Culinary World no Vila Vita Parc. Uma ode aos sentidos em pleno Algarve
Situado em Porches, o resort eleva a gastronomia a uma verdadeira arte com um conceito que convida a viajar pelo mundo sem sair da mesa. Durante uma estadia, a Máxima mergulhou numa experiência sensorial em que cada prato contava uma história e cada restaurante revelava uma nova identidade.
Quando nos pronunciamos sobre experiências memoráveis, falamos quase sempre de momentos que envolvem mais do que um lugar ou refeição. Lugares que nos tocam, despertam os sentidos e ficam gravados na memória. Foi precisamente isso que vivemos durante a nossa passagem pelo Vila Vita Parc, no Algarve, onde fomos convidados a testar o conceito Culinary World, uma viagem gastronómica que é tanto sensorial como emocional.
Situado em Porches, no coração do Algarve, o resort é um autêntico oásis de luxo, estendido por 22 hectares de paisagens subtropicais, com o Oceano Atlântico como pano de fundo e uma arquitetura que combina a tradição algarvia com detalhes mouriscos. Ali, tudo está pensado para o conforto e a contemplação. Dos jardins exuberantes às suites com vista de mar, das villas privadas à praia de areia branca recortada por falésias douradas, o resort é um convite ao descanso, à inspiração e, claro, ao prazer.

Mas há algo que distingue verdadeiramente o Vila Vita Parc de outros resorts de luxo: a aposta na gastronomia como forma de arte e de expressão cultural. E é precisamente aqui que entra o Culinary World, um projeto pensado para dar resposta aos paladares mais exigentes e curiosos, oferecendo um leque extraordinário de propostas gastronómicas que percorrem diferentes culturas e estilos, sempre com um traço comum - a excelência dos produtos e a autenticidade das criações. Com 13 restaurantes e oito bares, este universo é alimentado por uma visão sustentável e ética. Muitos dos produtos vêm de produtores locais, sazonais e da própria Herdade dos Grous, no Alentejo, uma propriedade do grupo onde se produz vinho, azeite, carne, compotas e outros ingredientes essenciais, com um controlo de qualidade absolutamente rigoroso.
Uma noite, quatro restaurantes, quatro viagens diferentes
O jantar foi estruturado como um itinerário, uma degustação em movimento que nos levou a conhecer quatro espaços distintos, com propostas singulares, ambientes originais e chefs com visões muito próprias. Começámos pela proposta do Bela Vita Brasserie / Oásis Bar, onde o clássico se misturou com o contemporâneo. Trata-se de um restaurante que se transforma ao longo do dia - de brunch a jantares sofisticados - mas onde a qualidade e a atenção ao detalhe permanecem constantes. O chef Paulo Florentino apresentou-nos duas pequenas maravilhas: uma croqueta de cogumelos e trufa, cremosa e intensa, e uma tartelete de atum marinado com soja branca e stracciatella de burrata, fresca, leve, com um equilíbrio perfeito entre o umami do peixe e a suavidade do queijo. Uma entrada promissora que abriu o apetite para o que se seguiria.


Seguiu-se o exótico Aladin Grill, com uma decoração inspirada nos contos das Mil e Uma Noites. O ambiente é acolhedor, marcado por vitrais coloridos, luz suave e uma cozinha aberta que nos convida a observar. Aqui, o chef Ricardo Luz aposta em ingredientes nobres e em técnicas de grelha refinadas. Destacamos o camarão violeta do Algarve com caril de amendoim, prato que conjuga tradição local com uma nota asiática envolvente. O linguado com pil pil de citrinos e espargos revelou-se delicado, perfumado, elegante e talvez o preferido da noite.


No coração da cozinha nipónica do resort, o Mizu apresenta uma experiência imersiva em torno da grelha Teppanyaki, com apenas dez lugares - uma raridade que transforma cada refeição num espectáculo ao vivo. A equipa de chefs, liderada por Diogo Ribeiro, António Moniz e Allan Zarandin, proporcionou-nos uma sequência de pratos visualmente deslumbrantes e tecnicamente irrepreensíveis: toro tataki com shiso e molho sumiso, pargo com yuzu e, o grande destaque, "Gindara" (bacalhau negro) com saikyo miso, um prato que ficou gravado no paladar, tal como a performence à grelha do chef Allan.

Por fim, o jantar terminou com um salto até Itália, no Giardino, com vistas deslumbrantes sobre o mar. A chef Isaulinda Pires brindou-nos com a emblemática "Pasta alla Ruota", um momento teatral no qual o linguine caseiro é envolto numa roda de queijo pecorino romano derretido com trufa e grappa. Aqui, o formato da massa relembra os cabelos da então amante do criador do prato. Uma recomendação reconfortante, rica e, ao mesmo tempo, sofisticada. A primeira e última sobremesa do dia, "Limone" (assemelhava-se mesmo a um limão), da chef Isabel Nobre, trouxe frescura e leveza com mousse e curd de limão, sablé breton e um toque surpreendente de manjericão. De destacar que é a chef quem trata de todos os doces do resort.

Almoço no Whale: Sabor, cor e criatividade à beira-mar
O dia seguinte começou com sol e terminou com um almoço vibrante no Whale, um restaurante casual-chique, ideal para famílias ou grupos que procuram refeições leves, criativas e inspiradas nas cozinhas costeiras do mundo. O menu preparado pelo chef Anthony Poirot foi um verdadeiro desfile de frescura e cor: desde o poke de atum com manga verde, ao tabbouleh de ervas com romã e tâmaras - um dos preferidos - passando por uma suculenta pizza de courgette com stracciatella e mel, tudo era harmonioso, equilibrado, e acima de tudo, saboroso. O polvo grelhado com chips de mandioca e a alcatra de borrego com arroz de especiarias fecharam a refeição com intensidade e profundidade. O serviço foi descontraído mas impecável - com sugestões acertadas e uma atenção permanente aos detalhes.

O que tornou o Culinary World tão especial não foi apenas a variedade de sabores, nem tão-pouco a técnica apurada ou os produtos de excelência. Foi a forma como tudo se articula para proporcionar uma experiência emocional, em que cada prato conta uma história, cada espaço tem uma identidade, e cada refeição é uma viagem.
