Paco Rabanne está de volta (em todos os sentidos)

O designer que sempre teve a imaginação no espaço está a influenciar as passerelles ao mesmo tempo que a sua própria marca se reinventa.

13 de outubro de 2017 às 07:00 Diana Bastos

Sempre teve precisão de arquiteto, a sua formação, mas o instinto só podia vir da moda, desde que começou a desenhar acessórios e outros detalhes para as grandes casas de Alta-Costura. Em 1966, destacava-se com Doze Vestidos Investíveis ??em Materiais Contemporâneos, a primeira de muitas coleções em que explorava novos materiais ou lhes encontrava novas funções e qualidades. O desfile, que encheu as medidas do hotel George V, em Paris, contava com um casting que incluiu modelos negras e foi dos primeiros a juntar a moda à música. Os looks eram feitos em não-tecidos, como papel reciclado, plástico e metal, montados com arame e cola.

 

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Ao longo dos anos, o metal tornou-se uma das suas matérias-primas favoritas, algures entre o sexy levado a um novo extremo e a inspiração vinda do espaço. Coco Chanel chamava-lhe o "metalúrgico da moda", alguém que tanto despia o corpo feminino como lhe desenhava armaduras à medida de uma época de emancipação e modernidade (os anos 60 e 70). Talvez por isso, Peggy Guggenheim foi das suas primeiras clientes e seguiram-se-lhe mulheres como Françoise Hardy ou Brigitte Bardot. Mas terá sido a Barbarella (1967) de Jane Fonda a imortalizar a sua estética, pelo menos no cinema.

 

Na verdade, Paco Rabanne sempre esteve ligado a todas as artes, assinando figurinos para ballet e teatro, além de filmes cuja estética ficou para sempre na nossa memória, como Two or Three Things I Know About Her, de Jean-Luc Godard (1967),  Casino Royale, de John Huston (1967), e, claro, o icónico filme de Roger Vadim protagonizado por Fonda, Barbarella (1968).

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Avançando até ao inverno de 2017, Julien Dossena é o homem que está a tornar o legado de Paco Rabanne mais atual do que nunca. O designer da marca recriou alguns dos seus modelos icónicos, ao mesmo tempo que reimaginou a malha metálica. Mas Dossena não esteve sozinho: enquanto a tendência do space age invade as passerelles, as referências do design de Rabanne estiveram nas coleções de marcas tão diferentes quanto a Miu Miu, Loewe, Aquilano Rimondi, Celine, Margiela ou Gucci. Welcome back!

 

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1 de 18 Jane Fonda no filme Barbarella, 1968 / Aquilano Rimondi, 2017
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2 de 18 Audrey Hepburn no filme Caminho para Dois, 1967 / Miu Miu, 2017
3 de 18 Paco Rabanne, 1966 / Céline, 2017
4 de 18 Twiggy, 1967 / Maison Margiela, 2017
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5 de 18 Paco Rabanne, 1968/ Loewe, 2017
6 de 18 Paco Rabanne, 1968/ Gucci, 2017
7 de 18 Paco Rabanne, 1967/ Noir Kei Ninomiya, 2017
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8 de 18 Paco Rabanne, 1969/ Paco Rabanne por Julien Dossena, 2017
9 de 18 Audrey Hepburn no filme Caminho para Dois, com guarda-roupa de Paco Rabanne, 1967
10 de 18 Jane Fonda no filme Barbarella, com guarda-roupa de Paco Rabanne, 1967
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11 de 18 Françoise Hardy
12 de 18 Paco Rabanne, Primavera/ verão 2012
13 de 18 / Paco Rabanne, Primavera/ verão 2013
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14 de 18 / Paco Rabanne, Outono/ inverno 2014
15 de 18 / Paco Rabanne, Primavera/ verão 2017
16 de 18 / Paco Rabanne, Outono/ inverno 2017
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17 de 18 / Paco Rabanne, Outono/ inverno 2017
18 de 18 / Paco Rabanne, Outono/ inverno 2017
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