Celebrar a vida através da moda
Tommy Hilfiger e Lewis Hamilton voltam a juntar-se numa poderosa declaração de princípios sobre o espírito de inclusão, sustentabilidade e liberdade que a moda tem, cada vez mais, de ter. A eles juntaram-se cantores, artistas e celebridades. A Máxima assistiu na primeira fila.

Uma noite de domingo até pode pedir algum recolhimento, mais ainda quando há uma tempestade lá fora. Era o caso. Mas nem a Storm Dennis, que tinha assolado o Reino Unido durante todo o fim de semana, foi suficiente para afastar os cerca de mil convidados, entre imprensa, celebridades e amigos da marca, que rumaram ao The Tanks, o espaço da Tate Modern, em Londres, que recebeu o desfile Tommy Hilfiger, incluído no calendário da moda da capital inglesa. O ambiente era o habitual nos minutos que antecedem os desfiles mais aguardados. Passadeira vermelha, flashes, looks estudados, sorrisos e expetativa. Depois de ultrapassada a barreira de segurança da entrada, éramos convidados a descer as escadas serpenteantes e a procurar o lugar marcado numa das várias secções que se desenhavam numa sala ampla, dominada pelo cinzento do betão e pela arquitetura minimalista, apenas interrompida pelo jogo cromático que remetia para os próprios ciclos da natureza. Nenhum detalhe foi descurado: nem mesmo o aroma, especificamente criado para a ocasião, recriando uma fragrância semelhante à da madeira seca, tão depressa subtil como evidente, mas sempre agradável, a convidar-nos para a imersão que teria lugar instantes depois.

À hora marcada, 20h30, sem um minuto que fosse de atraso, um grupo de homens e mulheres entrou pela sala e alinhou-se junto a uma parede, num coro de vozes que se sobrepôs à banda sonora. Estava dado o início para uma experiência sensorial que passou num abrir e fechar de olhos, marcada desde logo pela entrada triunfante de uma Naomi Campbell leve e luminosa. Depois dela, muitos outros foram os rostos rapidamente reconhecíveis: Winnie Harlow, Alessandra Ambrosio, Erin O’Connor e uma série de ilustres representantes de uma nova geração de descendentes de grandes nomes da música como Pixie Geldof, Georgia May Jagger, Lucas Jagger, Yasmin Le Bom, entre outros. Mas mais do que a presença de qualquer eventual sangue azul, aquilo que ficava evidente era mesmo a diversidade humana. E assim, através da presença de vários tipos de corpos e tons de pele (e até de idades) fez-se a primeira e grande declaração da noite, parte inalienável do ADN da Tommy - porventura ainda mais visível desde que a marca encetou a sua já longa colaboração com Lewis Hamilton.
Pela quarta vez, o designer de moda norte-americano e o piloto britânico de Fórmula 1 juntaram talentos e prioridades, apresentando uma coleção fundada nos princípios da sustentabilidade (é evidente a aposta em materiais orgânicos e reciclados) e da inclusão. A eles, e num rasgo de surpresa, juntou-se ainda a cantora H.E.R. que imprimiu a sua personalidade em 12 peças da coleção TommyXLewis, juntando-lhes assim as suas próprias iniciais. Na passerelle foi ainda possível ver desfilar as propostas high fashion das Hilfiger Collection Men e Hilfiger Collection Woman, onde elementos "clássicos" da marca, como o preppy ou o náutico, surgiram reinventados à luz de uma nova era. Torna-se assim mais fácil compreender as múltiplas sobreposições de peças e estilos, assim dispostas numa clara declaração de que todas as misturas, mais do que possíveis, são válidas e legítimas.


Os novos ícones de Tommy Hilfiger
Hailey Baldwin e Winnie Harlow surgem como embaixadoras femininas da marca, aquando do lançamento da coleção que antevê as tendências para a estação fria.