A mais nova mesa partilhada de Lisboa
O Restaurante Saraiva’s criou a Mesa do Chef, que junta até 18 pessoas numa experiência gastronómica social e ao mesmo tempo sensorial.

Um dos restaurantes clássicos dos anos 70 em Lisboa, o Saraiva’s, acaba de criar uma nova proposta gastronómica. A Mesa do Chef é um pretexto para comer e conversar numa linda mesa corrida de madeira onde se podem sentar até 18 pessoas. Fica numa sala mais reservada do estabelecimento e é ali que se serve o primeiro menu de degustação do restaurante, por enquanto apenas disponível à noite. Os clientes podem chegar à hora que quiserem e não precisam de esperar ou acompanhar o ritmo de quem se sentar ao seu lado. A mesa é comunitária, mas a experiência segue de acordo com o tempo de cada um.
O chef Gonçalo Costa criou um menu de 10 etapas no qual é dada primazia aos produtos frescos da época. "O menu irá sofrer alterações sempre que aparecer algum produto da época que o justifique", explica Gonçalo. O primeiro passo é o cocktail Lisbon Dry Popcorn (gin Gotik, abóbora, pipoca, torresmos e chocolate) – que pode ser pensado como um cocktail comestível ou uma entrada bebível, já que mistura ingredientes inusitados como a abóbora envelhecida com apontamentos de pipoca de torresmos. A acidez da lima é ideal para abrir o paladar e começar a provar o menu.

Somos bem recebidos com a cesta de pães com pasta de alho francês, pão de folha de sementes e focaccia de banana caramelizada e ainda chips de banana. Um daqueles couverts difíceis de esquecer e impossíveis de recusar.
A primeira entrada é um fresco escabeche de atum e gengibre, seguido pela surpreendente língua de vaca escarlate, uma entrada que é original do Tágide, um dos restaurantes do mesmo grupo, também em Lisboa. Uma curiosidade sobre este prato é que o chef Gonçalo Costa seguiu uma receita de 1500, época que a comida ficava em salmoura por 21 dias antes da confeção. É uma delícia, até para quem não é fã de língua de vaca – digo-o por experiência própria.
As etapas continuam com a aconchegante sopa de cebola gratinada, um dos clássicos do Saraiva’s com um bocadinho de queijo de cabra. Apesar da gastronomia tradicional portuguesa estar presente pela carta, os pratos também refletem as memórias do chef de viagens e experiências desde a sua infância. Um bom exemplo é o bobó de camarão, resultado da experiência de Gonçalo após cinco anos no Brasil.

Como não poderia faltar, o bacalhau confitado, tem gema de ovo, cabelo de anjo e azeite de trufa. Quem já foi ao Tágide Wine & Tapas Bar vai reconhecer este prato. Termina-se com uma deliciosa bochecha de vitela estufada com molho Rossini. A carne desfaz-se no garfo e desmancha-se na boca. Para fechar a viagem gastronómica são servidas duas sobremesas: primeiro o sorvete de yuzu com crumble de lima e a seguir a pêra bêbada em duo de vinho do Porto com mousse de pêra cozinhada em vinho do Porto branco.
A novidade não está apenas no novo menu. O Restaurante Saraiva’s renovou o espaço com a ajuda da arquiteta Teresa Monteverde que foi responsável pelo design de interiores e destacou elementos tropicais com apontamentos dos anos 70, como os candeeiros da época. O painel de cerâmica do século XIX, que já existia desde a fundação do restaurante, mantém-se por lá, como tudo o que fica (ainda) melhor com o tempo.
Onde? Rua Engenheiro Canto Resende, nº3, 1050-104 Lisboa. Quando? De segunda-feira a sábado das 12h30 às 15h e das 19h30 às 24h. Quanto? Menu Mesa do Chef custa €38 por pessoa. Reservas: 213 404 010.

O que fazer este fim de semana?
Ir a novas exposições, ir ao teatro, ir jantar a um sítio novo e cool. Estas são as directrizes para um fim de semana divertido, seja sozinha, a dois ou em família.
O melhor da cozinha de Telavive em Lisboa
O novo Hummusbar, no Mercado de Campo de Ourique, serve pão pita feito de forma artesanal em Israel, de onde também vêm as especiarias secretas que provámos nos pratos.
Picamiolos, o novo restaurante de petiscos para os mais destemidos
Miudezas, como costeletas de coelho fritas ou cérebro de borrego, são as iguarias do novo espaço do Cais Sodré. Aventure-se, porque a ousadia vale – muito - a pena.