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Made in Portugal
Da tradição do calçado ao sonho da moda, estes são alguns dos nomes nacionais que se pronunciam em diferentes línguas pelo mundo, sempre com muito orgulho no país de origem.

O SEGREDO ESTÁ NO SAPATO

Inês Caleiro já viveu em Londres e Washington e quando regressou a Portugal pôs os conhecimentos que adquiriu sobre calçado ao serviço da sua própria marca, a Guava, que fundou em 2011. Agora divide o seu tempo entre Portugal e a Noruega, mas mantém o orgulho na sua marca bem portuguesa. Um sentimento que foi reforçado quando foi a Xangai receber o Dream Award nos Fashion Crowd Awards, no início de 2016.
Como começou o projeto Guava?
O projeto Guava começou quando ainda residia nos EUA, em Washington DC, e por entre desenhos e rabiscos comecei a dar forma a uma linha de calçado quase sem me aperceber. A linguagem geométrica estava presente em todos os modelos que desenhava muito devido à influência que a arquitetura tem sobre o meu trabalho. Daí, até decidir que queria criar uma marca foi uma rápida decisão. A vontade de dar forma a um produto distinto, cosmopolita e inovador nade in Portugal falou mais alto e após um ano e meio fundei a Guava.
Como ficou a saber que tinha ganho o Dream Awardnos Fashion Crowd Awards (China) e que impacto é que isso teve na sua vida/carreira?
O Dream Award está a ser um verdadeiro reconhecimento do meu trabalho internacionalmente. Quando descobri que ganhei o prémio, de entre uma seleção de milhares de candidatos internacionais, foi inexplicável. Tive de ler e reler o e-mail vezes sem conta. Ser-se reconhecido desta forma é de facto gratificante. Quando passamos por momentos destes sentimo-nos mais fortes: é como uma espécie de recarga de bateria para continuar a lutar. Sem dúvida que este prémio foi tudo isso.
O que a levou a mudar-se para a Noruega?
A Noruega surge na minha vida pessoal pelo facto de ter família em Oslo. Divido o meu tempo entre Portugal e a Noruega e sinto-me uma privilegiada por poder "beber" informação e inspiração destes dois "mundos" tão distintos.
Em que é que a sua vida(e da Guava) mudou na Noruega?
A Noruega é um país extremamente inspirador para mim. Tudo o que encontro e vivo na Noruega revela-se no meu trabalho, assim como quando viajo ou quando descubro algo novo. Tenho particular fascínio pela natureza única que a Noruega tem? desde os fiordes às auroras boreais, às florestas densas ?, aliada com uma cultura singular que me desperta interesse e que de alguma forma se revela no meu trabalho.
O que é importante para si num sapato? Compra sapatos ou só usa os seus?
Para mim, num sapato prevalece o design e o conforto. Um sapato que é confortável e ao mesmo tempo distinto é o suficiente para estar bem, quer nos pés quer no estado de espírito. Uso essencialmente os sapatos Guava, mas é importante conhecer o que as outras marcas fazem. Aprendemos sempre uns com os outros.
Explique-nos um pouco como é o seu dia a dia enquanto fundadora e criativa da Guava e o seu processo criativo?
O meu dia a dia foca-se essencialmente em desenvolver produtos novos, pesquisar tendências e novidades, analisar o mercado e perceber a procura, dedico-me à prototipagem e desenvolvimento de todos os produtos Guava e quando estou em Portugal a prioridade é estar no terreno junto dos fabricantes e fornecedores. Gosto também de ter um contacto direto com os nossos clientes e dedico igualmente o meu dia a dia a falar com clientes, percebendo as suas necessidades e dando apoio sempre que necessário.
A passagem pela Jimmy Choo é uma grande referência no seu currículo. Quais as maiores lições que aprendeu com essa experiência?
A passagem pela Jimmy Choo foi um marco que teve enorme impacto no meu percurso. Devo muito daquilo que sou hoje a essa experiência. Desde o rigor à exigência, à constante procura pelo requinte, foram os principais princípios que aprendi na Jimmy Choo. O dia a dia de constantes pesquisas e análises de mercado e os desafios criativos ainda hoje transporto para o dia a dia da Guava.
