Culinary World no Vila Vita Parc. Uma ode aos sentidos em pleno Algarve
Situado em Porches, o resort eleva a gastronomia a uma verdadeira arte com um conceito que convida a viajar pelo mundo sem sair da mesa. Durante uma estadia, a Máxima mergulhou numa experiência sensorial em que cada prato contava uma história e cada restaurante revelava uma nova identidade.
Máxima
28 de abril de 2025 às 18:45 Safiya Ayoob
Quando nos pronunciamos sobre experiências memoráveis, falamos quase sempre de momentos que envolvem mais do que um lugar ou refeição. Lugares que nos tocam, despertam os sentidos e ficam gravados na memória. Foi precisamente isso que vivemos durante a nossa passagem pelo Vila Vita Parc, no Algarve, onde fomos convidados a testar o conceito Culinary World, uma viagem gastronómica que é tanto sensorial como emocional.
Situado em Porches, no coração do Algarve, o resort é um autêntico oásis de luxo, estendido por 22 hectares de paisagens subtropicais, com o Oceano Atlântico como pano de fundo e uma arquitetura que combina a tradição algarvia com detalhes mouriscos. Ali, tudo está pensado para o conforto e a contemplação. Dos jardins exuberantes às suites com vista de mar, das villas privadas à praia de areia branca recortada por falésias douradas, o resort é um convite ao descanso, à inspiração e, claro, ao prazer.
Mas há algo que distingue verdadeiramente o Vila Vita Parc de outros resorts de luxo: a aposta na gastronomia como forma de arte e de expressão cultural. E é precisamente aqui que entra o Culinary World, um projeto pensado para dar resposta aos paladares mais exigentes e curiosos, oferecendo um leque extraordinário de propostas gastronómicas que percorrem diferentes culturas e estilos, sempre com um traço comum - a excelência dos produtos e a autenticidade das criações. Com 13 restaurantes e oito bares, este universo é alimentado por uma visão sustentável e ética. Muitos dos produtos vêm de produtores locais, sazonais e da própria Herdade dos Grous, no Alentejo, uma propriedade do grupo onde se produz vinho, azeite, carne, compotas e outros ingredientes essenciais, com um controlo de qualidade absolutamente rigoroso.
Uma noite, quatro restaurantes, quatro viagens diferentes
O jantar foi estruturado como um itinerário, uma degustação em movimento que nos levou a conhecer quatro espaços distintos, com propostas singulares, ambientes originais e chefs com visões muito próprias. Começámos pela proposta do Bela Vita Brasserie / Oásis Bar, onde o clássico se misturou com o contemporâneo. Trata-se de um restaurante que se transforma ao longo do dia - de brunch a jantares sofisticados - mas onde a qualidade e a atenção ao detalhe permanecem constantes. O chef Paulo Florentino apresentou-nos duas pequenas maravilhas: uma croqueta de cogumelos e trufa, cremosa e intensa, e uma tartelete de atum marinado com soja branca e stracciatella de burrata, fresca, leve, com um equilíbrio perfeito entre o umami do peixe e a suavidade do queijo. Uma entrada promissora que abriu o apetite para o que se seguiria.
Seguiu-se o exótico Aladin Grill, com uma decoração inspirada nos contos das Mil e Uma Noites. O ambiente é acolhedor, marcado por vitrais coloridos, luz suave e uma cozinha aberta que nos convida a observar. Aqui, o chef Ricardo Luz aposta em ingredientes nobres e em técnicas de grelha refinadas. Destacamos o camarão violeta do Algarve com caril de amendoim, prato que conjuga tradição local com uma nota asiática envolvente. O linguado com pil pil de citrinos e espargos revelou-se delicado, perfumado, elegante e talvez o preferido da noite.
No coração da cozinha nipónica do resort, o Mizu apresenta uma experiência imersiva em torno da grelha Teppanyaki, com apenas dez lugares - uma raridade que transforma cada refeição num espectáculo ao vivo. A equipa de chefs, liderada por Diogo Ribeiro, António Moniz e Allan Zarandin, proporcionou-nos uma sequência de pratos visualmente deslumbrantes e tecnicamente irrepreensíveis: toro tataki com shiso e molho sumiso, pargo com yuzu e, o grande destaque, "Gindara" (bacalhau negro) com saikyo miso, um prato que ficou gravado no paladar, tal como a performence à grelha do chef Allan.
Foto: DR
Por fim, o jantar terminou com um salto até Itália, no Giardino, com vistas deslumbrantes sobre o mar. A chef Isaulinda Pires brindou-nos com a emblemática "Pasta alla Ruota", um momento teatral no qual o linguine caseiro é envolto numa roda de queijo pecorino romano derretido com trufa e grappa. Aqui, o formato da massa relembra os cabelos da então amante do criador do prato. Uma recomendação reconfortante, rica e, ao mesmo tempo, sofisticada. A primeira e última sobremesa do dia, "Limone" (assemelhava-se mesmo a um limão), da chef Isabel Nobre, trouxe frescura e leveza com mousse e curd de limão, sablé breton e um toque surpreendente de manjericão. De destacar que é a chef quem trata de todos os doces do resort.
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Foto: DR
Almoço no Whale: Sabor, cor e criatividade à beira-mar
O dia seguinte começou com sol e terminou com um almoço vibrante no Whale, um restaurante casual-chique, ideal para famílias ou grupos que procuram refeições leves, criativas e inspiradas nas cozinhas costeiras do mundo. O menu preparado pelo chef Anthony Poirot foi um verdadeiro desfile de frescura e cor: desde o poke de atum com manga verde, ao tabbouleh de ervas com romã e tâmaras - um dos preferidos - passando por uma suculenta pizza de courgette com stracciatella e mel, tudo era harmonioso, equilibrado, e acima de tudo, saboroso. O polvo grelhado com chips de mandioca e a alcatra de borrego com arroz de especiarias fecharam a refeição com intensidade e profundidade. O serviço foi descontraído mas impecável - com sugestões acertadas e uma atenção permanente aos detalhes.
Foto: DR
O que tornou o Culinary World tão especial não foi apenas a variedade de sabores, nem tão-pouco a técnica apurada ou os produtos de excelência. Foi a forma como tudo se articula para proporcionar uma experiência emocional, em que cada prato conta uma história, cada espaço tem uma identidade, e cada refeição é uma viagem.