem esses episódios fizeram dela uma adulta sem perspetiva. "Quando nos acontecem estas coisas, é por alguma razão e é esta razão que devemos tentar encontrar. O yoga é uma ferramenta para essa conexão", explica.

A caminho do milhão e meio de seguidores no Instagram, a estrela desta rede social é também um alvo fácil de críticas, especialmente de alguns puristas. "Pessoas que julgam, que dizem mal, ou que não gostam, penso que há nessa postura algum medo envolvido. Não temos de ter medo de perder a essência da prática, nem nos devemos preocupar com isso, as redes sociais trazem muita gente para a prática e isso parece-me muito útil."

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São os tempos que vivemos, a tecnologia e os social media estão aí por alguma razão, e quem os usa para partilhar e inspirar no bom sentido tem mais direito a fazê-lo do que quem os usa com intuitos negativos. "Social media é o que fazemos deles, podemos pôr uma intenção de amor e decidir trazer algo de bom para o mundo, para construir uma comunidade, juntar pessoas que partilham as mesmas ideias, que estão no mesmo caminho." E tornar tudo isto um espaço muito especial, "sagrado, se colocarmos uma intenção de amor por detrás".

O seu caminho de prática espiritual não foi o habitual. De uma maneira geral, os nossos corpos não estão preparados para meditar e, por isso, começamos a trabalhar na sua flexibilidade e força para que, mais tarde,

possamos ficar sentados a meditar sem dores. Mas Rachel começou primeiro com a meditação e só depois veio a prática de asana, as posturas de yoga. Foi uma circunstância especial que a levou a este começo. Rachel passava por uma fase muito conturbada, em que bebia, saía à noite, mentia, o clássico de uma adolescente problemática. A mãe, ao fim de muitas tentativas e nunca desistindo da filha, mandou-a para um retiro de meditação, que lhe haveria de mudar a vida para sempre. Meditar tornou-se o foco e o centro da sua vida, e desde então Rachel nunca mais passou um dia sem meditar. "Penso que estas coisas vêm quando estamos

preparadas para elas. Se quer começar uma prática espiritual, peça conselhos e deixe-se levar por aquilo que o caminho lhe indica, acreditando nele. Para algumas pessoas vai ser mais dinâmico, para outras mais calmo." Rachel fez a maior tour de sempre – a Hapiness Tour – para a divulgação do livro e, mais uma vez, encheu salas inteiras para práticas de yoga e de meditação. Ainda hoje diz que sente aquele frio na barriga e tem sempre dúvidas antes de entrar numa das sessões. "O foco é sempre fazermos o nosso melhor e darmos o que temos. Vai sempre haver quem goste e quem não se identifique e isso também faz parte deste crescimento por que todos passamos", conta Rachel.

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Se quer saber como são as aulas da Yoga Girl, ela explica: "As minhas aulas são fisicamente dinâmicas, ensino um vinyasa (sincronia entre movimento e respiração) bastante puxado. Algumas pessoas pensam que vai ser fácil e há dias, numa aula, uma menina disse-me que pensava que íamos falar dos nossos sentimentos", conta

a rir. Nas suas aulas, trabalha-se com o corpo, num flow poderoso, conectar com o centro, mexer, suar. Mas a verdade é que também é conhecida por falar muito. "Faço quase sempre uma espécie de dharma talk nas minhas classes, gosto muito de envolver as emoções e como cada postura conecta  com o corpo." Um dharma talk é conhecido por uma conversa pública em que um mestre aprofunda um tema. A palavra dharma tem múltiplos significados nas diversas religiões, mas é conhecido como o princípio da ordem cósmica. Rachel nunca prepara o assunto que vai falar, prefere definir o que lhe sai no momento. "Penso que as aulas me ensinam tudo o que tenho de ensinar, dependendo da energia do grupo."

Rachel tem uma capacidade especial de cativar. Sabe tocar no coração de quem a ouve e o público identifica-se com a sua forma clara e sensível de passar a mensagem. Isso permitiu-lhe construir uma comunidade de fãs e seguidores que religiosamente leem as suas palavras. "Penso que está a tornar-se cada vez mais importante que trabalhemos em nós, que nos envolvamos como comunidade, que nos afastemos do medo que todos os dias os media e o social media nos fazem acreditar." A maior parte dos dias escreve quatro posts e os assuntos que trata podem ser resumidos numa palavra: amor. "O que temos de fazer é focarmo-nos no coração, lembrarmo-nos da razão e da verdade por que estamos aqui, o amor e o belo, e não a destruição e a guerra. Se nos focarmos nesta missão, podemos juntos fazer um mundo melhor."

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25 de 25 / Yoga Girl é o perfeito Coffee Table Book. E já entrou na lista dos mais vendidos do New York Times. Lançado em Portugal em junho de 2015 pela Editora Nascente, uma chancela da 20120, é um livro feliz, leve, que tanto serve a praticantes de yoga como a aspirantes. Uma viagem pela vida de Rachel, combinada com mensagens de autoconhecimento, mindfulness, yoga e meditação. As fotos inspiradoras em posturas de yoga em lugares paradisíacos são apimentadas com umas receitas que vale a pena experimentar. Rachel confessa que o que mais deseja é que o leitor “se sinta em ambiente adequado. Não interessa quem é, o corpo que se tem ou a idade, o importante é perceber que é sempre tempo de querer ser feliz com o que temos e como somos”.
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