Depois de ter vivido em Londres, Washington e agora na Noruega, o que sente que é verdadeiramente português em si e que não queira mudar?
Aprecio verdadeiramente a espontaneidade e a autenticidade dos portugueses. Características que transporto comigo sempre que estou num novo lugar. Gosto de me permitir dar vida a esse lado espontâneo em algumas situações, como o ser capaz de solucionar problemas e pensar outside the box. São essas características que nos fazem ser um povo único.
Essas experiências fazem-na olhar para Portugal com umavisão mais crítica? Porquê?
Por ser uma apaixonada por Portugal, inevitavelmente tenho um olhar crítico. Acredito no valor que o nosso país tem, assim como nos portugueses. Acredito que temos "material" para mostrar e crescer, as nossas potencialidades são únicas e cabe-nos mostrá-las ao mundo. É importante valorizarmo-nos cada vez mais: o mundo só vai olhar para nós quando quisermos realmente que ele nos veja. Vivemos numa economia global, não podemos cruzar os braços a essa realidade.
Onde podemos hoje encontrar os sapatos Guava?
VAI FORMOSA E SEGURA
Passo a passo, as delicadas sabrinas Josefinas conquistaram o mundo. Filipa Júlio fundou esta marca de calçado, totalmente portuguesa, que começou com sabrinas e um leque de opções inesgotável, mas hoje quem visita josefinas.pt também por lá encontra ténis. As peças Josefinas já são famosas e percorrem os caminhos que levam às semanas da moda nos pés de algumas bloggers e outras trendsetters. O lançamento mais feminino desta primavera consiste num par de sabrinas num eletrizante tom de azul e respetivos Power Stikers como acessórios.
JANELA PARA O MUNDO
Se ainda não visitou o site farfetch.com está na altura. Mas com cuidado, porque pode-se começar a clicar e não querer parar. É como se num só site estivessem reunidas 400 lojas de moda de todo o mundo (é lá que estão as lojas online das portuguesas Fashion Clinic e Stivali) e, em vez de muitas prateleiras, tudo está organizado, como habitualmente, por homem, mulher e criança, nomes de criadores, roupa, acessórios e muito mais. Falta dizer que este projeto nasceu em 2008 pela mão de um português, José Neves, entre Portugal e Londres. O sucesso e o crescimento têm sido constantes e no ano passado a Farfetch comprou a famosa loja londrina Browns.
DAVID FERREIRA
NEW KID IN TOWN
David Ferreira licenciou-se no ano passado em Moda na Universidade de Westminster e decidiu começar em Lisboa a sua própria marca. Já este ano foi galardoado com o Fashion Scout Merit Award 2016. A Fashion Scout é uma entidade que promove os novos talentos no design de moda em cidades como Londres, Paris e Kiev. David Ferreira estagiou com importantes nomes da moda da atualidade e com eles experimentou técnicas e conhecimentos que hoje desenvolve nas suas criações que já chamaram a atenção de alguns críticos. Depois de apresentar a sua coleção na Semana de Moda de Londres, David Ferreira estreou-se em Portugal na mais recente edição da ModaLisboa com a sua coleção para o próximo inverno.
DELICIOSAS TENTAÇÕES
Quase parecem uma mistura entre uma peça de calçado e uma sobremesa: são as peças Lemon Jelly. A marca nasceu em 2013, mas a fábrica onde mora, a Procalçado, já tem décadas de experiência com calçado. A textura reluzente do plástico, as formas curvas e uma paleta de cores enérgica são elementos que fazem com que os sapatos Lemon Jelly se destaquem. Além de divertidos são também ecológicos, já que não contêm matéria de origem animal e contam com 15% de matérias recicladas.
DUPLA MARAVILHA
Quando a dupla Marques’Almeida apresentou a sua coleção na ModaLisboa pela primeira vez chamou de imediato a atenção para o mood 90’s e a ganga enquanto material de eleição. Depois foi a vez de Londres, onde atualmente apresentam as suas coleções, se render às criações da dupla de criadores portugueses. Em maio de 2015, Marta Marques e Paulo Almeida viram o seu trabalho reconhecido ao receberem o LVMH Prize, um prémio monetário e prestigiante atribuído pelo grupo de luxo com o mesmo nome a jovens talentos da área da moda.

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